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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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Esta constatação conduziu o processo de reestruturação <strong>do</strong> projeto ao longo de<br />

1989. Neste processo, os discursos foram construí<strong>do</strong>s para reafirmar o caráter <strong>do</strong> PTA<br />

como uma rede interinstitucio<strong>na</strong>l, para a qual, diagnosticava-se, não havia a necessidade<br />

de uma estrutura hierárquica rígida que possibilitasse o exercício <strong>do</strong> poder de decisão<br />

centraliza<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma coorde<strong>na</strong>ção <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Também foi sela<strong>do</strong>, <strong>na</strong>quele momento, o<br />

rompimento institucio<strong>na</strong>l com a FASE.<br />

O PTA era filho a<strong>do</strong>tivo da FASE. Não foi pari<strong>do</strong> de suas entranhas e talvez por isso<br />

mesmo nunca tenha si<strong>do</strong> totalmente <strong>integra</strong><strong>do</strong> à sua dinâmica. Além disso, cresceu muito<br />

depressa e de forma muito autônoma. Acabou crian<strong>do</strong> probl<strong>em</strong>as de identidade com a<br />

entidade mãe – ou madrasta. Nada de grave, mas precisava ser resolvi<strong>do</strong>. A opção pelo<br />

desligamento foi de comum acor<strong>do</strong> e o processo (mais de um ano) executa<strong>do</strong> s<strong>em</strong> traumas e<br />

concluí<strong>do</strong> <strong>em</strong> maio de 1990. Continuamos compartin<strong>do</strong> o prédio da Bento Lisboa, 58 <strong>em</strong><br />

frater<strong>na</strong>l e fecunda convivência (WEID, 1991, p.7).<br />

Deste mo<strong>do</strong>, <strong>na</strong> proposta de reestruturação aprovada, desapareceram as funções<br />

de coorde<strong>na</strong><strong>do</strong>res de rede, substituídas pelo papel de assessoria <strong>na</strong> tarefa de auxiliar às<br />

novas ONGs criadas como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> desm<strong>em</strong>bramento da antiga estrutura. A Rede<br />

PTA continuaria existin<strong>do</strong> e seus fóruns de decisões seriam o Encontro Nacio<strong>na</strong>l, os<br />

Fóruns Regio<strong>na</strong>is (Nordeste, Leste e Sul) e o Fórum Nacio<strong>na</strong>l, manten<strong>do</strong> a autonomia<br />

das ONGs participantes. A reestruturação completava-se com a ruptura institucio<strong>na</strong>l<br />

entre o projeto e FASE, que o acolhera até então, e o desligamento, ao longo de 1989,<br />

das equipes técnicas diretamente vinculadas à coorde<strong>na</strong>ção <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Cada uma das<br />

equipes técnicas constituiu uma ONG autônoma. Surgiram, assim, o Serviço de<br />

Assessoria a Organizações Populares (SASOP), <strong>na</strong> Bahia; o Centro de Assessoria e<br />

Apoio aos Trabalha<strong>do</strong>res e Instituições Não-Gover<strong>na</strong>mentais (CAATINGA), <strong>em</strong><br />

Ouricuri, Per<strong>na</strong>mbuco; a Associação de Programas <strong>em</strong> Tecnologia Alter<strong>na</strong>tiva (APTA),<br />

no Espírito Santo; a Rede de Intercâmbio de Tecnologia Alter<strong>na</strong>tiva (REDE), <strong>em</strong> Mi<strong>na</strong>s<br />

Gerais e a AS-PTA. No Rio de Janeiro, <strong>em</strong> dez<strong>em</strong>bro de 1989, foi criada a Assessoria e<br />

Serviços a Programas de Tecnologias Alter<strong>na</strong>tivas (AS-PTA), uma ONG autônoma e<br />

com pessoa jurídica própria. Naquele momento, juntaram-se à Rede Nacio<strong>na</strong>l outras<br />

<strong>do</strong>ze entidades. 105<br />

Este quadro de mudanças dialogava com outros fatores conjunturais que<br />

influenciavam as concepções da proposta e a ação da Rede formada pelo PTA. No<br />

início <strong>do</strong>s anos 90, o caráter anti-Esta<strong>do</strong> das ONGs perdia força e senti<strong>do</strong> diante das<br />

experiências e possibilidades de estabelecer parcerias pontuais com a institucio<strong>na</strong>lidade<br />

pública, principalmente com prefeituras municipais administradas pelo Parti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

Trabalha<strong>do</strong>res. Com isso, vislumbrava-se uma possibilidade de exercer alguma<br />

influência sobre os processos locais de gestão de políticas públicas dirigidas à<br />

105 Em 1991, a Rede PTA era composta pelas seguintes entidades: Associação Agroecológica Tijupá, Maranhão;<br />

CTA/Rede CE – Centro de Pesquisa e Assessoria (ESPLAR), Ceará; CAATINGA, Per<strong>na</strong>mbuco; Rede PTA<br />

PE/PB – Centro Josué de Castro (CJC), Paraíba e Per<strong>na</strong>mbuco; SASOP, Bahia; APTA, Espírito Santo; Centro de<br />

Agricultura Alter<strong>na</strong>tiva <strong>do</strong> Norte de Mi<strong>na</strong>s (CAA), Centro de Tecnologia Alter<strong>na</strong>tiva Zo<strong>na</strong> da Mata (CTA-ZM),<br />

Centro de Assistência Técnica (CAT), REDE, to<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Mi<strong>na</strong>s Gerais; Associação de Estu<strong>do</strong>s, Orientação e<br />

Assistência Rural (ASSESSOAR), Central Única <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res (CUT) – Su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> Paraná, Fundação para<br />

o Desenvolvimento Rural <strong>do</strong> Centro-Oeste <strong>do</strong> Paraná (RURECO), no Paraná; Centro Vianei de Educação<br />

Popular, <strong>em</strong> Santa Catari<strong>na</strong>; Centro de Aconselhamento ao Pequeno Produtor (CAPA IV), Centro de Tecnologias<br />

Alter<strong>na</strong>tivas Populares (CETAP), Rio Grande <strong>do</strong> Sul. Além das ONGs que mantiveram o nome da AS-PTA: AS-<br />

PTA Região Nordeste, Per<strong>na</strong>mbuco; AS-PTA Região Leste, Mi<strong>na</strong>s Gerais; AS-PTA Rede Paraná, Paraná; AS-<br />

PTA Região Sul, Rio Grande <strong>do</strong> Sul; e a própria AS-PTA no Rio de Janeiro.<br />

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