A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
incorporá-los ou desconsiderá-los. Permitem a objetivação de um saber forma<strong>do</strong> de to<strong><strong>do</strong>s</strong> os<br />
saberes retraduzi<strong><strong>do</strong>s</strong> e valida<strong><strong>do</strong>s</strong> pela <strong>prática</strong> cotidiana.<br />
Esses saberes, porém, embora considera<strong><strong>do</strong>s</strong> pelos <strong>professores</strong> como fundamentais para a<br />
<strong>prática</strong> <strong>pedagógica</strong> nem sempre são conscientes, nem tampouco reconheci<strong><strong>do</strong>s</strong> por outros<br />
grupos produtores de saberes.<br />
Para que os <strong>professores</strong> possam construir uma nova identidade profissional que os<br />
considere como produtores de saberes e, principalmente, de saberes que ofereçam respostas<br />
aos dilemas e conflitos vivencia<strong><strong>do</strong>s</strong> nos cotidianos, é <strong>fundamental</strong> que tais saberes sejam<br />
reconheci<strong><strong>do</strong>s</strong> e valida<strong><strong>do</strong>s</strong>, para que assim eles conigam reconhecer e valorizar os saberes de<br />
seus alunos.<br />
De acor<strong>do</strong> com Woodward (2000), as identidades se formam dentro de um contexto<br />
cultural constituí<strong>do</strong> de sistemas de representação simbólicos. Tais sistemas de representação<br />
produzem posições de sujeito e nos posicionam em seu interior. É por meio <strong><strong>do</strong>s</strong> significa<strong><strong>do</strong>s</strong><br />
produzi<strong><strong>do</strong>s</strong> pelas representações que conferimos senti<strong>do</strong> à nossa experiência e àquilo que<br />
somos.<br />
Até então, o significa<strong>do</strong> de “ser professor” tem recebi<strong>do</strong> uma marca simbólica que o<br />
desvaloriza, uma vez que não tem o controle e a definição <strong><strong>do</strong>s</strong> saberes curriculares, da<br />
formação profissional e <strong><strong>do</strong>s</strong> saberes disciplinares, e, simultaneamente, os saberes produzi<strong><strong>do</strong>s</strong><br />
por ele e que lhe possibilita um maior <strong>do</strong>mínio profissional – os saberes experienciais, não<br />
obtém o mesmo reconhecimento social e acadêmico.<br />
O reconhecimento <strong><strong>do</strong>s</strong> saberes experienciais <strong>do</strong> professor, uma vez considera<strong><strong>do</strong>s</strong> como<br />
saberes legítimos, permitirá a construção de uma identidade profissional muito diferente<br />
daquela que até então conhecida – a de transmissor de conhecimentos - que pouco o aju<strong>do</strong>u a<br />
alcançar o tão almeja<strong>do</strong> reconhecimento social que espera e deseja.<br />
O reconhecimento de tais saberes experienciais poderá permitir a construção de uma<br />
identidade profissional marcada pela produção <strong>do</strong> saber e não apenas por sua transmissão.<br />
Pode ainda possibilitar a construção de uma identidade profissional mais adequada às<br />
demandas atuais da escola e da sociedade, uma construção identitária que, conforme aponta<br />
Lima (2003), engendre um outro design de poder no desempenho <strong>do</strong> papel profissional,<br />
circular e dinâmico, de caráter relacional.<br />
65