A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
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6:13 P4 – Não assim ela ficar com o aluno. A gente conhece melhor a criança, sabe em que situação ele está...<br />
6:13 P17 – você que conhece o aluno, o que sabe...<br />
6:28 P17 – mas se for assim para ajudar a criança, você veja assim o caso da “X”. Eu já tive a “X” faz um<br />
tempo já, foi depois <strong>do</strong> “X”. A “X” tinha paralisia cerebral [hemiplegia] <strong>do</strong> la<strong>do</strong> direito, eu, ela conseguiu<br />
aprender a escrever com a mão esquerda que ela não tinha <strong>do</strong>mínio, eu agradeço muito a ajuda dessa estagiária<br />
<strong>do</strong> Cefam. Uma estagiária <strong>do</strong> Cefam. Ela sentava com ela, explicava, pois a “X” chorava que a mão <strong>do</strong>ía, e ela<br />
tinha dificuldades de concentração também, ela queria escrever, e to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> falava: ela não vai fazer a letra<br />
cursiva, mas eu falava, vai, ela vai fazer! Mas ela chorava, as crianças falavam, prô, ela está choran<strong>do</strong>, e eu<br />
falava antes ela chorar hoje <strong>do</strong> que chorar mais tarde. Mas ela conseguiu. E eu agradeço muito a ajuda dessa<br />
estagiária...<br />
7:23 E - O quê vocês percebem, no caso, vocês tem posições distintas, mas, vocês percebem que é a<br />
presença de alguém o tempo to<strong>do</strong> com essas crianças ou é a atividade que essas pessoas traziam?<br />
7:39 P17 – Não, ela não trazia nenhuma atividade, as atividades eram as minhas atividades. e a “X” eu nunca<br />
dei atividades diferenciadas para ela, ela tinha capacidade de aprender, o problema maior da “X” era social,<br />
muita proteção e pouca concentração, mas as atividades eram normais. Todas as atividades que eu dava, eu<br />
nunca, eu nunca...assim, lá tem também o “X”. Eu <strong>do</strong>u assim algumas atividades diferenciadas para o “X”, mas<br />
todas as atividades que eu <strong>do</strong>u em sala de aula, no primeiro momento eu tinha 32 alunos eu xeroquei 32<br />
atividades, aí sobrou uma, e eu falei: mas quem faltou? Aí as crianças assim: ninguém! Mas como sobrou uma<br />
se eu preparei 32? Se to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> ganhar uma, tem 32. e eu falei: ergue a mão quem ganhou. E ele não ergueu<br />
a mão. Aí eu falei por que você não ganhou? Porque não me deram. E porque vocês não deram [atividade] para<br />
o “X”? mas a gente não dá atividade para o “X” da classe! O “X” ganha atividade diferente. Aí eu falei não, ele<br />
vai fazer a mesma atividade que vocês, ele faz igual? Não, ele faz uma parte junto com as crianças e depois eu<br />
aproveito a mesma atividade e faço mais fácil para ele. Mas ele recebe. O que eu percebi que ele aprendeu<br />
melhor, ele não se sente discrimina<strong>do</strong>...o ano anterior, o tempo inteiro que eu vi o outro caderno dele só tinha lá<br />
palavras para completar. Eu não gosto de dar nada para completar!!<br />
9:21 P19 – è, mas depen<strong>do</strong> a gente pode dar uma atividade assim, dependen<strong>do</strong> da criança.<br />
9:23 P17 - Ah não!eu não faço mesmo.<br />
9:23 P19- Ah, mas ela tem que ouvir... eu também trabalho com jogos, jogos, é...<br />
9:22 –P17- Assim, eu trabalho mais assim, eu <strong>do</strong>u cruzadinha, um la<strong>do</strong> eles completam e eles escrevem, eu<br />
man<strong>do</strong> eles escolherem três ou quatro figuras, e aí eles tem que saber, bom..., e fazer frases, eu gosto de dar<br />
frases. Agora ele já consegue. Ele tem bastante dificuldades de aprendizagem, ele está na 4ª série e agora que<br />
ele está silábico... ele está assim silábico- alfabético, tá quase assim, alfabetiza<strong>do</strong>. Mas foram feitos muitos //<br />
para ele poder entender, é to<strong>do</strong> dia frase, eu <strong>do</strong>u figuras para ele escrever o que está acontecen<strong>do</strong>, mas eu não<br />
gosto sabe, daquelas atividades de completar palavras, eu não gosto.<br />
10:33 P19- mas eu faço...<br />
(tumulto)<br />
10:34 E – calma gente, não estamos lidan<strong>do</strong> aqui com certo-erra<strong>do</strong>. Está é uma questão que eu quero<br />
discutir: o que vocês tem feito e percebem que deu certo, independente <strong>do</strong> que pode ser considera<strong>do</strong> certo<br />
ou erra<strong>do</strong>.<br />
10:50 P4 – mas eu penso o seguinte, eu penso que é muito importante o motivo para que ele está fazen<strong>do</strong><br />
aquela coisa, eu acho <strong>fundamental</strong>. Até o ano passa<strong>do</strong> a minha aluna, eu falo para a “Y”[professora], eu fiquei<br />
<strong>do</strong>is anos com ela e eu fiquei encantada, só que tem aquele problema. Eu não sei se a gente fica só preocupada<br />
em trabalhar ela para leitura e escrita e aí você percebe que a matemática parece que... Quan<strong>do</strong> você pára para<br />
ver a matemática, na matemática não cresceu, mas cresceu na leitura e na escrita. Eu realizei o ano passa<strong>do</strong> o<br />
projeto e o projeto contava com tiras e quadrinhos, e eu lembro o que ela fez, então cada um, primeiro foi<br />
trabalha<strong>do</strong> todas as características das estórias em quadrinhos, personagens, eu lia muito, muito, histórias em<br />
quadrinhos, muitas tirinhas né, e eles já saben<strong>do</strong> que produto final seria montar um álbum com a tira de cada<br />
aluno. Aí chegou a hora de cada aluno montar sua tira, e é nessa hora que eu ouvia, “ai! Eu não sei”, eu não sei.<br />
Ah, eu falava sabe sim! To<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> sabe, vamos lá, e aí você parte primeiro pelo desenho, pois vão primeiro<br />
desenhar a história , então to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> fez, e olha que lá eu tinha cinco crianças, tinha um comprova<strong>do</strong> que era<br />
hiperativo, tinha ela que tinha déficit de atenção e atraso mental, <strong>do</strong>is a três anos, tinha um que estava em<br />
avaliação aqui no centrinho, tinha um repetente que perdeu to<strong>do</strong> o trabalho porque não frequentava, e não se<br />
tratava, e tinha aluno que tinha muita dificuldade ... Então eu tinha assim cinco crianças com problemas bem<br />
difíceis, né.<br />
12:40 P17 – eu já tive oito, oito crianças com dificuldades, mais assim...<br />
12:41 P4 - ...aí eu percebi assim que essas crianças quan<strong>do</strong> eu falava assim vamos escrever, até eu terminar de<br />
falar, quan<strong>do</strong> eu cheguei tinha criança que falava assim para o meu hiperativo, eu, ...aí quan<strong>do</strong> eu falava para<br />
escrever, ele ia para o la<strong>do</strong>, ai eu fui lá e peguei uma gravura para ele escrever, e ele foi escrever sozinho. Eu<br />
lembro até hoje que era uma gravura <strong>do</strong> mar, como se fosse uma represa e que estava mergulhan<strong>do</strong>, ai ele<br />
escreveu, to<strong>do</strong> <strong>do</strong> jeito dele realmente tinha assim bastante jota, bastante letra, bastante... ai eu falei assim: o<br />
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