A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

GRUPO 2 – TARDE
DIA: 24/08/2007
PROFESSORAS: P2, P3, P6, P7.
Observação: as professoras P2 e P6 em 2006 trabalhavam na mesma escola.
00:01 -E- Bom gente o intuito é esse; estar discutindo um pouco da prática. Selecionei vocês porque peguei o
grupo de 2006, simplesmente porque eu tinha que colocar uma data e peguei o ano passado por ser o ano que
entrei no mestrado. A característica foi esta: pessoas que receberam crianças com deficiência mental. Fiz o
recorte com a deficiência mental porque acho que ainda é a deficiência mais complicada para trabalhar, a que
exige da professora pensar na diversidade. Gostaria que vocês pudessem falar um pouco sobre quais foram as
situações pedagógicas ou atividades que vocês perceberam conseguiram fazer com que essas crianças se
mobilizassem, o como vocês trabalharam que acham que funcionou, o que deu certo. Que práticas vocês
perceberam que deu certo...
2:01 P2 – O meu aluno ele se recusava a fazer atividades diferentes, ele não aceitava. Eu não podia trabalhar
plantas, por exemplo, ... a gente fez o livro da escola sobre plantas, se eu desse por exemplo ... para as crianças
desenharem e... ele não aceitava, ele queria desenhar igual aos outros também ainda que do jeito dele. E foi
muito interessante porque, qual a atividade que deu certo, foi realmente dentro do grupo, porque ele fazia
dentro do grupo, mas ele fazia, ele via o jeito que os outros estavam fazendo e procurava fazer foi muito, muito
bom mesmo, eu acho até que ainda tenho lá o livro dele e cada coisa que ele fazia eu perguntava: o que você
fez, o que é isso. Teve uma vez que estava trabalhando com as plantas aquáticas né,ai ele desenhou uns riscos e
desenhou um monte de riscos assim para cima. Eu falei o que você está fazendo ai, o quê que é isso? Ele falou
o homem pescando! Não, mas eu pedi que você desenhasse a planta aquática, aí ele disse, mas a planta ta ai
dentro ó! (risos) então eu achei interessante assim, ele conseguia participar, do jeito dele, eu só tinha que estar
perguntando o que ele estava fazendo, mas ele fazia...
E – e você acha que o conceito de plantas aquáticas ele conseguiu entender?
P2 – eu acho assim, que alguma coisa ele entendeu...ele entendeu. No centro do grupo ele participava, ele as
vezes iam trabalhar com guache, ele melava a folha inteira mas para ele, se a gente perguntava, ele falava o que
era. Eu achei que foi dentro do grupo, ele não conseguia fazer nada sozinho, mas dentro do grupo ele ap... ele
participava bastante.
03:56 P6 – Eu também, com a minha “X” eu percebi assim, ela sentava em duplas, mas ... que sei ela...até
porque tudo que ela fosse fazer tinha de alguém estar ali para ajudá-la a fazer e ela ficava toda feliz, ela gostava
muito de participar de danças, quando tinha assim alguma coisa assim na escola, quando envolvia algo assim,
não a escrita, aquela coisa de sala de aula, a escrita, mas se saísse fora dessa linha ela era assim uma das
primeiras, ela ia assim muito bem. Socialização 10.
4:36 P3 –Era assim com o “X” também, ele fazia bolinhas, mas o que ele adorava mesmo era o teatro, e ele
gostava de televisão cansava de contar, dava para perceber que ele tinha entendido. Mas, na sala de aula, só
isso. Só se tivesse alguém junto.
5:02 P2 – eu meu também, eu com esse meu aluno, ele participava de todas as atividades, éhh, ele me chama
de “Y” [nome da professora], até hoje se ele me vê ele me fala assim: oi “Y”, toda vez que me vê no corredor,
Oi “Y”! Ai assim, no começo, eu até conversei com a professora que acompanhava ele na escola, eu fiquei com
medo, dizia que parecia um bicho, eu fiquei assim super assustada, a Luciana até lembra do meu pânico (risos),
eu fiquei assim, com pânico em relação assim com relação aquelas outras crianças, em conhecer que sala é essa,
mas assim foi muito interessante porque eu passei a perceber assim, todo o problema dele eu trabalhei com a
classe também, para que eles também aceitassem o jeito dele e que ajudasse ele a estar trabalhando e todas as
atividades que tinha, de diferente, de teatro de música, em todas, ele participou.
5:54 – P3 – esse é o meu caso também..
5:56 – P2 – mas ele mais errava que acertava, mas ele queria, ele queria participar...
6:05 – P3 - ... é atento, a atenção dele é boa, principalmente quando você fala agora nós vamos fazer assim, ele
era o primeiro a fazer sabe, e os outros estavam lá ainda, e eu percebia assim a questão da socialização, as
crianças não tinham problema em ele estar junto, não há discriminação...
6:23 – P7 – não, não tem ...as vezes eles até disputam quem vai ajudar... é muito bonito isso da parte deles.
Então todas as crianças faziam questão de ajudar... mesmo quando as atividades eram bem diferenciadas, eu
usava material do maternal mesmo, eram atividades bem específicas né, mas assim, tudo ele gostava de
ajudar,tudo que ele fazia ele fazia muita atividade, tinha que ser 6, 7 por dia porque ele fazia rápido, eu tinha
que me virar para procurar atividade para ele fazer, ele terminava e falava profi.. olha classe o que eu fiz! Ai
todo mundo eh! batia palma, ele ficava todo feliz. Gostou prô? Gostei, está lindo, pode sentar, e ele pedia
“quero outra atividade” ai vai outra atividade e eu achava interessante que as demais crianças da classe davam
conta de fazer a atividade da classe e também de ajudar ele, ia um lá ficava junto, ai eu ia, e falava, vai lá pode
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