Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ
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subdesenvolvimento. Em segun<strong>do</strong> lugar, porque apresentam el<strong>em</strong>entos teóricos e<br />
categorias a<strong>na</strong>líticas <strong>em</strong> comum, <strong>em</strong> sua especificação sobre as causas e fatores que<br />
geraram ou o desenvolvimento ou o subdesenvolvimento. Além disso, para que uma<br />
determi<strong>na</strong>da perspectiva teórica possa ser classificada como modelo de análise ou<br />
paradigma, conceito com o qual a autora trabalhou, há <strong>do</strong>is outros fatores fundamentais,<br />
acresci<strong>do</strong>s aos já cita<strong>do</strong>s. Assim, além de apresentar uma interpretação peculiar e<br />
utilizar el<strong>em</strong>entos e méto<strong>do</strong>s a<strong>na</strong>líticos <strong>em</strong> comum, determi<strong>na</strong>da perspectiva, para se<br />
tor<strong>na</strong>r um paradigma, deveria ser referendada por um grupo significante de estudiosos.<br />
Conseqüent<strong>em</strong>ente, deveria, a partir de suas elaborações iniciais e de sua influência no<br />
campo acadêmico, proporcio<strong>na</strong>r uma evolução teórica posterior e servir de orientação<br />
para ações concretas como, por ex<strong>em</strong>plo, a elaboração de políticas.<br />
Seguin<strong>do</strong> este méto<strong>do</strong> é possível afirmar que desde o perío<strong>do</strong> que se seguiu à<br />
Segunda Guerra até o início <strong>do</strong>s anos 70 houve um mo<strong>do</strong> prevalecente ou um paradigma<br />
<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte que orientou a promoção <strong>do</strong> desenvolvimento econômico <strong>do</strong>s países <strong>do</strong><br />
Terceiro Mun<strong>do</strong> (HUNT, 1989, PIETERSE, 1998, SANTOS & RODRÍGUEZ, 2002). Embora,<br />
neste mesmo perío<strong>do</strong>, houvesse outras concepções e experiências históricas que não<br />
pod<strong>em</strong> ser identificadas a este modelo <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte – ao contrário, foram construídas ou<br />
para readequar seus princípios e méto<strong>do</strong>s ou, <strong>em</strong> oposição ao seu <strong>do</strong>mínio, negavam<br />
seus fundamentos. Para alguns autores, estaria caracteriza<strong>do</strong> um campo de disputas<br />
acadêmicas e políticas que, esqu<strong>em</strong>aticamente, estaria <strong>do</strong>mi<strong>na</strong><strong>do</strong>, <strong>em</strong> um <strong>do</strong>s pólos, por<br />
um “pensamento científico convencio<strong>na</strong>l” sobre os meios de promoção <strong>do</strong><br />
desenvolvimento e, <strong>em</strong> outro pólo, por “pensamentos alter<strong>na</strong>tivos”, gesta<strong>do</strong>s <strong>na</strong><br />
tentativa de transformar o “sist<strong>em</strong>a de relações sociais existentes” (GUZMÁN, 1997,<br />
p.20).<br />
Deste mo<strong>do</strong>, ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po e da diversificação das abordagens, os teóricos<br />
<strong>do</strong> desenvolvimento trataram de construir tipologias e classificações que pudess<strong>em</strong> dar<br />
conta da variedade de visões sobre o desenvolvimento econômico – e das compreensões<br />
sobre as causas <strong>do</strong> subdesenvolvimento. Estas tipologias, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que<br />
simplificavam a complexidade das elaborações teóricas classificadas, direcio<strong>na</strong>ram,<br />
teoricamente, o processo posterior de construção e atribuição de senti<strong>do</strong>s ao seu objeto.<br />
O tipo cria<strong>do</strong> e/ou o conceito estabeleci<strong>do</strong>, apesar de suas insuficiências, uma vez aceito<br />
pela comunidade científica, difundia princípios que, por sua vez, geravam e<br />
estruturavam tanto as práticas quanto as representações sociais que derivavam destas<br />
práticas. Portanto, as classificações dev<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre ser vistas como princípios<br />
meto<strong>do</strong>lógicos e instrumentos normativos geradas pelo próprio processo contínuo <strong>do</strong><br />
conhecimento <strong>em</strong> diálogo com as experiências prévias.<br />
A corrente teórica principal, aquela que alcançou maior poder político de<br />
diss<strong>em</strong>i<strong>na</strong>ção entre os fi<strong>na</strong>ncia<strong>do</strong>res e os executores das ações <strong>em</strong> prol <strong>do</strong><br />
desenvolvimento, ganhou, ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, várias desig<strong>na</strong>ções e qualificativos. Na<br />
literatura brasileira t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> mais comum a referência a um “modelo <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte de<br />
desenvolvimento”, <strong>em</strong>bora a sua denomi<strong>na</strong>ção de “modelo heg<strong>em</strong>ônico” também seja<br />
corrente. Ambas desig<strong>na</strong>ções denunciam uma visão crítica sobre o desenvolvimento, ou<br />
seja, para estas leituras, o desenvolvimento se impunha por meio <strong>do</strong> poder político e<br />
ideológico e da submissão das outras maneiras de concebê-lo. Este viés crítico foi um<br />
tanto relativiza<strong>do</strong> no léxico inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. FOSTER-CARTER (1976), por ex<strong>em</strong>plo,<br />
designou a corrente <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte de “mainstream western development”, acentuan<strong>do</strong> o<br />
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