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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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Foi partin<strong>do</strong> deste quadro e de seu diagnóstico que a AS-PTA, <strong>em</strong> parceria com<br />

diversas organizações de agricultores familiares, desencadeou, <strong>na</strong> região Centro-Sul <strong>do</strong><br />

Paraná, o que ela denominou de “processo social de experimentação de padrões<br />

alter<strong>na</strong>tivos de desenvolvimento” (AS-PTA, 2001). Este processo social é geralmente<br />

descrito como o ponto alto da revitalização <strong>do</strong>s movimentos sociais de agricultores<br />

familiares que vinha ocorren<strong>do</strong> desde o início <strong>do</strong>s anos 90 e cujo t<strong>em</strong>a mobiliza<strong>do</strong>r foi a<br />

construção de uma crítica ao mo<strong>do</strong> heg<strong>em</strong>ônico de condução <strong>do</strong> desenvolvimento da<br />

agricultura <strong>na</strong> região. A modernização <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as de produção e a sua <strong>integra</strong>ção aos<br />

complexos agroindustriais passaram a ser vistos a partir de seu caráter seletivo e<br />

excludente e de seus impactos negativos sobre a autonomia <strong>do</strong>s agricultores e a<br />

preservação <strong>do</strong>s recursos <strong>na</strong>turais.<br />

Esta conscientização <strong>do</strong>s agricultores e a conseqüente “revitalização da dinâmica<br />

sócio-cultural e política” da região são atribuídas à ampliação <strong>do</strong> horizonte de<br />

relacio<strong>na</strong>mentos <strong>do</strong>s líderes locais e de suas organizações (PETERSEN, TARDIN &<br />

MAROCHI, 2002, p.18). A abertura para outras possibilidades foi incentivada pela<br />

necessidade de alter<strong>na</strong>tivas econômicas para a situação <strong>do</strong>s agricultores familiares, para<br />

os quais restava ou a <strong>integra</strong>ção aos cultivos de interesse das agroindústrias, com seus<br />

riscos socioambientais inclusos, ou a permanência <strong>em</strong> um limbo produtivo marca<strong>do</strong><br />

pelos cultivos para autoconsumo e pela baixa comercialização das colheitas. A AS-PTA<br />

encontrou neste ambiente de busca de alter<strong>na</strong>tivas e nos novos ca<strong>na</strong>is de comunicação<br />

cria<strong>do</strong>s pelos movimentos sociais locais a sua chance para estabelecer laços com as<br />

lideranças regio<strong>na</strong>is e apresentar sua proposta. As negociações para criar um programa<br />

de desenvolvimento <strong>na</strong> região r<strong>em</strong>ontam a 1989 e à sua participação <strong>em</strong> encontros e<br />

reuniões que discutiam os probl<strong>em</strong>as enfrenta<strong>do</strong>s pela agricultura local. No processo, a<br />

entrada <strong>na</strong>s comunidades foi facilitada por alguns extensionistas que atuavam <strong>na</strong> região.<br />

Estes profissio<strong>na</strong>is, com experiência e conhecimento sobre as dinâmicas locais,<br />

ajudaram, junto com as lideranças <strong>do</strong>s agricultores, a escolher as comunidades que<br />

poderiam ser beneficiadas pelo programa (WEID, 2001).<br />

Os contatos e entendimentos culmi<strong>na</strong>ram com a criação, <strong>em</strong> 1993, <strong>do</strong> Conselho<br />

Regio<strong>na</strong>l de Organizações Comunitárias, uma instituição política, composta por<br />

representantes de agricultores, técnicos e d<strong>em</strong>ais lideranças locais, que assumiria, dali<br />

<strong>em</strong> diante, a responsabilidade pelo planejamento e gestão de processos alter<strong>na</strong>tivos de<br />

promoção <strong>do</strong> desenvolvimento da agricultura familiar <strong>na</strong> região. O Conselho também<br />

representava um importante espaço para discussão e diss<strong>em</strong>i<strong>na</strong>ção da proposta<br />

defendida pela AS-PTA. Naquele mesmo 1993 teve início o programa de<br />

desenvolvimento local, cria<strong>do</strong> para prestar assessoria técnica às organizações<br />

comunitárias <strong>integra</strong>ntes <strong>do</strong> Conselho. Em 1995 foi organiza<strong>do</strong> o primeiro Congresso de<br />

Pequenos Produtores <strong>do</strong> Centro-Sul <strong>do</strong> Paraná, evento que, dentre outros assuntos,<br />

discutiu os primeiros resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> trabalho de assessoria da AS-PTA e <strong>do</strong> qual<br />

originou-se o Fórum das Organizações <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res e Trabalha<strong>do</strong>ras Rurais <strong>do</strong><br />

Centro-Sul <strong>do</strong> Paraná, instituição que passou a se responsabilizar pela representação das<br />

organizações de movimentos sociais <strong>do</strong>s agricultores e pela defesa da “perspectiva <strong>do</strong><br />

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