06.05.2013 Views

A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

nem que ela não consegue calcular, ela consegue, só que ela faz com pressa, e aí para ligar o pensamento com<br />

... acompanhar o raciocínio...<br />

33:38 E – É, ao que parece neste caso, ela está precisan<strong>do</strong> <strong>do</strong> apoio da mão para compreender a ideia...<br />

33:42 P4- e tem <strong>do</strong>is pensamentos, a fala e... a...coordenação motora.<br />

33:51 P17 – que nem no caso, você consegue perceber a criança lá pelo meio <strong>do</strong> semestre, aí você começa a<br />

trabalhar melhor com a criança, aí já acaba o ano, e a criança já vai para outro professor que só vai começar a<br />

ter noção de onde ele está mesmo lá para julho, então eu acho assim, se ele pudesse, assim, não é só porque eu<br />

quero, mas eu acho que se a criança ficasse comigo ficaria mais fácil de ajudar porque você já sabe onde ele<br />

está...<br />

34:20 E- deixa eu perguntar uma coisa para vocês, por exemplo, vocês estão dizen<strong>do</strong> que estão conhecen<strong>do</strong><br />

melhor essas crianças a partir <strong>do</strong> 2º semestre, como vocês tem lida<strong>do</strong> com o planejamento de vocês, pelo que<br />

estou perceben<strong>do</strong> da fala de vocês, vocês estão organizan<strong>do</strong> tanto situações específicas como situações da<br />

própria sala, mas como vocês tem feito ao planejar no dia a dia para conciliar as diferentes necessidades?<br />

34:47 P4 – eu sinto mais dificuldade só no comecinho <strong>do</strong> ano, depois eu já pego o jeito, você vai com a criança,<br />

vai conhecen<strong>do</strong>, agora, as crianças que tem uma necessidade especial, você leva mais tempo para poder<br />

conhecer, mas na sala no geral, no comecinho é mais complica<strong>do</strong>...<br />

35:09 E – e como vocês tem lida<strong>do</strong> com o planejamento com tanta diversidade que vocês tem, independente<br />

desta criança com deficiência, a Isaura falou, “eu tenho uns oito’, você disse “eu tenho umas cinco’, a sala tem<br />

uma diversidade, que contém tanto as crianças com deficiência quanto outras diferenças. Como vocês tem<br />

consegui<strong>do</strong> lidar com essa diversidade da melhor forma possível?<br />

35:38 P19 – o que eu planejo para a sala toda, mas naquele dia tem que sentar, naquele dia um pouco mais com<br />

ele...<strong>do</strong> tempo que ele está comigo, eu planejo para ele outros tipos de atividades...<br />

36:01 P17 – mas tem criança Jussara, eu tenho um menino que se chama “X”, ele sabe ler, ele sabe escrever,<br />

faz textos, só que ele não faz nada na sala de aula, ele começa a fazer a atividade, ele começa a copiar algo da<br />

lousa, aí já pára. O que eu acho mesmo que o “X”precisa é de um psicólogo, isso é, eu trabalhei com a mãe, ele<br />

foi aluno meu na 1ª série, eu falava ela não levou, ela achou melhor tirar da 2ª serie da tarde e ficamos falan<strong>do</strong>,<br />

falan<strong>do</strong>, falan<strong>do</strong>, mandamos para o centrinho, até hoje ele não veio para o centrinho, mas é porque ele não é...<br />

não é porque ele não aprende,ele aprende, mas eu acho, não sei...<br />

36:54 E – talvez mais emocional?<br />

36:56 P17 – eu acho que é mais emocional,ela preferiu colocar ele de manhã, pensou assim, eu vou trabalhar de<br />

manhã, já trago ele para a escola, a tarde ele fica em casa, fica comigo, eu vou ajudar. Mas nada. O “X”está este<br />

ano na 4ª série e é meu aluno. Eu peço para a mãe, no começo <strong>do</strong> ano ele chega anima<strong>do</strong>, a gente até consegue<br />

fazer alguma coisa, ai ele começa a conversar, começa a olhar para a caneta, não tem concentração...<br />

37:35 E – a diversidade hoje em sala de aula não é só com a criança com deficiência, lidamos com diferentes<br />

situações que realmente faz o professora pensar em um jeito de funcionar, para fazer com que to<strong><strong>do</strong>s</strong> aprendam...<br />

37:56 P17 mas ele não aceita que eu dê uma atividade em separa<strong>do</strong>. Por exemplo, mais fraca...<br />

38:06 P19 – eu tive um aluno no ano passa<strong>do</strong> que era muito faltoso. Ele tinha muito problema com pai e mãe,<br />

ele tem um tal de x... x... não lembro.<br />

38:16 E – X-frágil?<br />

38:17 P19 – isso, mas eu me apaixonei pela criança, o pai não dava carinho para ele, só que /// nós chegamos<br />

até a ir no sítio onde ele mora, agora eles foram até embora, sempre conversei com ele, eu trabalhava muito<br />

com ele, mas ele não reconhecia nada, nada, nada, ele não reconhecia todas as letras <strong>do</strong> alfabeto. Mas aquele<br />

menino era tão delica<strong>do</strong> e educa<strong>do</strong>... a gente investiu muito na auto-estima dele, no social, sentava ele na frente,<br />

e fiquei emocionada de ver aonde este menino chegou. Este ano, está comigo, a gente fica queren<strong>do</strong> ficar com<br />

ele, e eu fiquei com outra criança bem pior, um outro aluno que no ano passa<strong>do</strong> já tinha si<strong>do</strong> meu também, aí eu<br />

falei esta criança eu trabalhei com ele isso, isso, isso, e ele chegou no final <strong>do</strong> ano, mesmo com todas as faltas<br />

que ele tinha, chegou muito bom. Ele era assim uma criança carente, mas ele é lin<strong>do</strong>, olhos azuis, loiro...<br />

40:15 E- P17- P4 – risos, Ah, risos.<br />

40:17 P19- eu ensinei a ele tu<strong>do</strong>: a comer, a mastigar, tu<strong>do</strong>, ele aprendeu a comer sozinho, nem isso ele fazia,<br />

ele tinha muito pouco em casa...<br />

40:32 E – temos várias necessidades que são referentes a saúde, á assistência social, que deveriam<br />

cumprir este papel de apoio, porém acaba fican<strong>do</strong> um vácuo, e acaba a escola assumin<strong>do</strong> essas funções.<br />

40:41 P19 – é complica<strong>do</strong> a gente interferir nestas coisas, nestas conversas, questões, sabe, mas consegui isso<br />

com ele, aprendeu a comer, escovar os dentes, ai tu<strong>do</strong> bem, foi para outra professora. Só que agora, ele está<br />

bem, a própria professora falou olha, eu não esperava que ele ia aprender tanto assim. Tu<strong>do</strong> o que ela dava para<br />

ele era as atividades da classe, e estas atividades diferentes que o povo fala, mas é ruim isto... (risos) mas ele<br />

tem que saber que hora ele vai colocar tal letrinha e que letrinha, precisa aprender... ele superou tu<strong>do</strong>. Até texto<br />

ele já está saben<strong>do</strong>. Agora ele foi para Santa Catarina, a mãe resolveu ir embora para lá.<br />

41:54 P17 – o “X” ele não é muito problema financeiro, ou coisa assim...<br />

42:00 P19 – mas esse era sim, tinha isso sim...<br />

242

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!