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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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Poder Público e a prestação de contas <strong>do</strong>s gastos e receitas realiza<strong>do</strong>s nos termos das<br />

parcerias. A aprovação desta lei, como informa BOCAYUVA (1999), também foi um<br />

resulta<strong>do</strong> da articulação entre ONGs e organizações da sociedade civil, juntamente com<br />

o Conselho da Comunidade Solidária. Esta articulação buscava evitar que entidades não<br />

qualificadas se afirmass<strong>em</strong> como “não-lucrativas”, benefician<strong>do</strong>-se de recursos<br />

públicos. O evento da lei das OSCIPs marca uma importante transição para as ONGs.<br />

Elas adentram uma época de profissio<strong>na</strong>lização de suas relações com Esta<strong>do</strong>,<br />

implican<strong>do</strong> mudanças institucio<strong>na</strong>is profundas e ainda <strong>em</strong> curso (LANDIM, 1998,<br />

TEIXEIRA, 2002).<br />

A idéia de profissio<strong>na</strong>lizar a ação tornou-se uma exigência à sobrevivência das<br />

ONGs no novo con<strong>texto</strong> de maior cooperação com o Esta<strong>do</strong>. Para elas, o t<strong>em</strong>a <strong>do</strong><br />

desenvolvimento institucio<strong>na</strong>l entrou <strong>em</strong> voga. De acor<strong>do</strong> com BOCAYUVA (2000), as<br />

ONGs deveriam d<strong>em</strong>onstrar transparência administrativa, maior controle <strong>na</strong> aplicação<br />

<strong>do</strong>s recursos obti<strong>do</strong>s, desenvolver indica<strong>do</strong>res que foss<strong>em</strong> capazes de avaliar os<br />

impactos de sua intervenção, capacitar seus técnicos para desenvolver melhores<br />

projetos, dentre outras exigências criadas no ambiente de competição por recursos para<br />

fi<strong>na</strong>nciar projetos. Todas estas exigências representavam a transição de um enfoque<br />

centra<strong>do</strong> no fortalecimento político de grupos organiza<strong>do</strong>s da sociedade civil para “uma<br />

combi<strong>na</strong>ção nova entre esfera pública e impacto social” de sua intervenção.<br />

As novidades contextuais incluíam um maior e crescente diálogo entre as<br />

próprias ONGs. De acor<strong>do</strong> com ARMANI (2001), houve, <strong>na</strong>quele momento, um grande<br />

avanço nos mecanismos de informação e comunicação entre ONGs. O ciclo de<br />

conferências sociais da ONU contribuiu para um maior intercâmbio, tanto<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente, <strong>na</strong> articulação de agendas e propostas a ser<strong>em</strong> encaminhadas <strong>na</strong>s<br />

conferências, quanto nos intercâmbios estabeleci<strong>do</strong>s com ONGs de diversos outros<br />

países. As redes formadas por ONGs e d<strong>em</strong>ais organizações da sociedade civil, <strong>em</strong><br />

torno de determi<strong>na</strong>das t<strong>em</strong>áticas, consolidaram sua atuação nos anos 90,<br />

des<strong>em</strong>penhan<strong>do</strong> um papel importante no monitoramento <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s das conferências,<br />

por ex<strong>em</strong>plo. 45 Este processo de articulação das ONGs contribuiu para ampliar a escala<br />

de trabalho, relacio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> os con<strong>texto</strong>s locais de sua intervenção às probl<strong>em</strong>áticas<br />

regio<strong>na</strong>is, <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is concernentes à suas t<strong>em</strong>áticas de atuação. A troca<br />

de experiências com outras ONGs, movimentos sociais, universidades, poder público<br />

etc. tornou-se um processo de desenvolvimento das formas de trabalho e avaliação <strong>do</strong>s<br />

avanços alcança<strong>do</strong>s localmente.<br />

Neste momento, a Abong cumpriu um importante papel ao articular as ONGs<br />

mais tradicio<strong>na</strong>is, no con<strong>texto</strong> da expansão de organizações que eram identificadas<br />

como pertencentes ao terceiro setor. Como argumenta ARMANI (2001), a noção de<br />

terceiro setor, colada a interesses vincula<strong>do</strong>s à reforma <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, contribuía para<br />

“diluir, de certa forma, a força da identidade das ONGs”. A idéia de um terceiro setor<br />

defendia abarcar sob uma mesma denomi<strong>na</strong>ção uma diversidade de organizações e<br />

entidades que comportavam, por sua vez, objetivos e interesses igualmente diversos.<br />

Dentre elas estariam inclusas as ONGs que tradicio<strong>na</strong>lmente conduziam ações,<br />

alter<strong>na</strong>tivas à intervenção gover<strong>na</strong>mental, de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento social. Na<br />

45 Para BOCAYUVA (2000, p.22), as redes são “uma mescla entre estruturas de articulação, mediação, informação<br />

e lobby, com formas <strong>em</strong>ergentes de sujeitos coletivos porta<strong>do</strong>res de plataformas unifica<strong>do</strong>ras e agendas de lutas<br />

consensuadas pelos diversos atores”.<br />

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