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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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entender o texto, fazer perguntas, entender o que os outros estão<br />

perguntan<strong>do</strong> e na hora da mesa e papel, não passava nada para o<br />

papel... Não é engraça<strong>do</strong>?<br />

P1 – Mas se ele entendeu já está avançan<strong>do</strong>... (GD-P1;P11)<br />

Nos relatos acima, as professoras demonstram perceber avanços nos alunos: no<br />

comportamento social ao comer, na compreensão das regras da classe, na “leitura da vida”,<br />

na compreensão oral das leituras realizadas e temas discuti<strong><strong>do</strong>s</strong>, etc., porém, a aprendizagem<br />

em especial a da leitura e escrita, apresenta-se em nível muito distinto <strong>do</strong> espera<strong>do</strong> para o<br />

ano escolar, o que faz com que as aprendizagens alcançadas não recebam o devi<strong>do</strong> valor.<br />

Podemos perceber, pelo relato da professora abaixo, uma consciência inclusive de<br />

outras áreas de conhecimento que nem sempre recebem a devida atenção, em função da<br />

preocupação maior com a escrita:<br />

[...] Eu não sei se a gente fica só preocupada em trabalhar ela para leitura e<br />

escrita e aí você percebe que a matemática parece que... Quan<strong>do</strong> você pára<br />

para ver a matemática, na matemática não cresceu, mas cresceu na leitura e<br />

na escrita. [...] (GD-P4)<br />

Essa preocupação com a aprendizagem da leitura e escrita, que, em alguns casos, causa<br />

angústia nos <strong>professores</strong>, é compreensível, principalmente quan<strong>do</strong> consideramos o papel da<br />

linguagem escrita em nossa sociedade e <strong>do</strong> papel da escola enquanto instituição responsável<br />

pelo <strong>ensino</strong>. Todavia, há de se considerar que a alfabetização e o letramento exigem uma<br />

imersão na cultura escrita que, para além de atividades específicas para a aprendizagem <strong>do</strong><br />

código escrito, possibilite á criança interagir com esse instrumento social na dimensão total<br />

de seu significa<strong>do</strong>: utilizar a escrita e a leitura de maneira funcional, ou seja resgatan<strong>do</strong> o<br />

senti<strong>do</strong> e significa<strong>do</strong> real para o qual o texto é li<strong>do</strong> e escrito. Tal imersão nem sempre é<br />

possibilitada pela escola, e nem sempre está presente na história de vida pessoal e familiar da<br />

criança.<br />

Ao observamos esta questão, constatamos também que o “aprender a aprender” também<br />

não comparece como um aspecto a ser avalia<strong>do</strong> pelas professoras, pois não foi um aspecto<br />

menciona<strong>do</strong> em seus depoimentos.<br />

Além disso, devem ser consideradas as especificidades das dificuldades enfrentadas por<br />

algumas crianças, em especial, aquelas enfrentadas por crianças com deficiência mental. As<br />

diferenças de ritmo de aprendizagem, de capacidade para lidar com generalizações e<br />

abstrações, o subfuncionamento da memória, próprias das pessoas com deficiência mental,<br />

podem dificultar o processo de aprendizagem, mas não são características impeditivas dela.

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