A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
166<br />
Como citamos, não encontramos depoimentos que explicitassem se tais ações<br />
ocorreram. A não-explicitação nos sugere, porém, que, caso tenham ocorri<strong>do</strong>, não se<br />
constituíram em “certezas” profissionais.<br />
Assim, nesta questão, acreditamos ser relevante retomar com os <strong>professores</strong> a reflexão<br />
sobre a importância de tal conduta na <strong>prática</strong> <strong>pedagógica</strong>.<br />
Na construção <strong>do</strong> “aprender a aprender” a avaliação media<strong>do</strong>ra é imprescindível, na<br />
medida em que possibilita ao aluno perceber como fez, porque o fez daquela maneira e qual o<br />
resulta<strong>do</strong> obti<strong>do</strong>.<br />
Conforme cita Zabala (2002), as avaliações não podem servir como meios de<br />
comparação entre alunos, mas, sim, para obter conhecimentos <strong>do</strong> processo segui<strong>do</strong> apontan<strong>do</strong><br />
caminhos para ações futuras. A avaliação da aprendizagem ganha importância ao possibilitar<br />
a valorização das capacidades e esforços utiliza<strong><strong>do</strong>s</strong>, ao fomentar no aluno o desejo por<br />
continuar aprenden<strong>do</strong>. É necessariamente uma tarefa a ser desenvolvida conjuntamente pelo<br />
professor e alunos. O autor cita a proposta de Tapia e Monteiro (1990, apud ZABALA 2002)<br />
para o direcionamento da avaliação:<br />
Antes: orientar a atenção <strong><strong>do</strong>s</strong> sujeitos para o processo de solução mais que<br />
para o resulta<strong>do</strong>.<br />
Durante: orientar a atenção <strong><strong>do</strong>s</strong> sujeitos para a busca e comprovação de<br />
possíveis meios para superar dificuldades, com o objetivo de que evitem<br />
pensar que não podem superá-las.<br />
Depois: 1) informar sobre o correto ou incorreto <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>, mas<br />
centran<strong>do</strong> a atenção no processo segui<strong>do</strong> e no valor <strong>do</strong> incremento de<br />
competência conseguida se o resulta<strong>do</strong> foi um êxito; 2) facilitar a<br />
atribuição <strong><strong>do</strong>s</strong> resulta<strong><strong>do</strong>s</strong> a causas percebidas como internas, modificáveis<br />
e controláveis, especialmente se são fracassos. (p.124)<br />
A avaliação media<strong>do</strong>ra da aprendizagem, de caráter forma<strong>do</strong>r, conforme aponta<br />
Hoffmann (2003), deve, pois, incentivar e valorizar a participação da criança, avalian<strong>do</strong>-o a<br />
partir das atividades cotidianas e não apenas de provas, consideran<strong>do</strong> a participação oral,<br />
dentre outros, analisan<strong>do</strong> as diferenças individuais e empreenden<strong>do</strong> situações em que os<br />
alunos possam mostrar o que sabem, da forma como conseguem.<br />
A avaliação com objetivo classificatório, centrada unicamente na medição e constatação<br />
<strong>do</strong> quanto os alunos aprenderam, em nada contribui para que, efetivamente, as dificuldades<br />
sejam superadas. Do ponto de vista de uma nova concepção de escola, <strong>do</strong> ser professor, <strong>do</strong><br />
<strong>ensino</strong> e da aprendizagem, a avaliação realizada cotidianamente, ou com o intuito de<br />
compreender o que o aluno sabe para auxiliá-lo a aprender mais, valorizan<strong>do</strong> as diferentes<br />
maneiras de se expressar, são indícios importantes de um movimento de mudança.