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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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Embora possa parecer uma inversão, valorizar afetividade e atitudes é <strong>fundamental</strong> para<br />

que ocorram mudanças. A transformação <strong>do</strong> modelo educativo não ocorre apenas pela via da<br />

racionalidade, mas, sobretu<strong>do</strong>, pela humanização das relações que nele ocorrem.<br />

c) Cobrança de regras de convivência<br />

[ao comentar uma figura de três crianças conversan<strong>do</strong> com um adulto] Que<br />

a escola não seja apenas uma instituição que generosamente venha resolver<br />

os problemas <strong><strong>do</strong>s</strong> porta<strong>do</strong>res de deficiência, acolhen<strong>do</strong>-os, mas que ela<br />

tenha o compromisso de lutar pelo direito de serem iguais nas suas<br />

diferenças. (Q-P16)<br />

Corroboran<strong>do</strong> com as ideias de interação e respeito, encontramos ainda relatos de três<br />

professoras, conforme pode ser observa<strong>do</strong> na Tabela 15 apresentada anteriormente, acerca da<br />

importância da cobrança de regras de convivência também para as crianças com deficiência.<br />

A política de considerar alunos com deficiência café com leite, incapazes de seguir<br />

regras comuns, impossibilita que tais alunos entendam o funcionamento das interações<br />

sociais, além de gerar comportamentos infantiliza<strong><strong>do</strong>s</strong> e inadequa<strong><strong>do</strong>s</strong> justamente por não serem<br />

corrigi<strong><strong>do</strong>s</strong>.<br />

Fierro (1995a), ao discutir alguns mitos em relação às pessoas com deficiência, aponta<br />

algumas ideias equivocadamente difundidas, dentre elas, a da “infância eterna”. Um adulto,<br />

ainda que apresente um desenvolvimento intelectual próximo <strong>do</strong> desenvolvimento espera<strong>do</strong><br />

para crianças com cinco anos de idade, não é, sobre outros aspectos, uma criança dessa idade.<br />

Observa que:<br />

as experiências vividas não passam em vão, mas determinam mudanças na<br />

personalidade, no comportamento e até mesmo na estrutura cognitiva.(...) a<br />

educação <strong><strong>do</strong>s</strong> DM e demais educan<strong><strong>do</strong>s</strong> deve atender não somente os<br />

conhecimentos escolares e outros ou o desenvolvimento da inteligência, senão<br />

to<strong>do</strong> o seu comportamento, o desenvolvimento de seus afetos, de suas<br />

relações sociais e de sua autonomia pessoal. (p.237)<br />

Ao cobrarem as regras básicas de convivência de to<strong><strong>do</strong>s</strong>, tais experiências possibilitam<br />

aos alunos com deficiência não apenas compreender limites e respeito aos colegas, mas,<br />

principalmente, sentirem-se parte de um grupo.

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