A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
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existe a sala de recursos. Também em hipótese alguma assumem o papel <strong>do</strong> orienta<strong>do</strong>r<br />
pedagógico ou <strong>do</strong> diretor da escola, no senti<strong>do</strong> de assumirem a formação <strong>do</strong> professor em<br />
serviço, possibilitan<strong>do</strong> a reflexão sobre to<strong>do</strong> o processo de <strong>ensino</strong>-aprendizagem.<br />
Ao professor itinerante cabe a orientação técnica específica relativa à área da deficiência<br />
na qual atua, para todas as escolas da Rede Municipal, enquanto que ao orienta<strong>do</strong>r pedagógico<br />
cabem a orientação e o acompanhamento da <strong>prática</strong> <strong>pedagógica</strong> efetivada para to<strong><strong>do</strong>s</strong> os alunos<br />
da escola pela qual responde.<br />
A presença <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>professores</strong> itinerantes auxiliou, pois apresentavam respostas às<br />
solicitações iniciais que acreditávamos serem as necessárias; mas, por outro la<strong>do</strong>, fez emergir<br />
dúvidas para as quais o especialista (atento às necessidades específicas provindas da própria<br />
deficiência) também não tinha resposta ou pouco podia contribuir.<br />
A ideia presente para muitos era a de que alguns problemas de aprendizagem deviam ser<br />
resolvi<strong><strong>do</strong>s</strong> mediante ações ‘externas’ à escola, como o encaminhamento <strong><strong>do</strong>s</strong> alunos para<br />
psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, etc. Na <strong>prática</strong>, tal “solução” pouco<br />
ajudava, uma vez que mesmo ten<strong>do</strong> tais atendimentos clínicos, as dificuldades provenientes<br />
da aprendizagem permaneceram.<br />
Para atender a demanda por atendimentos clínicos (Fonoaudiologia, Psicologia, Terapia<br />
Ocupacional, etc.) escassos na área da Saúde <strong>do</strong> município, a SEDUC criou um Centro de<br />
Avaliação e Acompanhamento (C.A.A.), conforme cita<strong>do</strong> anteriormente, ainda em 1999. Tal<br />
ação também revelava nossas contradições e confusões uma vez que, ao pensar nos aportes<br />
necessários à inclusão escolar, acabamos por a<strong>do</strong>tar modelos tradicionais de trabalho junto ás<br />
crianças com deficiência, misturan<strong>do</strong> atendimento clínico (de competência da Secretaria de<br />
Saúde 5 ) com atendimento educacional especializa<strong>do</strong> (de competência da Secretaria de<br />
Educação).<br />
A falta de atendimentos clínicos realmente é um problema para as crianças que deles<br />
necessitam principalmente se consideramos que o atendimento à saúde ainda não está<br />
universaliza<strong>do</strong>. Porém, a ideia de que tais encaminhamentos podem resolver o problema das<br />
diferenças em sala de aula é um equívoco.<br />
A realidade mostra que a relação entre esses atendimentos e a melhoria da aprendizagem<br />
em sala de aula não é uma relação direta ou subordinada. Problemas de aprendizagem, sejam<br />
5 A Lei Orgânica <strong>do</strong> Município de Presidente Prudente estabelece em seu artigo 202, inciso IX que compete ao<br />
Sistema Único de Saúde “zelar pela saúde das pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência, garantin<strong>do</strong> profissionais<br />
especializa<strong><strong>do</strong>s</strong> para diagnosticar, avaliar e acompanhar”; e em seu inciso XI “garantir o atendimento de serviços<br />
especializa<strong><strong>do</strong>s</strong> em habilitação e reabilitação,ás pessoas porta<strong>do</strong>ras de deficiência, desde o nascimento até a<br />
velhice”.<br />
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