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Paraná, incentivaram a criação de estruturas organizativas que atuam para vocalizar as
demandas dos agricultores perante o poder público.
A necessidade de um Estado forte que garanta investimentos públicos em bens e
serviços tornou-se, recentemente, uma condição estratégica à realização do projeto de
transformação social imaginado pela proposta da AS-PTA. Neste sentido, o processo de
construção da proposta assume um caráter marcadamente reformista. O papel do Estado
é tão ressaltado quanto é escamoteada a função dos mercados no processo de gerar e
garantir autonomia aos agricultores que converteram seus sistemas produtivos à
agroecologia. A dimensão produtiva da proposta da AS-PTA não incorpora estratégias
de mercantilização da produção agroecológica. Neste caso, a possibilidade de
emancipação econômica dos agricultores vai depender da capacidade de mobilização e
pressão política de suas organizações para reivindicar do Estado políticas públicas que
subsidiem o tipo de arranjo econômico proposto para os seus sistemas produtivos.
Por fim, as características gerais da proposta defendida pela AS-PTA ao longo
de sua trajetória contribuíram para afirmação do movimento em prol da necessidade de
alternativas – para as quais agroecologia desponta atualmente como principal proposta
política – estabelecendo um consenso sobre as recomendações que deveriam orientar os
novos métodos e abordagens de desenvolvimento rural no sentido de que, nos processos
de promoção do desenvolvimento, as mudanças técnicas estão em estreita relação com
as mudanças sociais, econômicas e ambientais e, para acontecerem, necessitam da real
adesão dos agricultores.
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