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A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental

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Quan<strong>do</strong> as finalidades <strong>do</strong> <strong>ensino</strong> estão voltadas para o desenvolvimento de todas as<br />

capacidades <strong>do</strong> ser humano, para que cada aluno possa usar <strong><strong>do</strong>s</strong> conhecimentos de que dispõe<br />

para aprender mais, para enfrentar desafios e resolver problemas da realidade, é<br />

imprescindível que ele desenvolva uma consciência <strong>do</strong> que sabe, de como fez para aprender.<br />

A atividade mental não pode ficar reduzida à exclusiva ação compreensiva,<br />

pois para que a aprendizagem seja o mais profunda possível, será necessário<br />

que além disso exista uma reflexão sobre o próprio processo de<br />

aprendizagem. Os alunos não aprendem somente conteú<strong><strong>do</strong>s</strong> que procedem<br />

das diferentes áreas <strong>do</strong> conhecimento, mas também aprendem a controlar e<br />

a melhorar o próprio processo por meio <strong>do</strong> qual aprendem. [...] as crianças<br />

necessitam de uma série de estratégias metacognitivas que lhes permitam<br />

assegurar o controle pessoal sobre os conhecimentos que vão adquirin<strong>do</strong>,<br />

assim como seus próprios processos que vão realizan<strong>do</strong>–se na<br />

aprendizagem. (ZABALA, 2002, p. 114)<br />

Cada aluno constrói estratégias diferentes para aprender, para superar suas dificuldades,<br />

para compreender o que lhe é proposto. O desenvolvimento de estratégias metacognitivas é<br />

importante na medida em que elas propiciam maior autonomia intelectual ao aluno. Isso<br />

implica construir significa<strong><strong>do</strong>s</strong> acerca das técnicas para aprender que ele considera mais<br />

apropriadas para si, para o momento específico que vive e para o dilema a enfrentar, o que<br />

permitirá auto-avaliar a sua aprendizagem.<br />

Conforme aponta Perrenoud (2000), a capacidade intelectual de relacionar <strong>do</strong>is<br />

contextos, apreciar suas semelhanças e diferenças, encontrar senti<strong>do</strong> em uma situação,<br />

reutilizar um conhecimento em outro contexto, etc., provém da capacidade <strong>do</strong> indivíduo de<br />

transferir. A transferência de conhecimentos de uma situação para outra, porém, não é um<br />

processo espontâneo, só ocorren<strong>do</strong> se houver intencionalidade, se o indivíduo for<br />

deliberadamente trabalha<strong>do</strong> para isso. Implica o desenvolvimento de atividades<br />

metacognitivas ao longo de to<strong>do</strong> o processo de aprendizagem, através das quais os alunos<br />

possam sentir confiança em seus próprios recursos, em sua capacidade de encontrar,<br />

selecionar, integrar e coordenar os recursos cognitivos de que dispõem.<br />

Há de se considerar, portanto, que aprender é uma ação eminentemente individual, na<br />

medida em que entrará em jogo a estrutura cognitiva construída pelo sujeito e sua forma de<br />

interação com o mun<strong>do</strong> e, em especial, a sua forma de interação com o saber possibilita<strong>do</strong> /<br />

provoca<strong>do</strong> pela escola.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, ressalta-se que, embora aprender seja uma ação eminentemente<br />

individual, a ação de ensinar é uma ação coletiva, voltada para um grupo, através de<br />

diferentes formas de interação e possibilidades de trabalho, e que nunca padronizará as<br />

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