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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

No Brasil, <strong>na</strong>s últimas décadas, uma parte importante das principais inovações<br />

conceituais e meto<strong>do</strong>lógicas no campo da promoção <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong>s segmentos<br />

mais pauperiza<strong>do</strong>s da população rural esteve associada ao trabalho das organizações<br />

não-gover<strong>na</strong>mentais. Este trabalho, à parte a consideração de seus efeitos práticos e da<br />

sua enorme diversidade, t<strong>em</strong>, como característica, uma capacidade normativa cujo poder<br />

de alcance e influência é ainda pouco conheci<strong>do</strong>. No entanto, é possível perceber que o<br />

conteú<strong>do</strong> da inovação cultural originário da ação das ONGs v<strong>em</strong> tanto <strong>do</strong>s discursos que<br />

constro<strong>em</strong>, influencian<strong>do</strong> diversos campos de debate e de elaboração de propostas,<br />

quanto de suas práticas, ambos reclaman<strong>do</strong> a urgência <strong>do</strong> estabelecimento de novas<br />

institucio<strong>na</strong>lidades para guiar os processos de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento.<br />

As suas propostas são construídas a partir de um formato institucio<strong>na</strong>l peculiar,<br />

que pretende ser alter<strong>na</strong>tivo aos mo<strong>do</strong>s históricos e convencio<strong>na</strong>is de organização<br />

a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s pelos aparatos burocráticos gover<strong>na</strong>mentais. Assim, as ONGs que trabalham<br />

com o t<strong>em</strong>a da promoção <strong>do</strong> desenvolvimento geralmente são peque<strong>na</strong>s e pouco<br />

burocratizadas, possibilitan<strong>do</strong> espaços de atuação profissio<strong>na</strong>l relativamente autônomos<br />

ao Esta<strong>do</strong> e aos merca<strong>do</strong>s. Nestes espaços, o exercício de inovações conceituais e<br />

propositivas teria uma maior possibilidade de realização. Isto as possibilitaria tanto a<br />

criar e difundir inovações quanto a trabalhar no fortalecimento político das organizações<br />

locais, valorizan<strong>do</strong>, nestes processos, as experiências cotidia<strong>na</strong>s, a diversidade cultural e<br />

a intervenção localizada.<br />

A ação destas ONGs geralmente ocorre por meio de redes sociais formadas por<br />

diversas organizações sociais, utilizan<strong>do</strong> méto<strong>do</strong>s que procuram fomentar a participação<br />

<strong>do</strong>s beneficiários <strong>em</strong> todas as etapas de realização <strong>do</strong>s seus projetos. Geralmente elas<br />

não atuam para obter lucro com a venda de produtos ou serviços, passan<strong>do</strong> a depender<br />

principalmente de fi<strong>na</strong>nciamentos externos para a sua reprodução econômica. Estes<br />

fi<strong>na</strong>nciamentos possibilitam a prestação de serviços e assessorias a organizações e<br />

grupos de agricultores. Deste mo<strong>do</strong>, as ONGs que trabalham com o t<strong>em</strong>a da promoção<br />

<strong>do</strong> desenvolvimento, para obter recursos para seus projetos, faz<strong>em</strong> uma mediação entre<br />

seu diagnóstico da realidade, as d<strong>em</strong>andas <strong>do</strong> seu público-alvo e as expectativas das<br />

agências que fi<strong>na</strong>nciam seu trabalho. Este processo geralmente ocorre por meio de<br />

complexos con<strong>texto</strong>s relacio<strong>na</strong>is que, a depender da trajetória de cada organização,<br />

determi<strong>na</strong> os rumos da construção de suas propostas.<br />

Ao a<strong>na</strong>lisar a trajetória da AS-PTA, uma ONG que trabalha com o t<strong>em</strong>a da<br />

promoção <strong>do</strong> desenvolvimento rural, localizamos sua orig<strong>em</strong> <strong>em</strong> um con<strong>texto</strong> social e<br />

político no qual um conjunto específico de ONGs, as chamadas “históricas”, surgiram e<br />

construíram uma identidade institucio<strong>na</strong>l marcada pelos processos de luta pela<br />

d<strong>em</strong>ocratização da sociedade brasileira durante os anos 70 e início <strong>do</strong>s 80. Fort<strong>em</strong>ente<br />

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