A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
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E foi muito interessante porque, qual a atividade que deu certo, foi<br />
realmente dentro <strong>do</strong> grupo, porque ele fazia dentro <strong>do</strong> grupo, mas ele fazia,<br />
ele via o jeito que os outros estavam fazen<strong>do</strong> e procurava fazer foi<br />
muito, muito bom mesmo. Eu acho até que ainda tenho lá o livro dele. E<br />
cada coisa que ele fazia eu perguntava: o que você fez, o que é isso. (GD-<br />
P2 – grifo nosso)<br />
é engraça<strong>do</strong> que no início, quan<strong>do</strong> você pega no início <strong>do</strong> ano, e quan<strong>do</strong><br />
chega no final <strong>do</strong> ano eles estão show, você não tem aquela preocupação<br />
mais, eu percebi assim na “X” que quan<strong>do</strong> eu dava assim alguma atividade<br />
assim que ela percebia que... não sei o que ela percebia ali ela ficava meio<br />
assim, mas depois que ela se familiarizava assim com a atividade, eu acho<br />
que ela sentia segurança, né, aí ela ia lá, toda a toda, mas assim quan<strong>do</strong> ela<br />
percebia assim que ela ia ter dificuldades, sabe, aí, eu voltava, explicava,<br />
tinha os outros coleguinhas (GD – P6 – grifo nosso)<br />
A interação na realização das atividades permite à criança socializar seu pensamento, ou<br />
seja, ao ver o “jeito que os outros estavam fazen<strong>do</strong>” e também fazer, os alunos compartilham<br />
estratégias pessoais para a resolução de problemas, e vivenciam, por vezes através da<br />
imitação, a oportunidade de concluir uma tarefa com sucesso.<br />
Figueire<strong>do</strong> e Gomes (2007), ao analisarem o processo de construção da leitura e escrita<br />
<strong><strong>do</strong>s</strong> alunos com deficiência mental, apontam que aqueles que interagem melhor com seus<br />
<strong>professores</strong> e com seus pares “apresentam melhores resulta<strong><strong>do</strong>s</strong> se compara<strong><strong>do</strong>s</strong> àqueles que<br />
têm dificuldades nas suas formas de interação. Parece que a relação com o conhecimento está<br />
ligada à forma de relação com o outro”. (p.68)<br />
Na construção <strong>do</strong> pensamento e de outras funções psicológicas superiores, encontramos<br />
ainda na obra de Vygotsky considerações importantes acerca <strong>do</strong> papel das interações sociais<br />
neste processo:<br />
Para Vygotsky, as funções psicológicas superiores, típicas <strong>do</strong> ser humano,<br />
são por um la<strong>do</strong> apoiadas nas características biológicas da espécie humana<br />
e, por outro la<strong>do</strong>, construídas ao longo de sua história social. Como a<br />
relação <strong>do</strong> indivíduo com o mun<strong>do</strong> é mediada pelos instrumentos e<br />
símbolos desenvolvi<strong><strong>do</strong>s</strong> no interior da vida social, é enquanto ser social que<br />
o homem cria suas formas de ação no mun<strong>do</strong> e as relações complexas entre<br />
suas várias funções psicológicas [...] a inserção <strong>do</strong> indivíduo num<br />
determina<strong>do</strong> ambiente cultural é parte essencial de sua própria constituição<br />
enquanto pessoa. É importante pensar o ser humano priva<strong>do</strong> <strong>do</strong> contato com<br />
um grupo cultural que lhe fornecerá os instrumentos e signos que<br />
possibilitarão o desenvolvimento das atividades psicológicas mediadas,<br />
tipicamente humanas. (OLIVEIRA, 1998, p.79)<br />
O contato com o outro, a interação mediada pelos signos (em especial a linguagem em<br />
todas as suas formas de manifestação: oral, gestual, escrita, pictórica etc.) possibilitam ao