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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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1.3.2. O que eu apren<strong>do</strong>? O que o outro aprende? Como aprendemos juntos?<br />

A construção de um <strong>ensino</strong> de qualidade passa ainda pela compreensão de alguns<br />

aspectos relaciona<strong><strong>do</strong>s</strong> à aprendizagem, tais como, conforme aponta Charlot (2001), a<br />

intrínseca relação entre o auto-conceito/auto-estima com o desejo de aprender (aspecto<br />

psicológico da aprendizagem); a relação com o saber como uma aprendizagem<br />

eminentemente social (aspecto sociológico da aprendizagem); e, ainda, a importância da<br />

construção de processos metacognitivos (aspectos didáticos da aprendizagem).<br />

A explicação para alunos que não manifestam o desejo de aprender, ainda segun<strong>do</strong> o<br />

autor, costuma ser atribuida ao próprio indivíduo: é preguiçoso, não está motiva<strong>do</strong>, etc.<br />

Porém, a relação entre “desejo e saber” nos revela características estabelecidas entre essas<br />

pessoas e aquilo que estão tentan<strong>do</strong> ensinar-lhes.<br />

A capacidade e disponibilidade para aprender mantêm uma íntima relação com o auto-<br />

conceito que construímos de nós enquanto aprendentes, a uma percepção positiva construída a<br />

partir das imagens que os demais nos devolvem de nós mesmos, ou seja, quais identidades<br />

construímos como estudantes.<br />

O auto-conceito inclui várias representações que temos de nós mesmos em vários<br />

aspectos (corporais, psicológicos, sociais, morais, etc.), incluin<strong>do</strong> os julgamentos valorativos<br />

(auto-estima). A relação que o aluno vai estabelecer com o conhecimento e com o processo de<br />

aprender está relacionada com seu auto–conceito. Podem situar-se como interlocutores<br />

interessantes aos <strong>professores</strong> e colegas (pessoas competentes, capacitadas para resolver os<br />

problemas que se apresentam) ou, ao contrário (incompetentes, com poucos recursos, inábeis,<br />

etc.). Porém, o auto-conceito – integrante da identidade – não é da<strong>do</strong>, mas aprendi<strong>do</strong>,<br />

construí<strong>do</strong>. A atitude que cada um desenvolve diante <strong>do</strong> desafio de uma nova aprendizagem é<br />

elaborada a partir da “interiorização” das atitudes e das percepções que os outros têm sobre<br />

ele, que os <strong>professores</strong> têm sobre ele e das relações que ele estabelece com os conteú<strong><strong>do</strong>s</strong> das<br />

aprendizagens. Tais interiorizações, que formam o auto-conceito, podem favorecer uma nova<br />

aprendizagem ou mesmo diante de um auto-conceito negativo, tornar a atividade frustrante,<br />

angustiante ou reforçar uma imagem de incompetência. (ZABALA, 2002).<br />

Para que possa sentir-se motiva<strong>do</strong>, desejoso de aprender, de elaborar o conhecimento,<br />

cada aluno necessita de um clima de aprendizagem que favoreça a construção de um auto-<br />

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