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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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Talvez por apresentarem dúvidas sobre se todas as possibilidades de aprendizagem<br />

foram oferecidas ou ainda, por desejarem, embora de maneira velada, que to<strong><strong>do</strong>s</strong> cheguem ao<br />

mesmo nível de aprendizagem no tempo espera<strong>do</strong>, tal situação nos remete, novamente, à<br />

forma como são concebidas as diferenças individuais e a construção identitária <strong>do</strong> ser<br />

professor neste contexto.<br />

Concordamos com Lima (2003) quan<strong>do</strong> ela diz que a inclusão não é uma mera<br />

idealização acadêmica, mas uma construção e reconstrução constante e coletiva de nosso papel e<br />

percurso profissionais [...] no intuito de produzir uma versão possível a respeito de uma realidade<br />

que para<strong>do</strong>xalmente nos encanta e nos assusta – a escola e a sua produção de identidades. (p. 154)<br />

Os critérios a<strong>do</strong>ta<strong><strong>do</strong>s</strong> refletem, assim, o ponto a que o grupo de <strong>professores</strong> chegou até o<br />

momento, o que conseguiram construir a partir da necessidade de mudanças <strong>pedagógica</strong>s que<br />

a realidade impõe.<br />

Na terceira e última pergunta nortea<strong>do</strong>ra deste estu<strong>do</strong>, buscamos compreender a relação<br />

das <strong>prática</strong>s <strong>pedagógica</strong>s citadas com os pressupostos oficiais da educação inclusiva.<br />

A <strong>prática</strong> <strong>pedagógica</strong>, pautada na obediência cega, na repetição e memorização de<br />

conteú<strong><strong>do</strong>s</strong>, no padrão ideal de aluno, de família, de aprendizagem declina a cada dia, diante da<br />

interação com as diferenças, com o inusita<strong>do</strong>, com o imprevisível que a realidade impõe.<br />

Produz nos <strong>professores</strong> sentimentos de perplexidade diante <strong>do</strong> novo, mas também<br />

atitudes de busca, de experimentação, de procura.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, observamos que muitos <strong><strong>do</strong>s</strong> elementos a serem desenvolvi<strong><strong>do</strong>s</strong> pelos<br />

<strong>professores</strong>, de acor<strong>do</strong> com propostas apresentadas em <strong>do</strong>cumentos oficiais ou em<br />

bibliografias recentes da área da educação, são compreendi<strong><strong>do</strong>s</strong> por eles. Mas, há necessidade<br />

de um tempo por meio da vivência para que consigam agir e atingir as metas propostas pelos<br />

<strong>do</strong>cumentos oficiais.<br />

Há, assim, necessidade de estu<strong><strong>do</strong>s</strong> individuais, momentos de formação inicial e<br />

continuada em serviço, da interação com diferentes pessoas e tempo para que tais<br />

conhecimentos possam ser valida<strong><strong>do</strong>s</strong> pela experiência, uma vez que não são transpostos de<br />

forma coerente e organizada para a <strong>prática</strong> <strong>pedagógica</strong>. Apresentam-se ora de maneira<br />

justaposta a atividades com princípios muito diferencia<strong><strong>do</strong>s</strong> ou por vezes antagônicos, ora<br />

organiza<strong><strong>do</strong>s</strong> coerentemente com princípios inclusivos.<br />

Segun<strong>do</strong> Tardif (2007), o saber <strong>do</strong>cente que o professor mobiliza ao desenvolver a<br />

<strong>prática</strong> <strong>pedagógica</strong> não “flutua no espaço” como algo desconecta<strong>do</strong>, mas relaciona-se com sua<br />

identidade, com sua experiência de vida, com sua história profissional, na relação com seus<br />

alunos e demais profissionais da escola, dentre outros. É um saber social, pois é partilha<strong>do</strong> com

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