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da evolução das elaborações teóricas sobre as mudanças sociais no Terceiro Mun<strong>do</strong> 48 ,<br />

estas surg<strong>em</strong> mais ou menos <strong>na</strong> década de 1940, expandin<strong>do</strong>-se no cenário <strong>do</strong> pósguerra.<br />

49 As teorias sociais e econômicas procuraram entender a <strong>na</strong>tureza <strong>do</strong><br />

desenvolvimento, dedican<strong>do</strong>-se à compreensão das suas diversas noções, ao mesmo<br />

t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que, de mo<strong>do</strong> reflexivo, construíam outras; dedicaram-se também à<br />

compreensão das causas <strong>do</strong>s insucessos <strong>na</strong> promoção <strong>do</strong> desenvolvimento, tentan<strong>do</strong><br />

explicar o subdesenvolvimento; e, por fim, buscaram estabelecer os rumos ou<br />

procedimentos por intermédio <strong>do</strong>s quais as sociedades poderiam alcançar o tão deseja<strong>do</strong><br />

desenvolvimento econômico.<br />

Para os teóricos, s<strong>em</strong>pre foi muito importante classificar as diversas visões sobre<br />

o desenvolvimento. As categorias foram imprescindíveis à fundamentação de críticas e<br />

à construção de outras concepções e modelos. Embora to<strong>do</strong>s concord<strong>em</strong> sobre os limites<br />

impostos pelas categorizações, principalmente quan<strong>do</strong> elas implicam risco de<br />

simplificar ou reduzir características observadas, as idéias e as noções sobre o<br />

desenvolvimento s<strong>em</strong>pre foram qualificadas para possibilitar sua distinção ou<br />

pertinência a determi<strong>na</strong>das escolas de pensamento ou a certas <strong>do</strong>utri<strong>na</strong>s políticas. 50 Este<br />

processo se acirrou com o surgimento, principalmente a partir <strong>do</strong>s anos 70, de várias<br />

críticas e divergências aos mo<strong>do</strong>s mais convencio<strong>na</strong>is ou <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>ntes de promoção <strong>do</strong><br />

desenvolvimento econômico e a conseqüente proposição de novos rumos à sua<br />

realização. Essas outras elaborações teóricas teriam si<strong>do</strong> responsáveis pelo surgimento<br />

de novos modelos, <strong>do</strong>utri<strong>na</strong>s, correntes, perspectivas, enfoques, noções, abordagens,<br />

paradigmas etc. Na extensa literatura inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>em</strong> língua<br />

inglesa, houve uma profusão de denomi<strong>na</strong>ções às distintas visões sobre o<br />

desenvolvimento. Muitos foram os méto<strong>do</strong>s e critérios utiliza<strong>do</strong>s pelos teóricos para<br />

elaborar sínteses e categorizar estas diferentes visões. Talvez a única certeza é que<br />

s<strong>em</strong>pre houve pouca concordância sobre as classificações e seus méto<strong>do</strong>s, <strong>em</strong> um<br />

campo teórico <strong>em</strong> constante disputa pela afirmação de novos conceitos e noções.<br />

Para HUNT (1989), a distinção entre diferentes enfoques teóricos que orientam as<br />

noções e as práticas de desenvolvimento deve ser feita a partir <strong>do</strong> agrupamento destes<br />

enfoques seguin<strong>do</strong> certos critérios. De acor<strong>do</strong> com seu argumento, as contribuições<br />

teóricas pod<strong>em</strong> ser classificadas <strong>em</strong> determi<strong>na</strong><strong>do</strong> enfoque, primeiro porque oferec<strong>em</strong><br />

uma interpretação distinta da <strong>na</strong>tureza <strong>do</strong> desenvolvimento e/ou <strong>do</strong><br />

48 De acor<strong>do</strong> com BOUDON & BORRICARD (1993, p.134), a noção de Terceiro Mun<strong>do</strong> “foi forjada por A. Sauvy<br />

(...), ela sugere que a nova ord<strong>em</strong> mundial impõe à sociedade das <strong>na</strong>ções uma divisão de classes. A oposição<br />

‘desenvolvimento/subdesenvolvimento’ ou ‘países desenvolvi<strong>do</strong>s/países <strong>em</strong> via de desenvolvimento’ sugere um<br />

processo evolucionista linear. A noção de Terceiro Mun<strong>do</strong>, trazen<strong>do</strong> implícita a hipótese de que a dialética da luta<br />

de classes estende-se à escala <strong>do</strong> planeta, retoma, modernizan<strong>do</strong>-a, a visão historicista de Marx”.<br />

49 HUNT (1989) identifica duas principais escolas de pensamento <strong>na</strong> orig<strong>em</strong> da economia <strong>do</strong> desenvolvimento: <strong>na</strong><br />

América Lati<strong>na</strong>, a escola estruturalista teve como principal teórico o economista argentino Raoul Prebisch; <strong>na</strong><br />

América <strong>do</strong> Norte e Europa Ocidental <strong>em</strong>ergiu, a partir <strong>do</strong>s trabalhos de diversos teóricos durante as décadas de<br />

1940 e 1950 (Lewis e Rostow seriam os <strong>do</strong>is mais destaca<strong>do</strong>s autores desta abordag<strong>em</strong>), o que a autora denomi<strong>na</strong><br />

de “paradigm of the expanding capitalist nucleus” (p.62).<br />

50 Em referência às teorias gerais sobre o desenvolvimento construídas pelos diversos estudiosos, BOUDON &<br />

BOURRICARD (1993, p.139) argumentam que: “Não há dúvidas que estes modelos ampliaram consideravelmente<br />

nossa capacidade de compreensão <strong>do</strong>s processos de mudança e de desenvolvimento, exatamente como a teoria<br />

marxista contribuiu para a nossa compreensão da história das sociedades industriais. Mais freqüent<strong>em</strong>ente,<br />

porém, os mecanismos evoca<strong>do</strong>s pelos teóricos <strong>do</strong> desenvolvimento dev<strong>em</strong> ser concebi<strong>do</strong>s como modelos que<br />

descrev<strong>em</strong>, de maneira simplificada, processos mais complexos. Além disso, dev<strong>em</strong> ser considera<strong>do</strong>s como de<br />

validade ou alcance limita<strong>do</strong>s.”<br />

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