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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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Os conceitos de identidade, diferença e diversidade estão altamente correlaciona<strong><strong>do</strong>s</strong> e,<br />

dependen<strong>do</strong> da maneira como os compreendemos e como lidamos com eles no cotidiano<br />

escolar, nossa ação e seus efeitos serão também diferentes.<br />

Conforme aponta Silva (2000), a questão <strong>do</strong> outro, <strong>do</strong> diferente é sempre um problema,<br />

uma vez que põe em xeque nossa própria identidade; é, ao mesmo tempo, um problema social<br />

– na medida em que o contato com o diferente, com o estranho é inevitável mas também um<br />

problema pedagógico e curricular. Na interação com as diferenças, quanto mais reprimidas e<br />

ignoradas elas forem, mais conflitos e confrontos sugirão a sua volta. Tal atitude afeta não<br />

apenas a formação identitária <strong><strong>do</strong>s</strong> alunos como também a <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>professores</strong>.<br />

Lima (2003), ao analisar a inclusão escolar e a construção da identidade <strong>do</strong> professor,<br />

aponta que nossa formação pessoal e profissional (presentes em cursos de graduação e<br />

atividades de formação continuada) apoia-se ainda em perspectivas segregacionistas,<br />

controla<strong>do</strong>ras, normativas, prescreven<strong>do</strong> certas <strong>prática</strong>s sociais de exclusão, constituin<strong>do</strong>-se<br />

em referências paradigmáticas e pilares identitários desatualiza<strong><strong>do</strong>s</strong> e ineficientes diante da<br />

intensidade de transformações necessárias.<br />

Para a autora, os alunos da atualidade, seus universos vitais, bem como a função da<br />

escola não podem estar atrela<strong><strong>do</strong>s</strong> a padrões universais e abstratos. A inclusão escolar inaugura<br />

uma descontinuidade histórica e epistemológica, afetan<strong>do</strong> também, em sua essência, as<br />

identidades profissionais constituídas nestas perspectivas:<br />

Não é à toa que, em geral, os <strong>professores</strong> estão inseguros, temerosos e<br />

impotentes. As referências e repertórios profissionais de outrora não os<br />

orientam frente aos alunos, ao conhecimento/aprendizagem e as novas<br />

demandas que emergem e/ou se impõem à escola, derivadas da visão<br />

inclusiva, sensível ao mun<strong>do</strong> atual. Diversas facetas identitárias integrantes<br />

<strong>do</strong> papel de professor, como, por exemplo, o tipo de reconhecimento, o<br />

prestígio e a autoridade, são abaladas pela perspectiva de um novo papel<br />

de professor, proposto pela inclusão. [...] Os desafios e os conflitos<br />

cotidianos geram uma necessidade urgente de criação de respostas novas e<br />

alternativas de lugares, saídas, encaminhamentos, enfim, de novas<br />

possibilidades, saberes, senti<strong><strong>do</strong>s</strong>, subjetividades e identidades. (LIMA,<br />

2003, p. 32).<br />

Ao defrontar-se com o diferente, com o inusita<strong>do</strong>, o professor encontra-se diante de um<br />

dilema: percebe que dentre os conhecimentos e saberes construí<strong><strong>do</strong>s</strong> ou transmiti<strong><strong>do</strong>s</strong> pela<br />

tradição <strong>pedagógica</strong>, poucos o auxiliam ao lidar com as diferenças.<br />

A “identidade de professor”, presente no imaginário social, como alguém que tu<strong>do</strong> sabe,<br />

tu<strong>do</strong> conhece, que para tu<strong>do</strong> tem resposta, confronta-se com a realidade. A necessidade que<br />

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