Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ
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pelas características das realidades <strong>na</strong>s quais estavam inseri<strong>do</strong>s os técnicos e mediavam<br />
com as capacidades (inclusive técnicas) mobilizadas pelos atores que compunham as<br />
equipes e as redes de TA.<br />
No que se referia ao trabalho das equipes-rede, todas as equipes estavam de acor<strong>do</strong> <strong>em</strong> que<br />
estas deveriam se ampliar com base nos contatos e experiências <strong>do</strong> movimento popular.<br />
Entretanto não existia um consenso <strong>em</strong> relação ao público prioritário que deveria ser<br />
assisti<strong>do</strong> e quanto à melhor forma de intervenção (se <strong>em</strong> uma só comunidade ou município<br />
ou, se no “varejo”, através de diversas ações distribuídas entre as diferentes regiões ou<br />
municípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>) (MELO, 1993, p.159).<br />
Toda esta diversidade de posições quanto às estratégias de ação implicava<br />
questio<strong>na</strong>mentos e disputas sobre os rumos <strong>do</strong> PTA. Para alguns técnicos ou equipes de<br />
TA, o projeto deveria concentrar esforços <strong>na</strong> pesquisa das tecnologias alter<strong>na</strong>tivas e no<br />
desenvolvimento de méto<strong>do</strong>s comparativos para compreender melhor o potencial de<br />
extensão destas novas tecnologias; outros defendiam que deveria ser enfrentada, com<br />
maior ênfase, a questão da circulação de informações e a extensão <strong>do</strong>s novos<br />
conhecimentos aos agricultores; uma outra posição afirmava que a tarefa mais<br />
importante estaria relacio<strong>na</strong>da ao projeto político mais amplo, deste mo<strong>do</strong>, maior<br />
importância deveria ter o processo de sensibilização <strong>do</strong>s diversos atores sociais para a<br />
questão da alter<strong>na</strong>tiva política que representavam as tecnologias alter<strong>na</strong>tivas, conferin<strong>do</strong><br />
ênfase ao trabalho político de fortalecimento da organização <strong>do</strong>s pequenos produtores,<br />
legan<strong>do</strong> a um segun<strong>do</strong> plano a busca de soluções mais imediatas aos probl<strong>em</strong>as por eles<br />
enfrenta<strong>do</strong>s. Depois de três anos de experiência, o PTA chegava a um momento de<br />
avaliação <strong>do</strong>s rumos a seguir.<br />
O PTA percebeu muito ce<strong>do</strong> que este levantamento de informação tecnológica tendia a<br />
identificar soluções pontuais que podiam melhorar pontualmente a performance <strong>do</strong>s<br />
sist<strong>em</strong>as tradicio<strong>na</strong>is ou substituir inputs <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as agroquímicos, mas tinha caráter<br />
aleatório e fragmentário. Esta característica tor<strong>na</strong>va difícil visualizar um processo de<br />
construção de sist<strong>em</strong>as alter<strong>na</strong>tivos que respondesse de forma <strong>integra</strong>da aos probl<strong>em</strong>as e<br />
impasses vivi<strong>do</strong>s pelos pequenos produtores. Para responder a esta deficiência o PTA criou<br />
os Centros de Tecnologia Alter<strong>na</strong>tiva (CTA), cujo objetivo era produzir modelos<br />
alter<strong>na</strong>tivos de produção agropecuária, <strong>integra</strong>n<strong>do</strong> as várias informações recolhidas das<br />
práticas <strong>em</strong>píricas e das fontes científicas <strong>do</strong>s centros de pesquisa e das Universidades<br />
(WEID, 1997, pp.16-7).<br />
Os Centros de Tecnologia Alter<strong>na</strong>tiva foram cria<strong>do</strong>s a partir de 1986. De acor<strong>do</strong><br />
com WEID (1988, p.5), a proposta inicial <strong>do</strong> PTA não vislumbrava a criação de<br />
estruturas de experimentação e d<strong>em</strong>onstração de tecnologias alter<strong>na</strong>tivas, ape<strong>na</strong>s o<br />
PATAC, <strong>em</strong> Campi<strong>na</strong> Grande, no Agreste da Paraíba, realizava alguns experimentos<br />
com novas tecnologias, cujos resulta<strong>do</strong>s eram, eventualmente, compartilha<strong>do</strong>s com as<br />
d<strong>em</strong>ais equipes da rede. Esta experiência e os seus pressupostos foram descritos da<br />
seguinte forma por Maurício Arouche, biólogo, então técnico <strong>do</strong> PATAC:<br />
(...) é fundamental levar para o próprio agricultor o processo de experimentação. Ele<br />
aprender a saber a quantidade de chuva que cai e o que ele pode fazer com ela. O que<br />
significa a t<strong>em</strong>peratura <strong>do</strong> solo e o b<strong>em</strong> ou o mal que traz para a planta. É saber o que a<br />
cobertura morta traz ou não de benefício para o trabalho dele. Para que ele não seja somente<br />
repeti<strong>do</strong>r de novas técnicas ou de técnicas velhas com roupag<strong>em</strong> nova. Ou técnicas velhas<br />
ditas por um técnico alter<strong>na</strong>tivo.A experiência da gente t<strong>em</strong> feito com que cada vez mais se<br />
entenda a necessidade de mesmo um pequeno pedaço da propriedade de agricultor, que<br />
ainda n<strong>em</strong> acredita no to<strong>do</strong> da idéia de T.A. se faça uma experiência. Porque ele ven<strong>do</strong>,<br />
acompanhan<strong>do</strong>... no nosso caso, a gente vai mensalmente a cada propriedade e faz um<br />
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