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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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profissio<strong>na</strong>is e estudantis, por grupos eclesiais de base etc (SOTO, 1992, ALMEIDA,<br />

1994). No con<strong>texto</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, este questio<strong>na</strong>mento podia ser percebi<strong>do</strong> <strong>em</strong> discursos<br />

e ações da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), <strong>do</strong><br />

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), <strong>do</strong> Banco Mundial e de<br />

diversas ONGs norte-america<strong>na</strong>s e européias. Alguns marcos históricos deste con<strong>texto</strong><br />

foram apresenta<strong>do</strong>s no segun<strong>do</strong> capítulo.<br />

É neste amplo e difuso con<strong>texto</strong> que se fortalece o debate sobre as possibilidades<br />

alter<strong>na</strong>tivas à agricultura moder<strong>na</strong>, por diversos atores diagnosticada como seletiva<br />

(beneficia<strong>do</strong>ra de determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s segmentos, produtos e regiões) e ambientalmente<br />

insustentável. Entre os diversos críticos da agricultura moder<strong>na</strong> erigia-se um diagnóstico<br />

consensual, afirman<strong>do</strong> que a lógica deste padrão de desenvolvimento inviabilizava os<br />

agricultores que produziam <strong>em</strong> peque<strong>na</strong> escala e sob condições estruturais precárias. As<br />

propostas <strong>em</strong> discussão apontavam para a busca de alter<strong>na</strong>tivas tecnológicas e<br />

organizacio<strong>na</strong>is; para a busca de tecnologias de produção mais baratas, mais acessíveis,<br />

mais adaptadas às condições daqueles agricultores margi<strong>na</strong>liza<strong>do</strong>s pelas estratégias<br />

modernizantes. Os novos processos e as novas tecnologias deveriam estar mais b<strong>em</strong><br />

adapta<strong>do</strong>s às regiões r<strong>em</strong>otas, com sérios limitantes agroecológicos à produção e<br />

deveriam responder, apropriadamente, às d<strong>em</strong>andas locais de organização da produção.<br />

Para além da luta pela terra, os media<strong>do</strong>res e os assessores <strong>do</strong>s movimentos sociais<br />

viam-se impeli<strong>do</strong>s a enfrentar a questão <strong>do</strong> desenvolvimento das peque<strong>na</strong>s<br />

propriedades.<br />

3.2 A crítica às conseqüências da modernização e a busca de alter<strong>na</strong>tivas<br />

Os anos 80 marcaram a gradual red<strong>em</strong>ocratização da sociedade brasileira. Foi<br />

um perío<strong>do</strong> de retomada da participação política <strong>do</strong>s grupos e organizações que<br />

permaneceram à marg<strong>em</strong> da institucio<strong>na</strong>lidade pública durante o regime militar.<br />

Naquele momento começou a ganhar força um amplo movimento de contestação da<br />

agricultura moder<strong>na</strong> e <strong>do</strong> modelo de desenvolvimento que lhe dava suporte,<br />

influencian<strong>do</strong>, gradativamente, significativas mudanças nos discursos oficiais sobre a<br />

promoção <strong>do</strong> desenvolvimento rural. Estas mudanças ou adaptações partiam da<br />

constatação <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as enfrenta<strong>do</strong>s pelos pequenos produtores que, ou eram postos<br />

à marg<strong>em</strong> das iniciativas gover<strong>na</strong>mentais ou, quan<strong>do</strong> incorpora<strong>do</strong>s aos projetos e<br />

programas, tinham dificuldades de aceitação e de adaptação aos seus objetivos e<br />

méto<strong>do</strong>s. 77<br />

O debate sobre os rumos das mudanças <strong>na</strong> agricultura moder<strong>na</strong> ocorria <strong>em</strong> uma<br />

ampla e complexa rede de inter-relações. Alinhava-se às revisões das políticas de<br />

promoção <strong>do</strong> desenvolvimento econômico e às suas preocupações com o combate à<br />

77 A denomi<strong>na</strong>ção “pequeno produtor” era, então, amplamente aceita e utilizada. Nas palavras de CARVALHO<br />

(1986, p.3), a peque<strong>na</strong> produção rural “é a unidade de produção que é administrada por um grupo <strong>do</strong>méstico<br />

(família singular e parentes) e cujo processo de trabalho apresenta como componente determi<strong>na</strong>nte a presença da<br />

força de trabalho deste grupo <strong>do</strong>méstico, utilizan<strong>do</strong>-se ou não de capital intensivo para produzir. Isto pressupõe<br />

que a utilização da força de trabalho assalariada é esporádica, não se constituin<strong>do</strong>, portanto, <strong>na</strong> maior parte <strong>do</strong><br />

total da força de trabalho consumida”.<br />

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