A prática pedagógica dos professores do ensino fundamental
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problema temos que acessar nossos conhecimentos anteriores e coordená-los a novos<br />
conhecimentos através de diferentes vias: pela via perceptiva: ven<strong>do</strong>, tocan<strong>do</strong>, sentin<strong>do</strong>; pela<br />
ação: agin<strong>do</strong> concretamente nos recordamos de algo que já fizemos antes; pela via conceitual:<br />
coordenan<strong>do</strong> imagens, ideias, palavras já conhecidas.<br />
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Assim, nossa compreensão da realidade é fruto da interação destas diferentes vias<br />
(perceptivas, das ações, conceituais) com o novo conhecimento.<br />
Outro benefício aponta<strong>do</strong> pelas professoras na utilização de tais estratégias refere-se à<br />
“fixação de conteú<strong><strong>do</strong>s</strong>”, ou seja, a “retenção na memória” <strong><strong>do</strong>s</strong> conteú<strong><strong>do</strong>s</strong> trabalha<strong><strong>do</strong>s</strong>,<br />
conforme apontam as professoras P10 e P17:<br />
Usamos papel recicla<strong>do</strong>, tinta, cola, palitos para confecção de arvores,<br />
isopor, <strong>do</strong>bradura, carrinhos, confecção de casinhas, etc. Ao final desse<br />
trabalho, os alunos conseguiram fixar tu<strong>do</strong> sobre o assunto. O que não<br />
tinha aconteci<strong>do</strong> anteriormente quan<strong>do</strong> trabalhamos lousa e giz. A<br />
aluna DM também deu muito retorno de que aprendeu sobre o assunto,<br />
apesar de não conseguir escrever.(Q-P10 – grifo nosso)<br />
Aí eu gosto de multiplicação, eu falo para eles assim, 2 vezes 2.(...) peço<br />
para desenhar: <strong>do</strong>is quadradinhos com duas bolinhas dentro. Aí você conta<br />
dá quatro. Então aqui embaixo é quantos quadradinhos você tem que<br />
colocar, aqui em cima, o número de bolinhas... aí o <strong>do</strong>is estava muito<br />
pouco. Agora eu coloco 3 vezes 5, coloco 4vezes 4 né... [...] Dessa forma<br />
ele consegue entender isso. (GD – P17)<br />
Percebe-se ainda no relato da professora P10 que, embora haja o desejo pelo registro da<br />
aprendizagem através da escrita, isso não foi impeditivo para a valorização de outras formas<br />
de expressão que a criança conseguiu apresentar. Percebemos também uma certa auto-<br />
avaliação da professora, ao citar que esta aprendizagem foi bem melhor <strong>do</strong> que a anterior,<br />
quan<strong>do</strong> trabalhou com “lousa e giz”.<br />
Ao proporem atividades com materiais diversos que possam despertar o interesse <strong>do</strong><br />
aluno, seja pela característica <strong>do</strong> objeto ou mesmo pela característica da temática, nem sempre<br />
os <strong>professores</strong> têm convicção de que elas poderão facilitar a aprendizagem, ou mesmo <strong>do</strong> que<br />
precisam fazer para proporcionar aprendizagens em tais atividades.<br />
Cabe repensar, nestes casos, a finalidade da atividade, a participação da criança nos<br />
momentos de planejamento e execução, importantes para a construção de uma autonomia<br />
intelectual.<br />
Nos relatos abaixo, podemos perceber certa dúvida no relato da professora P2, de que o<br />
aluno havia compreendi<strong>do</strong> o suficiente para chegar em casa e explicar para a mãe o que havia