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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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“comunitário”, “auto-dependente”, “auto-centra<strong>do</strong>”, “autêntico”, “solidário”,<br />

“<strong>integra</strong><strong>do</strong>”, volta<strong>do</strong> à satisfação das “necessidades básicas”, “apropria<strong>do</strong>”,<br />

“participatório”, “local”, “centra<strong>do</strong> <strong>na</strong>s pessoas”, “humano” e “sustentável”. To<strong>do</strong>s estes<br />

qualificativos vieram acompanha<strong>do</strong>s de novos enfoques e contribuições à compreensão<br />

<strong>do</strong>s limites <strong>do</strong> desenvolvimento que tinha como objetivo quase exclusivo o crescimento<br />

econômico. A visão geral sobre o desenvolvimento tornou-se, de um mo<strong>do</strong> geral, mais<br />

preocupada com as conseqüências ambientais e sociais de sua promoção. As agências<br />

<strong>em</strong> prol <strong>do</strong> desenvolvimento tor<strong>na</strong>ram-se também mais localizadas, <strong>na</strong> medida <strong>em</strong> que a<br />

institucio<strong>na</strong>lidade <strong>do</strong> desenvolvimento foi mudan<strong>do</strong>, com uma maior participação de<br />

agentes locais e regio<strong>na</strong>is, envolvi<strong>do</strong>s <strong>na</strong> elaboração e condução de projetos.<br />

2.4 A construção de discursos entre a afirmação <strong>do</strong> alter<strong>na</strong>tivo e a negação da<br />

noção de desenvolvimento<br />

As perspectivas críticas apresentadas anteriormente foram, <strong>em</strong> diferentes<br />

momentos, mobilizadas por diversos atores para a construção de discursos sobre o<br />

desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo. Ao longo das três últimas décadas, o apelo por alter<strong>na</strong>tivas<br />

ao modelo convencio<strong>na</strong>l atraiu ativistas e teóricos (CRUSH, 1995). As perspectivas e<br />

enfoques distintos àqueles comumente difundi<strong>do</strong>s foram surgin<strong>do</strong> das análises sobre os<br />

insucessos, da articulação de novas experiências e da difusão de novas visões e leituras<br />

sobre a promoção <strong>do</strong> desenvolvimento. Assim, a idéia de um modelo alter<strong>na</strong>tivo pode<br />

ser descrita, inicialmente, como a articulação de um conjunto de experiências e de<br />

elaborações teóricas bastante heterogêneas que oferec<strong>em</strong> alter<strong>na</strong>tivas pontuais aos<br />

vários impasses enfrenta<strong>do</strong>s pelo mo<strong>do</strong> convencio<strong>na</strong>l de promover o desenvolvimento.<br />

Como argumenta PIETERSE (1998), sob rótulo “alter<strong>na</strong>tivo” passou a caber,<br />

virtualmente, toda forma de crítica ao modelo de desenvolvimento convencio<strong>na</strong>l tal<br />

como ele foi difundi<strong>do</strong> nos países <strong>do</strong> Terceiro Mun<strong>do</strong>. Embora imersas <strong>em</strong> uma enorme<br />

diversidade, estas críticas tenderam a ser vistas como representantes de uma alter<strong>na</strong>tiva<br />

coesa ou até mesmo como um novo paradigma para a promoção <strong>do</strong> desenvolvimento,<br />

relacio<strong>na</strong><strong>do</strong> a amplas mudanças institucio<strong>na</strong>is. Além disso, negan<strong>do</strong> as complexas<br />

relações de influência mútua entre as perspectivas convencio<strong>na</strong>is e as que a elas se<br />

opunham, o desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo também tendeu a ser imagi<strong>na</strong><strong>do</strong> como uma<br />

construção teórica exter<strong>na</strong> ao modelo convencio<strong>na</strong>l, elaborada e conduzida <strong>em</strong><br />

improváveis enclaves isola<strong>do</strong>s das influências <strong>do</strong>s ideários desenvolvimentistas.<br />

Ao contrário deste imaginário difundi<strong>do</strong>, as fronteiras entre o convencio<strong>na</strong>l e o<br />

alter<strong>na</strong>tivo são tênues e costumam se <strong>em</strong>baralhar <strong>na</strong> medida <strong>em</strong> que, <strong>na</strong> prática, as<br />

distintas perspectivas se influenciam mutuamente (WEBSTER, 1995). A ampla<br />

institucio<strong>na</strong>lização <strong>do</strong> t<strong>em</strong>a da sustentabilidade é um ex<strong>em</strong>plo destas influências que se<br />

cruzam e n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre se rejeitam totalmente. Como vimos, após uma década de<br />

debates, a sustentabilidade representou um meio termo entre uma postura mais<br />

convencio<strong>na</strong>l (que defendia a tese <strong>do</strong> crescimento econômico ilimita<strong>do</strong> como único<br />

meio para alcançar o desenvolvimento) e a postura ambientalista mais radical<br />

(defensora da tese <strong>do</strong> “crescimento zero”, como único meio para evitar a exaustão <strong>do</strong>s<br />

recursos <strong>na</strong>turais). Deste mo<strong>do</strong>, parece mais produtivo considerarmos que o<br />

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