Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ
Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ
Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
correntes de teóricos <strong>do</strong> subdesenvolvimento reforçavam as teses da Teoria da<br />
Dependência, ou seja, criticavam os rumos <strong>do</strong>s processos de desenvolvimento<br />
ressaltan<strong>do</strong> o condicio<strong>na</strong>mento histórico <strong>do</strong> incr<strong>em</strong>ento econômico <strong>do</strong>s países pobres às<br />
forças exter<strong>na</strong>s, interessadas <strong>na</strong> manutenção <strong>do</strong>s laços de dependência. Estes teóricos<br />
também revelavam as desilusões com as conseqüências da industrialização baseada <strong>na</strong><br />
substituição de importações, amplamente difundida <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> (DORE, 1988,<br />
HUNT, 1989).<br />
Uma tese importante <strong>do</strong>s teóricos neomarxistas da dependência era a que<br />
denunciava a colaboração das elites políticas <strong>do</strong>s países periféricos com a condição de<br />
dependência destes países <strong>em</strong> relação aos centros de <strong>do</strong>mínio econômico. Como afirma<br />
HUNT (1989, p.207):<br />
There is a continuing presumption amongst m<strong>em</strong>bers of this school that the <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nt class<br />
alliances in the periphery (compra<strong>do</strong>r trade bourgeoisie, local monopoly capitalists,<br />
lan<strong>do</strong>wners and the state bureaucracy) will, in alliance with metropolitan capital, continue<br />
to prevent the full development of the perifery.<br />
Diante deste diagnóstico, o caminho alter<strong>na</strong>tivo seria a ruptura política, ou seja,<br />
uma revolução de caráter socialista que, <strong>na</strong>s palavras de Theotônio <strong>do</strong>s Santos,<br />
estabelecesse governos populares revolucionários que conduziss<strong>em</strong> ao socialismo, único<br />
meio imagi<strong>na</strong><strong>do</strong> para alcançar um tipo de desenvolvimento mais eqüitativo e autônomo<br />
(DOS SANTOS, 1978).<br />
Por outro la<strong>do</strong>, os economistas neoclássicos iniciaram, concomitant<strong>em</strong>ente, uma<br />
reação crítica às elaborações de cunho estruturalista, tentan<strong>do</strong> realizar suas próprias<br />
recomendações políticas. A preocupação destes economistas não era a distribuição <strong>do</strong><br />
controle sobre os excedentes de renda <strong>do</strong>s países <strong>do</strong> Terceiro Mun<strong>do</strong> n<strong>em</strong> a sua<br />
alardeada dependência às economias metropolita<strong>na</strong>s, ênfases das análises<br />
dependentistas. Embora compartilhass<strong>em</strong> a crítica à substituição de importações como<br />
base da industrialização, estes teóricos focavam <strong>na</strong> promoção de uma maior eficiência,<br />
das economias <strong>do</strong>s países pobres, <strong>na</strong> alocação <strong>do</strong>s seus recursos, um <strong>do</strong>s princípios<br />
fundamentais da economia neoclássica. Ajustes gover<strong>na</strong>mentais neste senti<strong>do</strong> teriam<br />
boas implicações para o crescimento econômico destes países, argumentavam.<br />
Neste debate, havia economistas que não aceitavam n<strong>em</strong> os argumentos<br />
neomarxistas n<strong>em</strong> a retórica de que a iniqüidade <strong>na</strong> distribuição de renda era um traço<br />
intrínseco ao crescimento econômico. Tampouco referendavam as soluções ou<br />
recomendações políticas <strong>do</strong>s neomarxistas ou <strong>do</strong>s neoclássicos. Estes economistas<br />
elaboraram – a partir de instituições acadêmicas ou de instituições privadas vinculadas<br />
às Nações Unidas – estu<strong>do</strong>s que buscaram alter<strong>na</strong>tivas de ajustes ao modelo<br />
convencio<strong>na</strong>l de promoção <strong>do</strong> desenvolvimento. Entre 1972 e 1974 foram divulga<strong>do</strong>s<br />
quatro estu<strong>do</strong>s – que se tor<strong>na</strong>ram os mais influentes <strong>na</strong> época – propon<strong>do</strong> soluções ao<br />
probl<strong>em</strong>a da concentração de renda gerada pelo crescimento econômico. SEERS (1972)<br />
argumentou que o desenvolvimento deveria ser repensa<strong>do</strong>, de mo<strong>do</strong> a ampliar seus<br />
objetivos para além <strong>do</strong> mero crescimento, enfocan<strong>do</strong> os probl<strong>em</strong>as da pobreza, da má<br />
distribuição de renda e <strong>do</strong> des<strong>em</strong>prego. No mesmo ano, o Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Labour Office<br />
(ILO) publicou um relatório (que ficou conheci<strong>do</strong> como “The Kenya Report”)<br />
defenden<strong>do</strong> a transferência de recursos <strong>do</strong>s setores econômicos mais ricos para<br />
promover investimentos <strong>na</strong> produção <strong>em</strong> peque<strong>na</strong> escala, de mo<strong>do</strong> a beneficiar os<br />
73