Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ
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determi<strong>na</strong>das possibilidades de participação para que atores vincula<strong>do</strong>s aos movimentos<br />
sociais manifestass<strong>em</strong> suas reivindicações e propostas. O próprio Esta<strong>do</strong>, ao anunciar a<br />
diminuição <strong>do</strong> seu papel <strong>na</strong> promoção <strong>do</strong> desenvolvimento, indicava a necessidade de<br />
que outros atores assumiss<strong>em</strong> uma função mais ativa nesta tarefa.<br />
Para a AS-PTA, a postura de oposição à institucio<strong>na</strong>lidade gover<strong>na</strong>me<strong>na</strong>l<br />
começou a ser relativizada tanto por influência deste con<strong>texto</strong> político quanto,<br />
principalmente, <strong>em</strong> decorrência de sua inserção – que também ocorria indiretamente,<br />
por meio das várias equipes das ONGs vinculadas à Rede – nos con<strong>texto</strong>s políticos<br />
locais. Seus encontros com a institucio<strong>na</strong>lidade pública vinham ocorren<strong>do</strong> no dia-a-dia<br />
<strong>do</strong>s trabalhos. Assim, tor<strong>na</strong>vam-se freqüentes as parcerias eventuais e cooperação<br />
pontual com técnicos de prefeituras municipais e <strong>em</strong>presas estaduais de extensão rural.<br />
Em alguns casos, ocorriam inclusive negociações para fi<strong>na</strong>nciamento a projetos.<br />
Embora n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre se des<strong>do</strong>brass<strong>em</strong> <strong>em</strong> bons resulta<strong>do</strong>s, esses encontros iam mi<strong>na</strong>n<strong>do</strong><br />
a imag<strong>em</strong> de um Esta<strong>do</strong> “negativo”, autoritário e monolítico. Em seu lugar, ia ganhan<strong>do</strong><br />
terreno a visão que o percebia <strong>em</strong> sua diversidade e capilaridade. Havia, portanto,<br />
possibilidade de contato, diálogo e até mesmo influência sobre certas “pessoas <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong>”, mais receptivas às novidades trazidas pela proposta da agricultura alter<strong>na</strong>tiva,<br />
instituin<strong>do</strong> o que DOIMO (1995, p.223) chamou de “relações de seletividade positiva<br />
com a esfera político-administrativa”.<br />
Neste con<strong>texto</strong>, como já ressaltamos, aumentava o número de atores que<br />
passaram a pesquisar e a trabalhar com os t<strong>em</strong>as da geração de alter<strong>na</strong>tivas de<br />
desenvolvimento para a agricultura, principalmente sob a bandeira da sustentabilidade.<br />
Isto, para a AS-PTA, gerava a necessidade de afirmar a sua proposta, diferencian<strong>do</strong>-a<br />
das outras que surgiam. O caráter político de sua proposta, <strong>em</strong>bora passan<strong>do</strong> por uma<br />
transição, parecia-lhe relativamente estabeleci<strong>do</strong>. A dimensão técnica desta proposta<br />
política de mudança <strong>do</strong> padrão produtivo da agricultura de peque<strong>na</strong> escala é que ainda<br />
não estava b<strong>em</strong> resolvida. A diss<strong>em</strong>i<strong>na</strong>ção de tecnologias alter<strong>na</strong>tivas, mais apropriadas<br />
às condições <strong>do</strong>s pequenos produtores e mais b<strong>em</strong> equilibradas aos fatores ambientais,<br />
<strong>em</strong>bora fosse um passo importante, esbarrava <strong>na</strong> ineficiência ou i<strong>na</strong>dequação <strong>do</strong>s<br />
méto<strong>do</strong>s de diss<strong>em</strong>i<strong>na</strong>ção, contribuin<strong>do</strong> para a dispersão das experiências, o que era<br />
agrava<strong>do</strong> pelo caráter pontual das mudanças que elas conseguiam realizar nos sist<strong>em</strong>as<br />
de produção.<br />
Este quadro indicava a pr<strong>em</strong>ência de desenvolver novas abordagens e méto<strong>do</strong>s<br />
que aprimorass<strong>em</strong> os que vinham sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s, possibilitan<strong>do</strong> além de uma<br />
participação mais qualificada <strong>do</strong>s agricultores, a obtenção de resulta<strong>do</strong>s práticos mais<br />
consistentes e de maior alcance. Neste momento da trajetória da AS-PTA, a definição<br />
de novos méto<strong>do</strong>s de intervenção <strong>na</strong> realidade e a fundamentação científica da mudança<br />
técnica defendida eram ti<strong>do</strong>s como fatores decisivos à afirmação da proposta alter<strong>na</strong>tiva.<br />
Neste processo de transição, não se tratava de negar o aprendiza<strong>do</strong> acumula<strong>do</strong> <strong>na</strong><br />
experiência <strong>do</strong> PTA e da rede de iniciativas inspiradas por sua ação. Os<br />
questio<strong>na</strong>mentos à falta de resulta<strong>do</strong>s e méto<strong>do</strong>s de intervenção representavam um<br />
balanço <strong>do</strong>s seis primeiros anos de atuação <strong>do</strong> projeto e o início da redefinição de<br />
objetivos e estratégias a<strong>do</strong>tadas, até então, para diss<strong>em</strong>i<strong>na</strong>r e referendar politicamente a<br />
proposta. Os limites da agricultura alter<strong>na</strong>tiva se revelavam tanto <strong>na</strong> ausência de bases<br />
epist<strong>em</strong>ológicas mais concretas (ALMEIDA, 2002), quanto <strong>em</strong> relação aos méto<strong>do</strong>s<br />
utiliza<strong>do</strong>s pelos técnicos para diss<strong>em</strong>i<strong>na</strong>r, entre os agricultores, as alter<strong>na</strong>tivas<br />
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