A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Como coordena<strong>do</strong>ra <strong>pedagógica</strong>, ao lidar com questões de formação continuada em<br />
serviço na área da inclusão escolar, me deparo ainda com contradições, estagnações, debates<br />
acalora<strong><strong>do</strong>s</strong>, situações conflituosas nas quais as respostas sobre o quê fazer, o como fazer para<br />
cada sala de aula e para cada criança estão no foco central. Nesses momentos, reflito sobre<br />
minha experiência como professora: o que faria se estivesse naquele momento, com aquela<br />
situação? Que recursos usaria?<br />
Nessas circunstâncias, percebo também os avanços, as saídas, as superações pensadas<br />
pelos <strong>professores</strong> que hoje estão no dia-a-dia. Quantas não foram as propostas apresentadas e<br />
“tidas como certas” que fracassaram e quantas <strong>prática</strong>s que muitos considerariam como<br />
“inadequadas” acabaram por valorizar a diferença <strong><strong>do</strong>s</strong> alunos? O que “é certo” numa situação<br />
nova ainda não implantada ou vivida coletivamente?<br />
A cada dia, sinto a necessidade de conhecer os avanços e, principalmente, como e o que<br />
o professor tem considera<strong>do</strong> como avanço neste caminhar, compreender as <strong>prática</strong>s<br />
consideradas acertos e/ou as “meias-verdades” construídas, ou seja, que saberes ele construiu<br />
para lidar com as diferenças na sala de aula.<br />
Cumpre dizer ainda que o recorte da deficiência mental foi inicialmente destaca<strong>do</strong> por<br />
tratar-se de uma grande diferença, ou seja, pelo fato de os <strong>professores</strong> apontarem muitas<br />
dificuldades em incluir alunos com essa característica.<br />
Incluir as pessoas com deficiência mental é um <strong><strong>do</strong>s</strong> maiores desafios <strong><strong>do</strong>s</strong> atores da<br />
escola haja vista que a meta principal <strong>do</strong> sistema escolar é a construção <strong>do</strong> conhecimento. As<br />
crianças com deficiência mental lidam com o conhecimento e evidenciam suas capacidades<br />
intelectuais de maneira muito diversa <strong><strong>do</strong>s</strong> padrões espera<strong><strong>do</strong>s</strong> pela escola (BRASIL, 2005b). O<br />
<strong>ensino</strong> pauta<strong>do</strong> em atividades mecânicas, repetitivas, desprovi<strong>do</strong> de significa<strong><strong>do</strong>s</strong>, que<br />
desconsidera os diferentes pontos de partida ou que pouco possibilita a interação entre alunos<br />
e entre aluno – conhecimento, pouco contribuirá para que os alunos com essas características<br />
aprendam. Nem para eles, que por sua própria condição enfrentam um grande obstáculo e<br />
tampouco os outros.<br />
No entanto, esclareço que não preten<strong>do</strong> nessa pesquisa discutir as especificidades da<br />
deficiência mental, uma vez que não é esse o foco. Atender as diferenças na sala de aula,<br />
valorizan<strong>do</strong> suas múltiplas manifestações independe se estas diferenças ocorrem por quadros<br />
de deficiência, de dificuldades de aprendizagem, de contexto cultural /social / econômico, de<br />
questões de etnia, de gênero, etc. O trabalho foi realiza<strong>do</strong> com as professoras que trabalham<br />
com alunos com deficiência mental, pois até o momento, incluir alunos com deficiência<br />
mental é um <strong><strong>do</strong>s</strong> desafios no processo de inclusão.<br />
24