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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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39:46 P1 – é mesmo, Jussara, pode falar, para a gente seria bom...<br />

40:01 E – eu acredito que o que está faltan<strong>do</strong> é vocês confiarem mais em vocês, em olharem mais para<br />

quantas questões <strong>pedagógica</strong>s conseguiram empreender. Com crianças com deficiência mental, temos<br />

que considerar o que é próprio da deficiência, exemplo, a ecolalia que você pontuou da síndrome de<br />

Kabuck, a questão da retenção e da memória ligadas ao que é significativo, não é? É que a gente muitas<br />

vezes fica esperan<strong>do</strong> que caminhe exatamente como os outros, e é diferente o caminhar, caso contrário,<br />

não haveria a deficiência. É uma questão importante de considerar. No fun<strong>do</strong> a gente gostaria muito de<br />

ver um progresso igual ao <strong><strong>do</strong>s</strong> demais...<br />

40:48 P1 – será que essa Síndrome, será que ela chega um dia...bom mas ela já aprendeu né? Você acha que<br />

chega a ficar como os outros??<br />

40:56 E – risos. Não sei. Quem pode dizer onde cada um vai chegar? Isso ninguém sabe, não dá para<br />

prever... temos pessoas com deficiência mental alfabetizadas e criança com deficiência mental que não<br />

consegue se alfabetizar... um da<strong>do</strong> que você colocou que é muito legal, se formos olhar, o fato de ela já<br />

estar relaciona<strong>do</strong> o som e a imagem <strong><strong>do</strong>s</strong> fonemas é um da<strong>do</strong> significativo, muito significativo...<br />

41:29 P1 – a “X” desde o ano passa<strong>do</strong> ela falava A e tu<strong>do</strong> era A, agora não! Tem momentos que percebo que<br />

ela oscila entre silábico e silábico alfabético... as vezes ela coloca três letrinhas em uma sílaba, que tem ligação<br />

com a palavra mesmo, mas você sabe, é o pai é a gente que quer que ela leia, escreva, né...<br />

41:53 E – nós também queremos!! Risos mas não podemos desconsiderar o ritmo de cada criança.<br />

41:56 P1 – eu fiz um trabalho, mais ou menos assim, eu pedi para casa, que estivessem desenhan<strong>do</strong> e<br />

escreven<strong>do</strong> qual seu maior sonho, as outras crianças desenharam aponta<strong>do</strong>r, bicicleta, ela colocou, a mãe, né,<br />

que era aprender a ler e a escrever...risos. E isso me corta o coração.<br />

42:24 E – em nossa sociedade hoje, a leitura e a escrita é muito importante em tu<strong>do</strong>, num merca<strong>do</strong>, em<br />

uma farmácia, realmente cria muitas expectativas <strong><strong>do</strong>s</strong> pais <strong>do</strong> ponto de vista da autonomia que se pode<br />

ter a partir da escrita. Mas também existem pessoas analfabetas que trabalham, conseguem empregos,<br />

conseguem sobreviver.embora o nosso desejo é que quanto mais a criança aprender, maior autonomia<br />

terá e temos que nos organizar da melhor maneira possível para desenvolvê-la.<br />

43:00 P1 – e não dá para deixar perceber a diferença. Ela cresceu também né? Hoje ela vai falar frases, ela<br />

consegue escrever, cobra regras, por exemplo, se alguém falar um palavrão ela fala, olha a boca hein! Cobra a<br />

regra...<br />

43:35 P11 – outra coisa que eu acho importante é que essas crianças possam participar de tu<strong>do</strong> com os outros,<br />

no começo tinha alunos que falavam ele é retarda<strong>do</strong>. E eu fui trabalhar isso na sala, disse que não queria ouvir<br />

mais isso, eu não quero. Eles são iguais a vocês. Se eu fizesse uma atividade de cada criança ir a lousa, ele<br />

também ia. Eu combinava com a classe. O que ele colocar, vai estar certo, e depois a gente arrumava, mas<br />

estava certo. Mas tu<strong>do</strong>, tu<strong>do</strong>, ele participava, eu acho que isso é importante para essas crianças. Eu deixava que<br />

ele colocava <strong>do</strong> jeito dele e depois a gente arrumava, o que eu também fazia com os outros. Ta erra<strong>do</strong>? Vamos<br />

arrumar. Chegava a vez dele, eu nem falava vai “X” ele já ia. Eu falo para ir a lousa por fila, e chegava a vez<br />

dele, ele ia. Eu trabalhei isso com a classe, sem ele perto, eu falei na hora em que ele for na lousa, ele vai<br />

colocar <strong>do</strong> jeito dele, e depois a gente faz a correção, como faço com vocês. E ninguém vai falar nada.<br />

44:42 E – O que você sentiu com as crianças em relação a discriminação, xingamento...<br />

44:53 P1 – no começo, quan<strong>do</strong> ele entrou, eu ouvia, a ele é retarda<strong>do</strong>, mas falei com a classe, fui enérgica com<br />

eles. Acabou isso. Nunca mais ouvi eles falarem. Agora eles falam; agora é sua vez “X” ...<br />

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