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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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aprendizagens. Mesmo diante de situações semelhantes, tal padronização é impossível. Ao se<br />

confrontar com situações–problema as pessoas investem nelas seus meios intelectuais, seu<br />

capital cultural, interesses, projetos, atitudes, estratégias, etc. Ou seja, diante de uma mesma<br />

situação cada qual ouve, compreende e vê a partir de sua construção subjetiva da realidade e<br />

da experiência (Perrenoud, 2000).<br />

Tal relação é <strong>fundamental</strong> para o professor, pois ao assumir sua função forma<strong>do</strong>ra, ele<br />

precisará compreender o que acontece com o aluno, sua trajetória, sua relação com o saber,<br />

sua maneira de aprender; por outro la<strong>do</strong>, como ele, professor, também constrói suas ideias e<br />

estratégias na resolução de problemas, como se relaciona com o seu saber, e assim, melhor<br />

compreender como medeia as relações de aprendizagem de seus alunos.<br />

É <strong>fundamental</strong> pois, ao professor, tomar consciência de seus saberes, de quanto suas<br />

propostas de <strong>ensino</strong> – conscientes ou inconscientes, possibilitam aos alunos a construção de<br />

estratégias metacognitvas que lhes permita uma ação no mun<strong>do</strong> mais autônoma e crítica, cada<br />

qual a partir de sua subjetividade e possibilidades.<br />

1.3.3. Eu <strong>ensino</strong>... Identidade e saberes <strong>do</strong> professor<br />

A identidade <strong>do</strong> professor na escola tradicional (propedêutico, que pauta sua ação no<br />

<strong>ensino</strong> ao invés de na aprendizagem, modelo de quem tu<strong>do</strong> sabe, que “professa” seu saber<br />

para os alunos, etc.), embora ainda presente no imaginário social, se confronta com as atuais<br />

tensões e expectativas que constituem a vida moderna e com as atuais necessidades de<br />

formação para to<strong><strong>do</strong>s</strong>, preconizadas pela escola.<br />

Conforme aponta Silva (2000), o processo de produção da identidade oscila entre <strong>do</strong>is<br />

movimentos. Se de um la<strong>do</strong> estão aqueles processos que tendem a fixar e a estabilizar a<br />

identidade, de outro estão os que tendem a subvertê-la e a desestabilizá-la. Nesta<br />

desestabilização, a identidade pode ser alterada, mudada, reconstruída.<br />

A escola inclusiva nos remete a uma nova identidade <strong>do</strong> “ser professor”, uma vez que o<br />

modelo até então considera<strong>do</strong> como adequa<strong>do</strong>, normativo, estável, que estabelecia o quê, o<br />

como, o para quem, e o porquê se ensina, pouco responde às exigências da escola atual.<br />

A própria função propedêutica <strong>do</strong> <strong>ensino</strong>, conforme aponta Zabala (2002), tem si<strong>do</strong><br />

objeto de crítica há anos, até mesmo porque se destina a uma minoria de cidadãos - aqueles<br />

que podem ser universitários. Hoje se requer uma educação para o desenvolvimento da<br />

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