A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
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de qual natureza forem, necessitam de uma ação <strong>pedagógica</strong> sistemática em sala de aula, uma<br />
vez que ensinar e desenvolver o conteú<strong>do</strong> curricular não é tarefa <strong><strong>do</strong>s</strong> atendimentos clínicos<br />
nem tampouco <strong>do</strong> atendimento educacional especializa<strong>do</strong>.<br />
Ainda que os atendimentos clínicos e o atendimento educacional especializa<strong>do</strong> possam<br />
colaborar numa dimensão subjetiva e pessoal <strong>do</strong> processo de conhecimento, é importante<br />
esclarecer que são os profissionais <strong>do</strong> <strong>ensino</strong> regular os responsáveis por escolher as melhores<br />
estratégias e a forma de abordar cada conteú<strong>do</strong>, de maneira que cada criança possa<br />
compreendê-lo, instigan<strong>do</strong> o interesse e a motivação através de atividades significativas.<br />
Para resolver o problema <strong>do</strong> fracasso escolar, Perrenoud (2000a) alerta que não basta<br />
encarregar-se <strong>do</strong> aluno pessoalmente, através de um atendimento individualiza<strong>do</strong>,<br />
transforman<strong>do</strong> a aula em uma relação dual, multiplican<strong>do</strong> as “aulas particulares”. Tal medida<br />
nem é possível nem tampouco desejável. O referi<strong>do</strong> autor salienta que não basta mostrar-se<br />
totalmente disponível para um aluno, mas principalmente compreender o motivo de suas<br />
dificuldades e saber como superá-las. Além disso, ressalta ainda que certas aprendizagens só<br />
ocorrem em virtude das interações sociais, tanto por favorecer situações comunicativas como<br />
por provocar conflitos cognitivos e cooperação, principalmente em espaços onde se vença a<br />
“tentação” de dividir alunos em grupos homogêneos ou de recriar grupos supostamente<br />
passíveis de mesmo “tratamento”. A sala de aula é um espaço, pois, de aprendizagem<br />
coletiva.<br />
Tais situações nos permitiram perceber o desafio lança<strong>do</strong> pela inclusão: implica<br />
mudança de paradigma educacional, numa mudança <strong>pedagógica</strong> que não se encerra com as<br />
orientações específicas para os casos de deficiência, nem tampouco com atendimentos<br />
clínicos, mas sim com a valorização das diferenças. Implica ruptura com as ideias e<br />
expectativas acerca de aluno “normal”: padroniza<strong>do</strong>, idealiza<strong>do</strong>, abstrato, só existente no<br />
imaginário.<br />
Essa pesquisa possibilita, pois, tanto produzir conhecimento acerca <strong>do</strong> processo de<br />
construção de uma escola que atenda as diferenças como, através <strong>do</strong> conhecimento das<br />
<strong>prática</strong>s que vêm sen<strong>do</strong> desenvolvidas e das reflexões desencadeadas, possibilitar novos<br />
olhares em minha ação como coordena<strong>do</strong>ra <strong>pedagógica</strong>.<br />
A seguir explicito a justificativa e os objetivos que nortearam o desenvolvimento dessa<br />
pesquisa, baseada em leis e pesquisa<strong>do</strong>res que influenciaram esta investigação.<br />
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