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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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1. Estan<strong>do</strong> entre colegas da mesma faixa etária e meio social, os jovens<br />

estão mais à vontade para utilizar seu próprio vocabulário durante a<br />

entrevista, desenvolven<strong>do</strong> dessa forma, um diálogo que reflete melhor a<br />

realidade cotidiana;<br />

2. A discussão entre integrantes que pertencem ao mesmo meio social<br />

permite perceber detalhes deste convívio, não capta<strong><strong>do</strong>s</strong> na entrevista<br />

narrativa ou por meio de outra entrevista;<br />

3. Embora a presença <strong>do</strong> pesquisa<strong>do</strong>r e <strong>do</strong> grava<strong>do</strong>r gera uma situação<br />

distinta a de uma conversa cotidiana, os jovens acabam ao longo da<br />

entrevista, travan<strong>do</strong> diálogos interativos bastante próximos daqueles<br />

desenvolvi<strong><strong>do</strong>s</strong> em um outro momento. O entrevista<strong>do</strong>r passa a ser uma<br />

espécie de ouvinte e não necessariamente um intruso no grupo;<br />

4. A discussão em grupo exige um grau de abstração maior <strong>do</strong> que a<br />

entrevista individual uma vez que durante a entrevista os jovens são<br />

convida<strong><strong>do</strong>s</strong> a refletir e a expressar suas opiniões sobre um determina<strong>do</strong><br />

tema. O grupo de discussão pode levar também a conclusões sobre as<br />

quais os jovens ainda não haviam pensa<strong>do</strong> ou pelo menos ainda não<br />

haviam refleti<strong>do</strong> nesse grau de abstração.[...]<br />

5. O grupo pode corrigir fatos distorci<strong><strong>do</strong>s</strong>, posições radicais ou visões que<br />

não refletem a realidade socialmente compartilhada. Estan<strong>do</strong> entre os<br />

membros <strong>do</strong> próprio grupo, os jovens dificilmente conseguirão manter<br />

um diálogo com base em histórias inventadas. (WELLER, 2006, p.8,<br />

versão on-line)<br />

Compreendemos que tais vantagens na utilização <strong>do</strong> grupo de discussão também podem<br />

ser aplicadas a esta pesquisa, pelas seguintes razões:<br />

1. Há de se considerar a especificidade da relação entre <strong>professores</strong> e pesquisa<strong>do</strong>ra. Uma<br />

vez que a pesquisa<strong>do</strong>ra ocupa um cargo de coordenação dentro da Secretaria de<br />

Educação, a relação que se estabelece é permeada por uma relação de autoridade que<br />

não pode ser negligenciada. Em grupos, o comportamento <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>professores</strong> é menos<br />

defensivo, eles se sentem mais fortaleci<strong><strong>do</strong>s</strong>, mais à vontade para falar o que pensam/<br />

vivenciam, o que foi um aspecto decisivo na opção pela a<strong>do</strong>ção deste méto<strong>do</strong>;<br />

2. A discussão realizada pelo grupo, tende a possibilitar que ideias e concepções acerca<br />

<strong>do</strong> que seja uma <strong>prática</strong> inclusiva aflorem com maior naturalidade que nas entrevistas<br />

individuais, poden<strong>do</strong> ser compartilhadas ou refutadas pelo grupo;<br />

3. Permite compreender melhor detalhes e <strong>prática</strong>s comuns, uma vez, que ao ouvir a<br />

companheira, a professora poderá lembrar-se de questões similares, contar detalhes<br />

que lhe pareceriam desnecessários, etc.;<br />

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