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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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Cabe salientar que estamos consideran<strong>do</strong> como planejamento e meto<strong>do</strong>logia toda a<br />

experiência descrita pelas professoras que denote uma ação intencional e organizada para<br />

gerir o <strong>ensino</strong>, para organizar a ação <strong>pedagógica</strong>. Não nos referimos neste momento ao<br />

processo de formalização <strong>do</strong> planejamento (se o professor o escreveu ou não, sua<br />

periodicidade, abrangência, etc.), mas, em especial, em seus fundamentos.<br />

De acor<strong>do</strong> com Zabala (2002), a organização <strong><strong>do</strong>s</strong> conteú<strong><strong>do</strong>s</strong> na escola (temas, lições,<br />

programação), assumiu, durante muito tempo, a lógica formal das disciplinas acadêmicas/<br />

científicas, que os fizeram com uma finalidade determinada, muito diferente da problemática<br />

e finalidade <strong>do</strong> <strong>ensino</strong>. Tal transposição levou a uma fragmentação <strong>do</strong> <strong>ensino</strong> em disciplinas<br />

isoladas, desconectadas uma das outras e da compreensão da própria realidade, uma vez que<br />

“o que é científico para uma disciplina acadêmica é cientificamente questionável quan<strong>do</strong> se<br />

refere a <strong>ensino</strong>.” (p.21)<br />

O <strong>ensino</strong> passou a ser direciona<strong>do</strong> para uma formação acadêmica, propedêutica, visan<strong>do</strong><br />

formar universitários, ao invés da formação para a vida.<br />

O autor aponta que, atualmente, com a progressiva divulgação <strong>do</strong> pensamento<br />

democrático e a consequente mudança nas finalidades educativas, estabeleceram-se outros<br />

modelos de estruturas organizativas nas decisões escolares e curriculares, visan<strong>do</strong> oferecer<br />

respostas às necessidades específicas da escola, que considerasse seu caráter global e<br />

holístico. Tais modelos deslocaram o problema de ensinar, <strong><strong>do</strong>s</strong> conteú<strong><strong>do</strong>s</strong> para o como se<br />

aprende, sobre o conhecimento <strong><strong>do</strong>s</strong> processos de aprendizagem, e, consequentemente, em<br />

como ensinar para produzir aprendizagens.<br />

Para Zabala (idem), desde as primeiras teorias que explicam os processos de<br />

aprendizagem e que incidem sobre as decisões escolares, consideram-se <strong>do</strong>is aspectos: como<br />

as pessoas percebem a realidade e o interesse e motivação pelo que tem de aprender:<br />

Para diferentes correntes psicológicas e <strong>pedagógica</strong>s, o conhecimento atual<br />

permite-nos situar a necessidade de estabelecer formas de organizar os<br />

conteú<strong><strong>do</strong>s</strong> de aprendizagem nas quais os critérios disciplinares, apesar de<br />

continuarem a ser fundamentais, não são os prioritários. Conceitos como os<br />

de significatividade e funcionalidade da aprendizagem, o senti<strong>do</strong> que este<br />

deve ter para o estudante, a necessidade de desvelar a atitude favorável e a<br />

motivação pela aprendizagem, a importância no número e na qualidade das<br />

relações existentes nas estruturas de conhecimentos, entre outros, permitenos<br />

assegurar que a organização <strong><strong>do</strong>s</strong> conteú<strong><strong>do</strong>s</strong> deve corresponder a alguns<br />

critérios muito mais amplos e complexos que aqueles determina<strong><strong>do</strong>s</strong> pela<br />

lógica das disciplinas acadêmicas (p.23).

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