A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
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De acor<strong>do</strong> com Selltiz et al (1967), a utilização <strong><strong>do</strong>s</strong> questionários apresenta as seguintes<br />
vantagens: sua natureza impessoal (dada pela padronização de perguntas e de instruções) eles<br />
asseguram certa uniformidade de mensuração; as pessoas podem ter maior confiança em seu<br />
anonimato, sentin<strong>do</strong>-se mais livres para emitir opiniões que temem ver desaprovadas, além de<br />
provocar menos pressão para uma resposta imediata, poden<strong>do</strong> considerar cada aspecto<br />
cuida<strong><strong>do</strong>s</strong>amente.<br />
Através <strong>do</strong> questionário buscou-se compreender aspectos da formação escolar e<br />
profissional <strong>do</strong> sujeito, bem como de seu meio social, como também o relato de uma atividade<br />
proposta <strong>prática</strong> <strong>pedagógica</strong> que tenha atendi<strong>do</strong> ou valoriza<strong>do</strong> a diferença.<br />
O questionário para a coleta <strong><strong>do</strong>s</strong> da<strong><strong>do</strong>s</strong> (Apêndice A, p.181) compôs-se de questões<br />
fechadas (caracterização <strong>do</strong> sujeito: condições de vida pessoal e profissional) e abertas<br />
(descrições de suas <strong>prática</strong>s e experiências exitosas, questões de associação livre).<br />
A técnica da associação livre, muito utilizada em pesquisas sobre representações sociais,<br />
consistiu em utilizar palavras indutoras (procuro/ família/ diferença/ ação/ <strong>prática</strong>), pedin<strong>do</strong><br />
aos sujeitos que completassem frases ou citassem palavras que primeiro lhes viessem à cabeça<br />
a partir delas. A utilização da técnica de associação livre teve por objetivo levantar aspectos e<br />
concepções <strong><strong>do</strong>s</strong> sujeitos que pudessem ser correlaciona<strong><strong>do</strong>s</strong> com os relatos apresenta<strong><strong>do</strong>s</strong>,<br />
enriquecen<strong>do</strong>, desta forma, a análise realizada.<br />
Com a aplicação <strong>do</strong> questionário, foram levanta<strong><strong>do</strong>s</strong> os pontos a ser resgata<strong><strong>do</strong>s</strong> nas<br />
entrevistas grupais.<br />
A opção pela utilização de entrevistas grupais <strong>do</strong> tipo “grupos de discussão” nos pareceu<br />
a mais apropriada, haja vista que pretendíamos buscar, no grupo de <strong>professores</strong>,<br />
características das <strong>prática</strong>s <strong>pedagógica</strong>s que eles consideram as mais adequadas, e que, nem<br />
sempre estão conscientes ou devidamente articuladas no plano individual. Gaskell (2002),<br />
aponta que as pesquisas sobre entrevistas grupais mostram que:<br />
Na situação grupal, a partilha, o contraste de experiências constrói um<br />
quadro de interesses e preocupações comuns que, em parte experienciadas<br />
por to<strong><strong>do</strong>s</strong>, são raramente articuladas por um único indivíduo. O grupo é<br />
antes mais como uma novela, uma perspectiva sobre a vida cotidiana<br />
mostrada apenas quan<strong>do</strong> se assiste a to<strong>do</strong> o programa e não apenas pela<br />
contribuição de um único ator. (p. 77)<br />
Weller (2006), ao analisar o uso <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> grupo de discussão em sua pesquisa com<br />
jovens pertencentes ao movimento hip hop nas cidades de São Paulo e Berlim, aponta<br />
vantagens na utilização desse méto<strong>do</strong>. Para ela:<br />
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