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poder econômico (o segun<strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a) para promover o desenvolvimento de mo<strong>do</strong> a<br />
atender as d<strong>em</strong>andas <strong>do</strong>s setores populares das sociedades. Neste con<strong>texto</strong>, as<br />
alter<strong>na</strong>tivas deveriam ser construídas <strong>em</strong> relação ao Esta<strong>do</strong> e ao merca<strong>do</strong>, mas não<br />
necessariamente, como argumenta PIETERSE (1998), <strong>em</strong> relação ao discurso<br />
desenvolvimentista.<br />
Esta outra visão sobre o desenvolvimento esteve, desde suas origens,<br />
relacio<strong>na</strong>da, de um la<strong>do</strong>, à revisão e diminuição <strong>do</strong> papel <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>na</strong><br />
promoção <strong>do</strong> desenvolvimento. De outro, relacio<strong>na</strong>va-se a experiências locais, a<br />
pequenos <strong>em</strong>preendimentos estimula<strong>do</strong>s por organizações comunitárias, associações,<br />
sindicatos, grupos de pesquisa<strong>do</strong>res universitários e, principalmente, por organizações<br />
não-gover<strong>na</strong>mentais que agiam, geralmente, de mo<strong>do</strong> independente aos aparatos<br />
gover<strong>na</strong>mentais. Estas práticas promoviam significativas mudanças <strong>na</strong><br />
institucio<strong>na</strong>lidade da promoção <strong>do</strong> desenvolvimento (FISHER, 1998). Ao enfatizar<strong>em</strong> a<br />
ação local, colocavam <strong>em</strong> questão a centralização <strong>do</strong> poder decisório sobre os rumos <strong>do</strong><br />
desenvolvimento nos aparatos burocráticos gover<strong>na</strong>mentais. Em reação aos projetos e<br />
programas que s<strong>em</strong>pre caiam de pára-quedas, propunham um papel protagonista às<br />
organizações da sociedade civil e às próprias comunidades alvo destes projetos. Traziam<br />
à to<strong>na</strong> o debate sobre as assimetrias de poder que fundamentavam as várias relações <strong>em</strong><br />
que se baseavam os projetos de desenvolvimento. Desde as mais amplas, entre os países<br />
ricos e os pobres, até as que ocorriam no cotidiano das ações locais. Os fundamentos<br />
teóricos à ação destas organizações e profissio<strong>na</strong>is eram principalmente forneci<strong>do</strong>s por<br />
estudiosos <strong>do</strong>s países mais pobres, enriquecen<strong>do</strong> o debate sobre a promoção <strong>do</strong><br />
desenvolvimento com novas perspectivas e visões (CRUSH, 1995).<br />
Na revisão <strong>do</strong>s valores e objetivos <strong>do</strong> desenvolvimento havia, <strong>na</strong> literatura<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, um claro tom antiimperialista, um pensamento pós-colonial que criticava<br />
as assimetrias de poder historicamente criadas, a princípio, <strong>na</strong>s relações Norte-Sul<br />
(CARMEN, 1996). Os pensa<strong>do</strong>res desta perspectiva argumentavam a partir de um<br />
enfoque estruturalista (muitos defendiam os argumentos <strong>do</strong>s teóricos da dependência) e<br />
enfatizavam, acima de tu<strong>do</strong>, a necessidade de mudanças macroeconômicas <strong>na</strong>s relações<br />
entre os países mais ricos <strong>do</strong> Norte e os mais pobres <strong>do</strong> Sul (ADAMS, 1993). Nesta<br />
visão, o desenvolvimento, ao não dar conta <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s à pobreza e à<br />
fome, representava um fracasso global. A única saída, <strong>na</strong> tese de AMIM (1990), seria um<br />
tipo de desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo, que favorecesse a cooperação entre os países<br />
pobres <strong>do</strong> Sul, livran<strong>do</strong>-os da dependência econômica aos países ricos <strong>do</strong> Norte. Estas<br />
idéias, desde os anos 70, foram reforçadas e recriadas por teóricos que criticavam, por<br />
ex<strong>em</strong>plo, os processos indiscrimi<strong>na</strong><strong>do</strong>s de transferência de tecnologia <strong>do</strong>s países mais<br />
ricos aos mais pobres (processo que era entendi<strong>do</strong> como uma invasão cultural). O pano<br />
de fun<strong>do</strong> era a crítica à extensão indiscrimi<strong>na</strong>da da modernidade ocidental ao Terceiro<br />
Mun<strong>do</strong> por meio <strong>do</strong> poder econômico, reproduzin<strong>do</strong> relações de <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ção.<br />
Estes autores colocaram no centro <strong>do</strong> debate sobre as concepções de<br />
desenvolvimento o t<strong>em</strong>a da <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ção, <strong>em</strong> uma discussão que não era, obviamente,<br />
restrita aos economistas e teóricos <strong>do</strong> desenvolvimento. Assim, por ex<strong>em</strong>plo, Franz<br />
Fanon, <strong>em</strong> 1962, com “The wretched of the earth”, argumentava que a alie<strong>na</strong>ção<br />
cultural <strong>do</strong>s “conde<strong>na</strong><strong>do</strong>s da terra” (os pobres <strong>do</strong> Terceiro Mun<strong>do</strong>) e os sentimentos<br />
interioriza<strong>do</strong>s de inferioridade perpetuavam uma situação de subordi<strong>na</strong>ção aos ditames<br />
<strong>do</strong>s coloniza<strong>do</strong>res. Paulo Freire, <strong>em</strong> “Extención o comunicación?” de 1969, criticou o<br />
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