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II. EM BUSCA DE ALTERNATIVAS PARA A PROMOÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO
Neste capítulo objetiva-se compreender como as ONGs dedicadas a processos de
promoção do desenvolvimento rural mobilizam e articulam determinadas compreensões
sobre este tema no processo de construção de propostas de ação. Para isto, inicialmente,
é feita a apresentação de um conjunto de enfoques que discutem, a partir de perspectivas
teóricas diversas, a temática do desenvolvimento, suas concepções e os modos como
tais concepções se converteram, nas mediações com processos políticos específicos, em
recomendações para a ação institucional.
A ênfase inicial da análise que segue é compreender como surgiu a distinção, tão
afirmada por estas ONGs, entre o desenvolvimento “convencional” e o “alternativo”. O
artifício é construir uma classificação que abranja em dois grandes grupos de enfoques
que, por sua vez, revelem a diversidade de denominações e características atribuídas por
vários autores aos paradigmas convencional e alternativo de promoção de processos de
desenvolvimento. Acentua-se, em cada caso, as características peculiares destacadas por
seus teóricos mais importantes.
Esta classificação dará suporte ao argumento que questiona a viabilidade da
afirmação de uma distinção positiva entre dois modos opostos de conceber e
recomendar normas de funcionamento e gestão a processos de promoção do
desenvolvimento. Para além desta distinção, a análise propõe que, na construção dos
discursos sobre o desenvolvimento, as fronteiras entre o convencional e o alternativo
são difusas e complexas e que, na prática, fazem parte de disputas políticas pela
afirmação das melhores intenções para promover o incremento das condições
estruturais, institucionais e culturais das populações que, no caso, vivem da agricultura.
As inter-relações entre as distintas percepções ficam evidentes quando são
apresentadas as características genéticas daquilo que, por distinção, foi denominado de
“desenvolvimento convencional”. É perceptível como, neste processo, as concepções
alternativas vão surgindo com o decorrer das experiências e ações, das avaliações sobre
os seus resultados e a partir da manifestação dos movimentos sociais que vocalizam as
demandas e insatisfações dos grupos sociais que foram alvo das intervenções em prol do
desenvolvimento. Foi neste contexto que se manifestou a enorme falência, nas três
últimas décadas, dos esforços governamentais, amparados pela cooperação
internacional, para promover a extensão indiscriminada de um tipo de modernidade –
baseada principalmente no crescimento econômico e na difusão de tecnologias – aos
países do Terceiro Mundo.
As desilusões com as estratégias governamentais utilizadas na década de 70 para
promover o desenvolvimento econômico dos países latino-americanos fortaleceram os
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