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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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<strong>na</strong>s bases das sociedades, aumenta<strong>do</strong> a possibilidade de participação de organizações<br />

civis (STIGLITZ, 1998).<br />

De maneira s<strong>em</strong>elhante aos discursos sobre o desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo, as<br />

leituras que pretend<strong>em</strong> negar a noção de desenvolvimento, reclaman<strong>do</strong> por alter<strong>na</strong>tivas,<br />

também se manifestaram de mo<strong>do</strong> bastante heterogêneo por diversos argumentos e, de<br />

acor<strong>do</strong> com PIETERSE (1998), consolidaram visões que, a partir <strong>do</strong>s anos 80, podiam ser<br />

percebidas <strong>em</strong> trabalhos de diversos intelectuais <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> (Esteva, Escobar),<br />

Índia (Nandy, Vishva<strong>na</strong>than, Rahn<strong>em</strong>a, Shiva, Alvares), Malásia, França (Latouche,<br />

Vachon), Suiça (Rist), Al<strong>em</strong>anha (Sachs) e Inglaterra (Seabrook). Estas visões clamam<br />

por alter<strong>na</strong>tivas ao desenvolvimento por entender<strong>em</strong> que a sua promoção <strong>na</strong>s últimas<br />

quatro décadas teria si<strong>do</strong> a prova definitiva da falência da tentativa de extensão<br />

indiscrimi<strong>na</strong>da da modernidade ocidental, por meio <strong>do</strong> progresso técnico-científico e<br />

econômico, aos países <strong>do</strong> Terceiro Mun<strong>do</strong> (ESCOBAR, 1992). Trata-se, portanto, de uma<br />

visão que nega as teorias <strong>do</strong> desenvolvimento e que se tornou conhecida, angarian<strong>do</strong><br />

simpatizantes, ao se articular com as críticas ambientalistas e f<strong>em</strong>inistas mais radicais.<br />

Also referred to as “anti-development” and “beyond development”, this is a radical reaction<br />

to the impasse of development theory and policy. Perplexity and extr<strong>em</strong>e disaffection with<br />

business-as-usual and standard development rhetoric and practice, and disillusionment with<br />

alter<strong>na</strong>tive development, are keynotes of this position (PIETERSE, 1998, p.360).<br />

A ênfase <strong>do</strong>s discursos da perspectiva pós-desenvolvimento é a afirmação das<br />

diversidades culturais, <strong>do</strong>s distintos mo<strong>do</strong>s que as sociedades encontram para organizar<br />

sist<strong>em</strong>as produtivos que possam garantir sua sobrevivência apesar das influências de<br />

forças exter<strong>na</strong>s que, por sua <strong>na</strong>tureza, buscam criar mecanismos de dependência. Por<br />

isso, <strong>em</strong> seus argumentos, à s<strong>em</strong>elhança <strong>do</strong> discurso <strong>do</strong> desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo, há<br />

um pre<strong>do</strong>mínio da defesa <strong>do</strong> local e da autonomia comunitária, o que ressalta um caráter<br />

de resistência política e cultural à imposição da modernidade globalizada (CARMEN,<br />

1996). Ao argumentar a necessidade de autonomia local <strong>em</strong> relação à influência exter<strong>na</strong>,<br />

os teóricos <strong>do</strong> pós-desenvolvimento reviv<strong>em</strong> os argumentos da teoria da dependência,<br />

transpon<strong>do</strong> a ênfase dada por aquela teoria aos esta<strong>do</strong>s <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is para as comunidades<br />

locais. As iniciativas, experiências ou práticas destas comunidades, <strong>do</strong>s novos atores e<br />

<strong>do</strong>s novos movimentos sociais são alçadas ao patamar de ex<strong>em</strong>plos d<strong>aqui</strong>lo que seriam<br />

“discursos endógenos” que se contrapõ<strong>em</strong> à idéia de que há necessidade de estratégias e<br />

programas de desenvolvimento (exógenos) para que sejam alcançadas melhores<br />

condições de vida (ESCOBAR, 1992).<br />

Para os teóricos que defend<strong>em</strong> alter<strong>na</strong>tivas para o desenvolvimento, é comum<br />

concebê-lo como uma parte da história da modernidade ocidental. A idéia de expansão<br />

<strong>do</strong> desenvolvimento teria cria<strong>do</strong>, no Terceiro Mun<strong>do</strong>, formas de conhecimento, de poder<br />

e de intervenção, diss<strong>em</strong>i<strong>na</strong>das desde o pós-1945 por instituições como o Banco<br />

Mundial, as Nações Unidas e as agências bilaterais de desenvolvimento. Para ESCOBAR<br />

(1995, p.213), o desenvolvimento <strong>na</strong>da mais é que “um mecanismo to<strong>do</strong>-poderoso de<br />

produção e gerenciamento <strong>do</strong> Terceiro Mun<strong>do</strong>”. Para sustentar tal mecanismo, teria<br />

havi<strong>do</strong> um processo de substituição <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as de conhecimento <strong>na</strong>tivos por um novo<br />

padrão – que seguiu os estilos e instituições norte-america<strong>na</strong>s, principalmente – que<br />

funcio<strong>na</strong>ria como uma espécie de <strong>do</strong>mínio perceptivo, para o qual o único meio de<br />

alcançar a prosperidade seria repetir os processos sociais pelos quais passaram os países<br />

mais ricos. A modernização impôs-se, desta forma, como uma necessidade de orig<strong>em</strong><br />

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