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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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das concepções sobre a promoção <strong>do</strong> desenvolvimento. Vimos como o PTA-FASE e a<br />

AS-PTA construíram uma ampla rede social, congregan<strong>do</strong> diversas iniciativas e<br />

experiências de organizações locais com tecnologias alter<strong>na</strong>tivas, agricultura alter<strong>na</strong>tiva<br />

e, mais recent<strong>em</strong>ente, agroecologia, articulan<strong>do</strong>-as ao con<strong>texto</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de<br />

cooperação fi<strong>na</strong>nceira à busca de outros mo<strong>do</strong>s de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong>s<br />

agricultores mais pauperiza<strong>do</strong>s. Como resulta<strong>do</strong>, um conjunto significativo de ONGs foi<br />

influencia<strong>do</strong> pelo trabalho pioneiro realiza<strong>do</strong>, desde o início <strong>do</strong>s anos 80, pelo PTA-<br />

FASE e, posteriormente, pela AS-PTA. A sua ação contribuiu para afirmar um consenso<br />

<strong>em</strong> torno da necessidade de construir propostas alter<strong>na</strong>tivas para a promoção <strong>do</strong><br />

desenvolvimento rural.<br />

Na análise construída anteriormente, perceb<strong>em</strong>os que a proposta da AS-PTA foi<br />

se construin<strong>do</strong> ao longo de sua trajetória. Neste processo, foram várias as iniciativas<br />

para adaptar sua organização e seu projeto político às d<strong>em</strong>andas <strong>do</strong>s seus principais<br />

parceiros históricos: os agricultores e suas organizações, as agências que fi<strong>na</strong>nciam o<br />

seu trabalho e o conjunto de ONGs que surgiu a partir de sua influência. Este processo,<br />

como já afirmamos, também dialogava com as mudanças e percepções que, ao mesmo<br />

t<strong>em</strong>po, eram construídas por atores preocupa<strong>do</strong>s <strong>em</strong> atribuir outros senti<strong>do</strong>s à noção de<br />

desenvolvimento.<br />

A imag<strong>em</strong> de uma proposta ou de um projeto de transformação social <strong>em</strong><br />

constante construção é adequada para ilustrar sua trajetória, para a qual a conquista de<br />

objetivos predetermi<strong>na</strong><strong>do</strong>s pareceu estar s<strong>em</strong>pre subordi<strong>na</strong>da à importância dada, <strong>na</strong><br />

prática, aos meios mobiliza<strong>do</strong>s para alcançá-los. Por isso, é difícil compreender o seu<br />

papel no campo das ações de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento se nos limitarmos ape<strong>na</strong>s<br />

aos resulta<strong>do</strong>s quantitativos alcança<strong>do</strong>s. Um <strong>do</strong>s fatores decisivos para compreender a<br />

importância deste papel são os processos desencadea<strong>do</strong>s ao longo de sua trajetória para<br />

afirmar a necessidade de pensar outros caminhos para desenvolver a agricultura<br />

praticada <strong>em</strong> peque<strong>na</strong> escala e baseada no trabalho familiar.<br />

Na análise apresentada nos capítulos anteriores foi possível perceber que houve<br />

<strong>do</strong>is momentos distintos que marcaram importantes mudanças <strong>na</strong> trajetória da AS-PTA<br />

e <strong>em</strong> sua proposta. Um primeiro, que pod<strong>em</strong>os chamar de perío<strong>do</strong> de formação,<br />

começou com a criação <strong>do</strong> Projeto de Tecnologias Alter<strong>na</strong>tivas da FASE, <strong>em</strong> 1983,<br />

findan<strong>do</strong> com a realização <strong>do</strong> Encontro Nacio<strong>na</strong>l <strong>do</strong> PTA, o “Encontrão” de 1988. O<br />

segun<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> foi o da afirmação da proposta, inicia<strong>do</strong> com a própria criação da AS-<br />

PTA, <strong>em</strong> 1989, e ainda está <strong>em</strong> curso. É possível que a realização, <strong>em</strong> 2002, <strong>do</strong><br />

Encontro Nacio<strong>na</strong>l de Agroecologia (ENA) seja vista, no futuro, como um novo divisor<br />

de águas <strong>em</strong> sua trajetória. Os des<strong>do</strong>bramentos <strong>do</strong>s debates <strong>do</strong> Encontro ainda estão<br />

acontecen<strong>do</strong>.<br />

O primeiro perío<strong>do</strong> foi o t<strong>em</strong>po <strong>do</strong> PTA-FASE, da formação da Rede PTA, da<br />

busca por tecnologias alter<strong>na</strong>tivas e de difusão <strong>do</strong> ideário da agricultura alter<strong>na</strong>tiva. O<br />

processo de construção da proposta dialogava com o duro con<strong>texto</strong> político <strong>do</strong>s anos 70<br />

e, por outro la<strong>do</strong>, com a intensa movimentação social <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> da abertura, que<br />

projetava esperanças de transformação social. A sua organização marcava o encontro<br />

entre atores sociais com trajetórias institucio<strong>na</strong>is bastante distintas, mas relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s<br />

pela luta contra o regime militar e pela d<strong>em</strong>ocratização social no Brasil <strong>do</strong>s anos 70.<br />

Naquele con<strong>texto</strong>, <strong>do</strong> encontro entre agentes religiosos progressistas (principalmente<br />

católicos), ativistas de esquerda liga<strong>do</strong>s a organizações de movimentos sociais diversos<br />

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