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De um mo<strong>do</strong> geral, <strong>na</strong> argumentação de KORTEN (1990), as estratégias da ação<br />
não-gover<strong>na</strong>mental transitam, ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po e de acor<strong>do</strong> com as especificidades<br />
das situações concretas, das ações <strong>em</strong>ergenciais, assistenciais e de capacitação, mais<br />
localizadas, para as tentativas de influenciar e participar <strong>do</strong>s processos decisórios e<br />
executivos que acontec<strong>em</strong> <strong>na</strong>s esferas macropolíticas mais amplas.<br />
MICRO<br />
MACRO<br />
Figura 1. Diagrama das relações entre as diversas estratégias de ação das ONGs<br />
Ajuda <strong>em</strong>ergencial<br />
Assistência social<br />
Intervenções no nível local<br />
Fortalecimento das<br />
capacidades locais<br />
Defesa pública, lobbies e<br />
campanhas<br />
Alianças, coalizões<br />
Construção de movimentos<br />
Fonte: Adapta<strong>do</strong> de KORTEN (1990).<br />
Educação/trei<strong>na</strong>mento<br />
Saúde<br />
Crédito<br />
Construção de<br />
organizações locais<br />
Para STEIN (1989), a imprecisão e o caráter genérico <strong>do</strong> termo ONG justificam o<br />
esforço teórico para construção de tipologias que identifiqu<strong>em</strong> as organizações que, de<br />
acor<strong>do</strong> com o seu argumento, trabalham com o objetivo de fortalecer as ações <strong>do</strong>s<br />
setores populares. A compreensão das diferenças entre as ONGs que compõ<strong>em</strong> o<br />
conjunto das que dedicam sua ação a projetos de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento,<br />
argumenta o autor, não pode prescindir da análise <strong>do</strong>s determi<strong>na</strong>ntes históricos<br />
relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s ao surgimento destas organizações <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>. Para ele, a<br />
diversidade de organizações não-gover<strong>na</strong>mentais não deve ser compreendida ape<strong>na</strong>s a<br />
partir da diferenciação das funções que des<strong>em</strong>penham ou das t<strong>em</strong>áticas que eleg<strong>em</strong> para<br />
atuar. É necessário que sejam a<strong>na</strong>lisadas as raízes históricas e culturais que estiveram <strong>na</strong><br />
base <strong>do</strong> processo inicial de construção das propostas de intervenção <strong>em</strong> cada caso.<br />
Partin<strong>do</strong> deste pressuposto, o autor afirma que é possível tipificar as ONGs<br />
latino-america<strong>na</strong>s que atuam <strong>na</strong> promoção <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong>s setores populares<br />
<strong>em</strong> duas grandes categorias: (a) as ONGs que surgiram e trabalharam para manter as<br />
estruturas sociais vigentes, atuan<strong>do</strong> muito próximas às institucio<strong>na</strong>lidades<br />
gover<strong>na</strong>mentais. Estas organizações, de acor<strong>do</strong> com o seu argumento, não estavam<br />
preocupadas <strong>em</strong> questio<strong>na</strong>r ou transformar os condicio<strong>na</strong>ntes estruturais que eram<br />
extr<strong>em</strong>amente desfavoráveis à <strong>em</strong>ancipação <strong>do</strong>s grupos populares margi<strong>na</strong>liza<strong>do</strong>s. Este<br />
seria o caso de diversas ONGs que foram criadas por governos latino-americanos ou por<br />
agências de cooperação inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l para apoiar ou compl<strong>em</strong>entar suas políticas; e (b)<br />
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