A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
O compromisso da escola comum é com o saber universal, é disponibilizar, a to<strong><strong>do</strong>s</strong> os<br />
alunos, coletivamente, o mesmo conhecimento, caben<strong>do</strong> ainda à escola comum “introduzir o<br />
aluno no mun<strong>do</strong> social, cultural e científico; e que to<strong>do</strong> ser humano, incondicionalmente tem<br />
direito a essa introdução” (BRASIL, 2005b, p.7). Lidar com o saber particular e subjetivo<br />
além das limitações naturais das pessoas com deficiência, é tarefa <strong>do</strong> atendimento educacional<br />
especializa<strong>do</strong>.<br />
A inclusão de alunos com deficiência não significa, pois, de maneira alguma, negar as<br />
diferenças e limitações impostas pela deficiência, esperan<strong>do</strong> que, ao frequentar a escola<br />
comum os alunos com deficiência deixem de apresentar diferenças e limitações.<br />
Ao contrário, a inclusão significa, sobretu<strong>do</strong>, reconhecer e problematizar tais diferenças:<br />
oportunizar aos alunos a introdução ao saber universal, aprendi<strong>do</strong> de maneira coletiva na<br />
escola e, simultaneamente, oferecer-lhe ainda a oportunidade para reconstruir seu saber<br />
particular, desenvolven<strong>do</strong> estratégias e conhecimentos que lhes permitam superar ou mesmo<br />
lidar melhor com os limites impostos pela deficiência, reconhecen<strong>do</strong> e problematizan<strong>do</strong><br />
qualquer diferença, até mesmo aquelas provindas de deficiências.<br />
A inclusão significa ainda refletir sobre como e porquê algumas diferenças são aceitas,<br />
enquanto outras são negadas, discriminadas, distorcidas.<br />
Como exemplo dessa problematização, citamos por que, apesar de termos pessoas<br />
diferentes, muitos são os prédios que só têm acesso por escadarias, passar por portas estreitas;<br />
por que pouquíssimos livros são impressos em braile ou digitaliza<strong><strong>do</strong>s</strong>; por que aprendemos o<br />
inglês na grade curricular e não a Libras; por que as pessoas têm grandes dificuldades para<br />
escrever e ler e são discriminadas, enquanto que as que tem dificuldades para dançar, pintar,<br />
falar em público, interagir com estranhos não recebem o mesmo tratamento. Por esse motivo,<br />
acreditamos que há uma urgência em mudar esta <strong>prática</strong> <strong>pedagógica</strong> que valoriza apenas a<br />
escrita e o raciocínio lógico matemático.<br />
Incluir vai além de trabalhar com as dificuldades, é preciso evidenciar as habilidades e<br />
as possibilidades.<br />
Para tanto, segun<strong>do</strong> Schlunzen (2000), é necessário pensar em um novo fazer<br />
pedagógico que possibilite ao aluno encontrar a sua auto-imagem, sentin<strong>do</strong>-se capaz, por<br />
meio de um <strong>ensino</strong> que atenda à demanda social e responda à sociedade <strong>do</strong> conhecimento e da<br />
informação. Portanto, dadas as características e necessidades diferenciadas da pessoa com<br />
deficiência é que o atendimento educacional especializa<strong>do</strong> não pode ser substitutivo, mas sim,<br />
complementar à escola comum, buscan<strong>do</strong> dar aos alunos a oportunidade de se desenvolverem<br />
em sua totalidade.<br />
54