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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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Em um curto espaço de tempo, podemos perceber uma revisão conceitual a esse<br />

respeito. De forma para<strong>do</strong>xal, é no <strong>do</strong>cumento destina<strong>do</strong> a discutir o atendimento educacional<br />

especializa<strong>do</strong>: Educação Inclusiva: Atendimento Educacional Especializa<strong>do</strong> para Deficiência<br />

Mental (2005), que aparece uma explicitação da inadequação da utilização das adaptações<br />

curriculares no <strong>ensino</strong> comum:<br />

O desconhecimento e a busca de soluções imediatistas para resolver a<br />

premência da observância <strong>do</strong> direito de to<strong><strong>do</strong>s</strong> a educação fez com que<br />

algumas escolas procurassem soluções paliativas, que envolvem to<strong>do</strong><br />

tipo de adaptação: de currículos de atividades, de avaliação, de<br />

atendimento em sala de aula que se destinam unicamente aos alunos com<br />

deficiência. Essas soluções continuam manten<strong>do</strong> o caráter substitutivo da<br />

Educação Especial, especialmente quan<strong>do</strong> se trata de alunos com<br />

deficiência mental.<br />

Tais <strong>prática</strong>s adaptativas funcionam como um regula<strong>do</strong>r externo da<br />

aprendizagem e estão baseadas nos propósitos e procedimentos de <strong>ensino</strong><br />

que decidem “o que falta” ao aluno de uma turma de escola comum. Em<br />

outras palavras, ao adaptar currículos, selecionar atividades e formular<br />

provas diferentes para alunos com deficiência e/ou dificuldades de aprender,<br />

o professor interfere de fora, submeten<strong>do</strong> os alunos ao que supõe que eles<br />

sejam capazes de aprender. (BRASIL, 2005b, p.13, grifo nosso)<br />

Neste mesmo <strong>do</strong>cumento, percebemos ainda uma definição pontuada, coerente com<br />

grande parte das ideias preconizadas nos PCNs, acerca <strong>do</strong> fazer pedagógico basea<strong>do</strong> na<br />

<strong>prática</strong> inclusiva:<br />

As <strong>prática</strong>s escolares que permitem ao aluno aprender e ter reconheci<strong><strong>do</strong>s</strong> e<br />

valoriza<strong><strong>do</strong>s</strong> os conhecimentos que é capaz de produzir, segun<strong>do</strong> suas<br />

possibilidades, são próprias de um <strong>ensino</strong> escolar que se distingue pela<br />

diversidade de atividades [...] As atividades não são graduadas, para<br />

atender a níveis diferentes de compreensão e estão disponíveis na sala<br />

de aula para que seus alunos as escolham livremente, de acor<strong>do</strong> com o<br />

interesse que têm por elas. [...] a <strong>prática</strong> escolar inclusiva provoca<br />

necessariamente a cooperação entre to<strong><strong>do</strong>s</strong> os alunos e o reconhecimento de<br />

que ensinar uma turma é, na verdade, trabalhar com um grande grupo e com<br />

todas as possibilidades de se subdividi-lo. [...] O aluno com deficiência<br />

mental participa igualmente de to<strong><strong>do</strong>s</strong> esses momentos: planejamento,<br />

execução, avaliação e socialização”. (BRASIL, p. 14, 15, grifo nosso)<br />

Diante de tais apontamentos, percebemos que os <strong>do</strong>cumentos oficiais, além de<br />

elencarem princípios e orientações gerais, explicitam estratégias e procedimentos pedagógicos<br />

que podem auxiliar o professor ao lidar com as diferenças na sala de aula, que também<br />

apresentam contradições. Na premência por atender a to<strong><strong>do</strong>s</strong>, as soluções pautadas nas<br />

adaptações curriculares não foram preconizadas apenas pelas escolas, mas disseminadas<br />

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