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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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Apesar del desequilibra<strong>do</strong> panorama econômico y la urbanizacion desenfreada en la<br />

mayoría de los países latinoamericanos, hay uma bue<strong>na</strong> noticia: u<strong>na</strong> tendência hacia la<br />

d<strong>em</strong>ocracia y el (re)descubrimiento de la sociedad civil (...) Muchas ONG y movimientos<br />

sociales proporcio<strong>na</strong>n a sus mienbros la oportunidad de expresar sus puntos de vista y<br />

participar en las decisiones de las mismas hasta que sus dirigentes aprenden más o menos<br />

rendir cuentas a sus bases. Esta participación en las asociaciones de la sociedad civil es<br />

como uma ciudadanía “secundaria” que multiplica las oportunidades de negociación,<br />

mejora la competência y la resolución de conflitos, y promueve la busqueda de un consenso<br />

viable.<br />

No Brasil, a nova constituição da República, promulgada <strong>em</strong> 1988, após um<br />

intenso movimento de mobilização social, tratou de institucio<strong>na</strong>lizar a participação<br />

popular <strong>na</strong> promoção de políticas públicas, introduzin<strong>do</strong> novos direitos sociais e<br />

expandin<strong>do</strong> os direitos de cidadania. As possibilidades de participação da sociedade<br />

civil nos novos mecanismos de gestão pública aumentavam ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que o<br />

papel de regulação social, historicamente des<strong>em</strong>penha<strong>do</strong> pelo Esta<strong>do</strong> de mo<strong>do</strong> quase<br />

exclusivo, sofria severa retração. No con<strong>texto</strong> de uma grave crise econômica ocorria, <strong>na</strong><br />

maioria <strong>do</strong>s países latino-americanos, uma revisão <strong>do</strong>s modelos de desenvolvimento,<br />

que incluía a diminuição <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong>s aparatos gover<strong>na</strong>mentais e restrições <strong>em</strong> seu<br />

poder de investimento (FIORI, 1995).<br />

Esta revisão e a conseqüente redução <strong>do</strong> tamanho, <strong>do</strong> papel e das funções <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> estavam, então, principalmente relacio<strong>na</strong>das à pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> ideário<br />

neoliberal e teve seu corolário durante os oito anos <strong>do</strong> governo Fer<strong>na</strong>n<strong>do</strong> Henrique<br />

Car<strong>do</strong>so (1995-2002). 43 A partir de uma determi<strong>na</strong>da leitura deste ideário, a<br />

consolidação d<strong>em</strong>ocrática, de um mo<strong>do</strong> geral, estaria primordialmente relacio<strong>na</strong>da à<br />

autonomia <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s, libertos da intervenção estatal <strong>na</strong> economia, o que também<br />

projetava, dentre outros aspectos, a relativização da capacidade de regulação social por<br />

parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. O merca<strong>do</strong> foi alça<strong>do</strong> à condição de “melhor e mais eficiente<br />

mecanismo de alocação de recursos”, enquanto a privatização, a terceirização e a<br />

“publicização” tor<strong>na</strong>ram-se instrumentos utiliza<strong>do</strong>s para a diminuição <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>, redefinin<strong>do</strong> suas funções.<br />

“Publicização”, para Bresser, t<strong>em</strong> um significa<strong>do</strong> preciso: organizações nãogover<strong>na</strong>mentais<br />

assumin<strong>do</strong> funções de prestação de serviços. Afirman<strong>do</strong> que a esfera<br />

pública não pode ser confundida com a atividade estatal, Bresser ressalta a necessidade a<br />

necessidade de que organizações da sociedade assumam as tarefas estatais, de que haja<br />

transferência dessas tarefas para o que ele denomi<strong>na</strong> de campo público não-estatal<br />

(TEIXEIRA, 2002, p.123). 44<br />

De imediato, os processos de descentralização administrativa e de crescente<br />

publicização da ação estatal implicaram, como argumenta TEIXEIRA (2002, p.107),<br />

transferência de algumas responsabilidades <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para os governos municipais e<br />

43 Para DRAIBE (1993), o neoliberalismo pode ser compreendi<strong>do</strong> como um discurso que defende um conjunto de<br />

regras de ação – ou de recomendações – para orientar reformas de Esta<strong>do</strong>s e de suas políticas. “O neoliberalismo<br />

refere-se a idéias e valores que compõ<strong>em</strong> um ambiente particular, espécie de ‘cultura da solução de probl<strong>em</strong>as’,<br />

idealizan<strong>do</strong> a especialização e a competência, a ideologia neoliberal projeta uma cultura política ‘despolitizada’<br />

<strong>na</strong> aparência, movida pela busca de soluções gerais e eficientes. Eficiência e eficácia são portanto os corolários<br />

dessa ideologização da ação política”.<br />

44 Luiz Carlos Bresser Pereira foi ministro da Administração Federal e Reforma <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no governo de<br />

Fer<strong>na</strong>n<strong>do</strong> Henrique Car<strong>do</strong>so, e um <strong>do</strong>s mentores responsáveis pela impl<strong>em</strong>entação <strong>do</strong> processo de reforma <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>.<br />

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