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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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E - Você estava colocan<strong>do</strong> que tem algumas atividades <strong>pedagógica</strong>s que você conseguiu com ele, não<br />

eram da 3ª série, mas fazia, e das outras, também fazia?<br />

P11 – é, as atividades não eram da 3ª serie, mas ele participava... Nós fizemos na feira de ciências, nós<br />

combinamos: tantos alunos vem nesse dia, tantos alunos vem nesse dia, e eu coloquei ele também, e ele foi e<br />

participou. E para explicar lá como funcionava tu<strong>do</strong>, ele também falou...<br />

E – ele dava conta de falar?<br />

02: 47 – P11 – isso, <strong>do</strong> jeito dele, mas ele falou. Até assim eu fiquei encantada de ver ele... Do jeito dele, ele<br />

dava conta de falar e explicar. E tu<strong>do</strong> assim que eu fiz com a sala durante o ano ele participou junto, tu<strong>do</strong>, a eu<br />

falei assim, ai, Deus me aju<strong>do</strong>u muito, porque eu tinha me<strong>do</strong>, né, assim de não ter <strong>prática</strong>, né, com esses alunos<br />

e ele foi, coitadinho, assim que foi uma beleza, agora não vou falar assim pra você que eu consegui assim,.. Ele<br />

não conhece as letras <strong>do</strong> alfabeto,trabalhava com ele vamos cortar esse A, onde tem mais A, tu<strong>do</strong> era A para<br />

ele, você entende?...Ele tem uma dificuldade muito grande e ele toma remédio muito forte.<br />

E- mas você percebe que nas outras discussões que você fazia com a sala, ele participava?<br />

4:18 P 11- Olha, texto, assim, teve a hora da leitura, e ele respondia assim, oralmente, assim, oralmente.<br />

Menina eu ficava assim, ele ficava assim que nem pisca, porque ele ama, né, ama livros, e ele respondia. E ele<br />

perguntava: mas por quê? Por quê? Sempre perguntan<strong>do</strong>. Por que ele ama, ama. E eu falo, até hoje, para a<br />

professora Eva (prof. que está com ele esse ano), lê com ele, faz texto oral com ele, ele a<strong>do</strong>ra, ele entende a<br />

história...<br />

E – Ou seja, ele não dava conta de escrever, mas na interpretação de texto ele acompanhou a sala?<br />

05:01 –P11. Isso, acompanhou a sala. Nisso ele acompanhou, direitinho. E tinha também muitas atividades de<br />

educação artística que eu dava para ele, assim, atividades de coordenação, para recortar, e eu comecei a falar<br />

para ele, porque você pinta assim ? Porque pinta tu<strong>do</strong> fora, vamos pintar direitinho... Vamos lá. Melhorou<br />

bastante, e então tu<strong>do</strong> isso foi ajudan<strong>do</strong>, olha foi um ano assim maravilhoso para o “X”, eu não tenho o que<br />

reclamar dele, porque eu consegui assim cativar... Até hoje ele passa na minha sala assim, no começo <strong>do</strong> ano eu<br />

queria pegar a 4 serie para ficar com ele mas ai a “Y” [diretora] não deixou... A “Y” falou assim para mim, não,<br />

não é bom ele ficar só assim com você, sabe, mas eu queria... No começo eu queria fugir dele, fugi mesmo. Eu<br />

falava que não queria mas a “Y” falava que era melhor ficar comigo, mas agora... Eu queria ficar. Eu insisti,<br />

mas a “Y” achou melhor, e então eu falei ah, então ta bom, vai. Aí foi , eu trabalhei assim, mas falar para você<br />

de aprendizagem assim...<br />

5:15 E- por exemplo quan<strong>do</strong> você coloca aprendiza<strong>do</strong> você está falan<strong>do</strong> da escrita ou também das outras<br />

aprendizagens?<br />

5:23 P11 – isso, as outras eu consegui bastante porque, olha, ele não ficava em fila, ele ia pro banheiro a hora<br />

que ele queria, não avisava, ele voltava só a hora que ele queria, e tu<strong>do</strong> isso eu consegui com ele.<br />

6:00 E – e <strong>do</strong> ponto de vista pedagógico, a questão da interpretação de textos?<br />

6:08 P11 – é isso, assim. Tem também a questão <strong><strong>do</strong>s</strong> limites, chegar e ficar na fila, você tem que ficar na fila,<br />

antes ele não ficava, era super agressivo, batia nos moleques, Eu comecei a falar assim: se quer que eu te bato?<br />

Então, como você bate no colega? E então tu<strong>do</strong> isso foi trabalha<strong>do</strong> em sala de aula... Ele era um aluno assim<br />

normal, se você chegasse lá na sala você não sabia qual que era o aluno deficiente, porque a gente trabalhou<br />

normal...<br />

06:29 E – você percebeu isso com você também “P1”?<br />

06: 31 –P1 – Com a minha aluna e com a classe? Não entendi, não entendi...<br />

06:33 E – O que você percebeu, como você conseguiu trabalhar com ela e que funcionou, o que deu<br />

certo...<br />

6: 40 P1 – ô Jussara, o problema da “X” ela tem a síndrome de Kabuqui, né, ela tem dificuldade de<br />

aprendizagem, não retém a informação, dificuldade motora também eu trabalhei com ela o ano passa<strong>do</strong> e esse<br />

ano também, O ano passa<strong>do</strong> eu fiquei muito feliz de perceber como ela tinha vontade ela tinha de aprender.<br />

Toda hora ela ficava assim: prô, você me ajuda? Você me ajuda? E ela era difícil. Mas progrediu, progrediu.<br />

Era assim, ela era de opinião. Ela sabia assim o nome das letras <strong>do</strong> alfabeto, o nome dela, as cores. Esse ano ela<br />

começou o ano bem.<br />

6:51 E – Você está dizen<strong>do</strong> que no ano passa<strong>do</strong> ela estava na 1ª série?<br />

6:57 P1 - Isso, esse ano na 2ª. Estou preocupada assim, parece que ela não está ten<strong>do</strong> o mesmo avanço que o<br />

ano passa<strong>do</strong>, parece sabe que deu uma parada, já até conversei com a orienta<strong>do</strong>ra, parece que ela não retém a<br />

informação. Mas por exemplo tem a questão <strong><strong>do</strong>s</strong> livrinhos. Ela gosta muito de livro também. Então, eu peço<br />

para ler. Eu tô fazen<strong>do</strong> um trabalho com livros também. Eles levam o livro para casa e no outro dia contam.<br />

Como ela não lê, a mãe lê para ela, só que ela chega no dia e conta. Do jeito dela, <strong>do</strong> jeito que ela entendeu que<br />

a mãe contou para ela, mas ela conta o que ela entendeu. Depois eu trabalho com as palavras <strong>do</strong> livro,<br />

montan<strong>do</strong> as palavras.Tem hora que você olha parece que ela está aprenden<strong>do</strong>, outras vezes parece que não<br />

retém, parece que já não se lembra mais. Parece que ela retém o que ela tem interesse, o que ela quer. A questão<br />

<strong><strong>do</strong>s</strong> limites é um problema sério e eu trabalhei isso também. Ela é a única menina da casa, filha caçula e tem a<br />

síndrome, então os pais tratam ela com muito mimo, muito mimo. Ela é muito mimada. Então, assim comigo,<br />

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