Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ
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<strong>do</strong> Sul), que se inseriam <strong>em</strong> con<strong>texto</strong>s sociais bastante distintos e enfrentavam<br />
probl<strong>em</strong>áticas igualmente diversas. Em comum, nesta diversidade de ações, havia o fato<br />
de lidar<strong>em</strong> com pequenos produtores carentes de assistência técnica e de crédito, que<br />
produziam <strong>em</strong> condições precárias, conseguin<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> muito, seu autoconsumo ou<br />
uma inserção margi<strong>na</strong>l nos merca<strong>do</strong>s locais. Para o PTA, <strong>na</strong>quele momento, as<br />
experiências daqueles grupos representavam a possibilidade de obter muitas respostas<br />
aos probl<strong>em</strong>as coloca<strong>do</strong>s pelo objetivo mais amplo de viabilizar a peque<strong>na</strong> produção,<br />
por intermédio da oferta de soluções tecnológicas alter<strong>na</strong>tivas.<br />
[Estas experiências] nos pareceram as que representavam o maior potencial tanto de<br />
aprendiza<strong>do</strong> da nossa equipe como de capacidade para outras comunidades <strong>na</strong>s regiões <strong>em</strong><br />
que estão localizadas. Para tal fim, decidiu-se <strong>em</strong> primeiro lugar estudar as regiões <strong>em</strong><br />
questão, tanto <strong>do</strong> ponto de vista ecológico como sócio-econômico, buscan<strong>do</strong> avaliar o<br />
potencial de reprodutividade das experiências selecio<strong>na</strong>das neste universo mais abrangente.<br />
Em segun<strong>do</strong> lugar, decidiu-se pela elaboração de um plano de pesquisa ao nível das<br />
experiências com a participação das comunidades e <strong>do</strong>s organismos que as assist<strong>em</strong> –<br />
concepção, aplicação, análise (PTA-FASE, 1988, p.60).<br />
No S<strong>em</strong>inário de Campi<strong>na</strong>s <strong>na</strong>sceu a proposta de criação e impl<strong>em</strong>entação de<br />
redes estaduais e de uma <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de “informação, intercâmbio e ajuda mútua” entre<br />
diversas organizações e entidades, para identificação e sist<strong>em</strong>atização de práticas<br />
tecnológicas alter<strong>na</strong>tivas. 97<br />
O S<strong>em</strong>inário constatou também a importância <strong>do</strong>s contatos diretos entre organizações de<br />
produtores e propôs que se fizesse, <strong>em</strong> cada Esta<strong>do</strong>, um trabalho de articulação entre<br />
entidades, visan<strong>do</strong> enfrentar o processo de isolamento e desvalorização das soluções<br />
camponesas para os probl<strong>em</strong>as <strong>do</strong>s pequenos produtores. Propôs criar uma dinâmica de<br />
identificação de soluções desenvolvidas pelos próprios produtores e de circulação dessas<br />
novas (ou até velhas, muitas vezes) práticas para que elas venham a ser a<strong>do</strong>tadas<br />
amplamente, compl<strong>em</strong>enta<strong>do</strong>-se umas às outras de forma a responder de maneira mais<br />
global ao desafio de criação de um novo modelo. Em segun<strong>do</strong> lugar, propôs sensibilizar as<br />
organizações <strong>do</strong> (ou ligadas ao) meio rural, para que elas adquiram consciência crítica <strong>em</strong><br />
relação aos modelos hoje propostos e se integr<strong>em</strong> <strong>na</strong> busca de soluções alter<strong>na</strong>tivas. Em<br />
terceiro lugar, propôs-se criar uma dinâmica de ação coletiva através da formação de uma<br />
rede de articulação, pressio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> os organismos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, os Centros de Formação e de<br />
pesquisa para que estes volt<strong>em</strong> à busca – <strong>em</strong> bases científicas – de soluções <strong>na</strong> linha das<br />
necessidades e das descobertas promovidas pelo enriquecimento <strong>do</strong> conhecimento <strong>em</strong>pírico<br />
<strong>do</strong> saber popular (WEID, 1985, p.11).<br />
O PTA, <strong>na</strong>quele momento, começava a definir sua nova estratégia de ação. Além<br />
de acompanhar e pesquisar as experiências com agricultura alter<strong>na</strong>tiva, anteriormente<br />
citadas, as estratégias de ação foram definidas <strong>em</strong> função de três objetivos principais:<br />
(a) estudar, sist<strong>em</strong>atizar e avaliar – a partir de suas características sociais, econômicas e<br />
agronômicas – experiências de geração, adaptação e utilização de tecnologias<br />
apropriadas para pequenos produtores; (b) lançar as bases de uma rede <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de<br />
informação, intercâmbio e ajuda mútua, abrangen<strong>do</strong> movimentos de pequenos<br />
agricultores (associações, sindicatos etc.) e técnicos comprometi<strong>do</strong>s com o<br />
fortalecimento <strong>do</strong> modelo alter<strong>na</strong>tivo de desenvolvimento agropecuário; e (c) prestar<br />
serviços de assessoria a organizações e comunidades de pequenos produtores, <strong>na</strong>s áreas<br />
97 “A primeira rede foi criada <strong>na</strong> Bahia, <strong>em</strong> 1984, logo depois, <strong>em</strong> agosto <strong>do</strong> mesmo ano, foi criada a Rede<br />
Per<strong>na</strong>mbuco/Paraíba. O primeiro encontro de TAs [tecnologias alter<strong>na</strong>tivas] foi realiza<strong>do</strong> no Recife, <strong>em</strong> 1985<br />
com mais de 100 pessoas: a maioria eram produtores, que trouxeram muitas experiências interessantes <strong>em</strong> TAs”<br />
(AS-PTA, 1989, p.11).<br />
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