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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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Para tanto, organizaremos tais considerações a partir das três perguntas, que também<br />

nortearam to<strong>do</strong> o desenrolar da pesquisa, relacionadas:<br />

às experiências <strong>pedagógica</strong>s que os <strong>professores</strong> consideram de sucesso;<br />

aos critérios que utilizam para considerar a <strong>prática</strong> como adequada, e,<br />

às relações de tais <strong>prática</strong>s com os pressupostos oficiais da educação inclusiva.<br />

Os estu<strong><strong>do</strong>s</strong> realiza<strong><strong>do</strong>s</strong> sobre os pressupostos oficiais da educação inclusiva convergem,<br />

em vários pontos, com o pensamento <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>professores</strong>. A análise <strong><strong>do</strong>s</strong> depoimentos nos revela<br />

que o discurso das professoras, ao relatarem <strong>prática</strong>s consideradas de sucesso, reflete as<br />

discussões acadêmicas recentes, bem como pressupostos oficiais da educação inclusiva em<br />

vários elementos, dentre os quais destacamos: afetividade, planejamento e meto<strong>do</strong>logia de<br />

<strong>ensino</strong>, avaliação da aprendizagem.<br />

A questão da afetividade, destacada pelos <strong>professores</strong>, é expressada através das atitudes<br />

perante as crianças. Ao ensinar os alunos, os <strong>professores</strong> precisam criar um vínculo afetivo<br />

positivo para que uma <strong>prática</strong> <strong>pedagógica</strong> seja adequada, para que o aluno sinta-se aceito e<br />

não rejeita<strong>do</strong> como se fosse uma pessoa que está ali para incomodar ou atrapalhar o<br />

andamento das atividades desenvolvidas na sua sala de aula.<br />

A valorização da afetividade em sala de aula nos remete a uma perspectiva de escola<br />

que compreende a formação <strong>do</strong> aluno para além da transmissão <strong>do</strong> conhecimento, ou seja,<br />

uma escola que se preocupa com a formação para a vida. Revela ainda o envolvimento com<br />

uma finalidade de escola que considera a dimensão interpessoal, ou seja, a necessária<br />

aprendizagem de “saber relacionar-se e viver positivamente com as demais pessoas,<br />

cooperan<strong>do</strong> e participan<strong>do</strong> de todas as atividades humanas com compreensão, tolerância e<br />

solidariedade.” (ZABALA, 2002)<br />

Observamos que tal valorização refere-se ao desenvolvimento de atitudes de<br />

acolhimento para com os alunos, de não permitir discriminações ou o uso de palavras que<br />

possam depreciar a criança, de estabelecer regras de convivência na sala de aula que<br />

possibilitem uma interação saudável entre as crianças e entre criança – adulto. Além disso, a<br />

preocupação em garantir a participação e o interesse nestas atividades também denota a<br />

valorização <strong>do</strong> aspecto afetivo da <strong>prática</strong> <strong>pedagógica</strong>.<br />

A inclusão não se encerra apenas nas questões de afetividade; porém, não há inclusão<br />

sem interação entre as pessoas, sem o estabelecimento de vínculos afetivos que nos permitam<br />

conviver no grupo e construir nossa identidade.

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