06.05.2013 Views

A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

que está escrito aqui? Ah, que o menino estava navegan<strong>do</strong> e resolveu mergulhar, né? A é? Então vamos<br />

escrever isso. Aí sentou <strong>do</strong> la<strong>do</strong> e começou: “o”, aí foi: menino: me –ni –no, menino, me, a gente seguran<strong>do</strong>,<br />

ele escreveu menino estava navegan<strong>do</strong> e resolveu mergulhar. Certo, o único erro que ele fez, o u, no<br />

navegan<strong>do</strong>, no ga ele usou o H, aquele problema <strong>do</strong> H, que eles usam como “aga”, mergulhava ele escreveu<br />

com n, mas eu não falei uma letra, então, quer dizer, ele não estava pré-silábico, ele já tinha.. já estava<br />

alfabético, ele não estava alfabetiza<strong>do</strong>, mas já estava alfabético, ele só não fazia, só queria completar o que<br />

estava fazen<strong>do</strong>, né. Aí to<strong><strong>do</strong>s</strong> eles fizeram o tal <strong>do</strong> quadrinho, assim...<br />

14:22 P- com o meu aluno, ele fazia assim também...<br />

14:24 P4 -É engraça<strong>do</strong> aí que to<strong><strong>do</strong>s</strong> quiseram fazer e era a mesma atividade, só que eu achei interessante pois<br />

eu consegui, o que não é fácil, não é fácil, é uma, outro mês outra, mas você tem que fazer uma coisa que to<strong><strong>do</strong>s</strong><br />

possam fazer isso, que to<strong><strong>do</strong>s</strong> possam aparecer ali. Aí saiu a história em quadrinhos, e essa aula minha, ela fazia,<br />

e ela fez oito quadrinhos, colocou o desenho <strong><strong>do</strong>s</strong> menininhos com risquinho e bolinha, sabe aqueles risquinhos,<br />

eu perguntava esses <strong>do</strong>is meninos senta<strong><strong>do</strong>s</strong> quem que é? O cebolinha e o cascão. O que estão fazen<strong>do</strong>? Estão<br />

brincan<strong>do</strong>. E daí? Daí eles estão brincan<strong>do</strong>, eles gostam de brincar. Mas então, e daí? Daí que eles estão<br />

brincan<strong>do</strong>, eles gostam de brincar...eu fui puxan<strong>do</strong> o que eles gostam de brincar, o que dá para brincar, e sei que<br />

eu fui puxan<strong>do</strong> até que ficou: “oi eu gosto de brincar, eu vou brincar. Ah, eu também vou! Não ficou uma<br />

estória em quadrinhos “oh” que engraçada, nem, com lição que as vezes a história passa, se você for ver os<br />

quadrinhos, cada vez que ela folheava os livros: Ah! Olha a minha!! Ela tinha um orgulho daquela estória. E<br />

esse ano, eu comecei a trabalhar de novo, e ela já consegue fazer os quadrinhos, sem eu ter que ficar cutucan<strong>do</strong>,<br />

tem três quadrinhos, corpo com cabeça, pernas, mesa, a escrita: “Magali vai comer pizza”! Não come de boca<br />

aberta! Ta bom, eu não vou comer.” Quer dizer, já teve uma lição na historinha, foi o que ela fez, e ela fez<br />

sozinha... né, escreveu, ela precisou de ajuda na escrita, né, ela tem uma dificuldade assim, de montar um texto,<br />

de montar o pensamento dela em forma de texto, né. Então ela vai escrever, ela começa escrever assim: “tu<strong>do</strong> é<br />

legal, porque foi bonito, o passeio, bonito, foi, aprendeu”, e fica assim. Eu que sei a estória, sei o assunto, eu<br />

percebo o que ela escreveu, e ela segue o tema, se por um tema, ela segue o tema, né, mas eu percebi que<br />

sempre tem que ter um motivo a mais, né. Aí, depois <strong>do</strong> curso <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>, com as técnicas freinet, que a<br />

gente fez, a gente fez o amigo imaginário, a historinha.<br />

16:42 P17 – é, O amigo imaginário...<br />

16: 43 P4- Como é incrível, eles escreviam bem, sobre o amigo imaginário. A carta também que nós enviamos,<br />

a gente escreveu a carta né, eu, as vezes eu pegava a ideia dela até tive que segurar para falar assim o que eles<br />

estavam fazen<strong>do</strong>, hoje em dia, o que acontece, eu não fiz porque eu preten<strong>do</strong> fazer mais para o final <strong>do</strong> ano,<br />

mas 6ª feira era o dia que uma aluninha ia embora. Chegou toda com os olhinhos cheio d’água: “Prô eu<br />

embora”, Nossa, já, por que, e fui de lá, fui de cá, aquele olhinho, eu percebi o que ela estava sentin<strong>do</strong>, tadinha.<br />

Aí eu, teve um momento lá que eu pedi para ela dar uma saída, levar uma coisa para mim, e falei rapidão para a<br />

sala, pega uma folha de sulfite, joga, e vamos montar um cartão para ela levar embora de lembrança, e foi, e<br />

fomos fazen<strong>do</strong>, né. Aí eu percebi que ela estava escreven<strong>do</strong> bastante, né, pensei, nossa coitada, vai estar tu<strong>do</strong><br />

solto, a coitada da menina não vai entender. Mas tu<strong>do</strong> bem.Chegou no final da aula a gente entregou, aí ela não<br />

se contentou, começou a ler os cartões ali mesmo, embora estava na hora de embora mas ela queria ler o cartão,<br />

e eu vi que ela pegou esse da minha aluna, da “X”, e olhou, leu, não fez cara de dúvida ou feia. Ah, eu não<br />

aguentei. Risos.Eu falei: deixa eu olhar o cartão? Peguei o cartão tava lá: ““X”, você é muito legal, seja feliz, a<br />

professora gosta muito de você, nós gostamos de você a Beatriz, o Leandro, ...” e foi, colocou um monte de<br />

nomes, e é por isso que ficou grande, porque ela colocou o nome de to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que ela se lembrou como<br />

escrevia na sala e foi colocan<strong>do</strong>, achei engraça<strong>do</strong> que ela colocou “nós gostamos” , e o que eu pude perceber<br />

quan<strong>do</strong> eu li eu ria sozinha, porque estava lá a frase estruturadinha, sem problema nenhum. Quer dizer, ela<br />

tinha um motivo para escrever. Primeiro o bilhete para sua colega que ia embora, outro era o amigo imaginário<br />

que cada um construiu o seu boneco e também tinha um motivo e a sala estava fazen<strong>do</strong>, o outro tinha a estória<br />

em quadrinhos para contar, então, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> motivo você percebe que as crianças melhoram o texto, todas<br />

elas,melhoram o texto, se você falar assim “escreve uma frase sobre esse desenho aí” não sai tão bem feito<br />

quanto tem um motivo mais para ele, lógico, mais real, para eles mais real, mais interessante, eu acho que isso<br />

ajuda muito...<br />

19:22 P19 – sabe o que eu fiz na semana passada? eu botei um quadro lá da baratinha e <strong>do</strong> João Ratão, de<br />

estórias conhecidas, eu perguntei se conheciam estórias infantis, tem? Qual? eles já tinham mostra<strong>do</strong> para mim<br />

os quadros, e essa? Depois eu perguntei: e essa? Ah essa eu já sei, é da <strong>do</strong>na Baratinha! Vamos fazer? Vamos.<br />

Coloquei na lousa o quadro. Ai está faltan<strong>do</strong> alguma coisa aqui para poder, eles perceberem que só tem um<br />

quadro, que estava incompleto, o que falta para o quadro ficar mais completo. Aí, ela bem baixinho falou para a<br />

outra né, aí a outra falou “não você tem que falar para a professora”, ela falou: “o que está faltan<strong>do</strong> é ela na<br />

janela, a baratinha tem que estar na janela, está cansada tem a moedinha”, menina, olha, é fácil trabalhar, né, ela<br />

sabe, mas a gente sempre fica... incentivan<strong>do</strong>.//<br />

20:37 P17 – tem que investir, tem que investir...<br />

239

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!