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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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novo paradigma, o que implicaria esforço para encontrar, apesar da diversidade de<br />

elaborações teóricas que o compõe uma teoria <strong>do</strong> desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo. Na<br />

realidade, dada a diversidade de perspectivas e fundamentações teóricas que são<br />

mobilizadas pelos também diversos atores que constro<strong>em</strong> discursos alter<strong>na</strong>tivos para a<br />

promoção <strong>do</strong> desenvolvimento, talvez seja meto<strong>do</strong>logicamente mais interessante<br />

considerar que as três possibilidades de definição não são mutuamente excludentes, ou<br />

seja, elas pod<strong>em</strong> contribuir para, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> caso estuda<strong>do</strong>, esclarecer o mo<strong>do</strong> como<br />

determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s atores constro<strong>em</strong> propostas que se identificam com o discurso <strong>do</strong><br />

desenvolvimento alter<strong>na</strong>tivo.<br />

O questio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong>s objetivos e <strong>do</strong>s valores defendi<strong>do</strong>s pelos teóricos <strong>do</strong><br />

desenvolvimento convencio<strong>na</strong>l foi sen<strong>do</strong> construí<strong>do</strong>, inicialmente, pela crítica<br />

ambientalista. O debate sobre os limites ambientais <strong>do</strong> crescimento econômico<br />

contribuiu, a partir <strong>do</strong>s anos 70, para difundir novas percepções sobre os impactos <strong>do</strong><br />

progresso científico e econômico sobre as sociedades. Concomitant<strong>em</strong>ente, nos países<br />

mais pobres, crescia a percepção de que os frutos <strong>do</strong> crescimento da economia não<br />

beneficiavam a to<strong>do</strong>s. A pobreza aumentava no mesmo ritmo <strong>em</strong> que cresciam e se<br />

tor<strong>na</strong>vam mais evidentes as desigualdades de distribuição de renda entre setores das<br />

sociedades. E isto ocorria inclusive <strong>na</strong>queles países que aceitavam e seguiam<br />

rigidamente as políticas econômicas impostas pelos países mais ricos por meio de<br />

instituições regula<strong>do</strong>ras como Fun<strong>do</strong> Monetário Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (FMI) e o Banco Mundial<br />

(ADAMS, 1993). O produto interno bruto (PIB) e a renda per capita, tradicio<strong>na</strong>is índices<br />

de aferição <strong>do</strong> crescimento econômico, iam perden<strong>do</strong> legitimidade como parâmetros<br />

para avaliar a ocorrência de desenvolvimento.<br />

Entre alguns teóricos críticos, a nova realidade trouxe a preocupação <strong>em</strong> rever<br />

determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s pressupostos destas políticas econômicas. O el<strong>em</strong>ento “humano”, ou a<br />

consideração das pessoas e de suas particularidades culturais, passou a ser considera<strong>do</strong><br />

(KORTEN, 1990). Nas instituições tradicio<strong>na</strong>is, durante os anos 70, cresceu a percepção<br />

de que o desenvolvimento só poderia ocorrer caso, antes de qualquer iniciativa, fosse<br />

enfrentada a questão da pobreza. A perspectiva das “necessidades básicas”, <strong>na</strong>quela<br />

época, propunha mudar os rumos <strong>do</strong> desenvolvimento, para que ele passasse a ser<br />

compreendi<strong>do</strong> como “uma forma de promover melhores condições de vida para a<br />

população <strong>em</strong> geral, e para os setores margi<strong>na</strong>liza<strong>do</strong>s <strong>em</strong> particular” (SANTOS &<br />

RODRÍGUEZ, 2002, p.46).<br />

Nas instituições tradicio<strong>na</strong>is <strong>do</strong>s governos e das agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de<br />

cooperação, a perspectiva huma<strong>na</strong> <strong>do</strong> desenvolvimento, via satisfação das necessidades<br />

básicas, envere<strong>do</strong>u pelos caminhos <strong>do</strong> investimento <strong>em</strong> capital humano (educação e<br />

saúde, principalmente) como meio para, s<strong>em</strong> prejudicar a ênfase econômica <strong>do</strong>s<br />

investimentos públicos, promover, compensatoriamente, a provisão de determi<strong>na</strong>das<br />

necessidades ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que eram reforçadas certas capacidades profissio<strong>na</strong>is<br />

das populações de baixa renda. A crise econômica <strong>do</strong>s anos 80 conduziu as<br />

macropolíticas econômicas, sob influência <strong>do</strong> paradigma neoliberal, à ênfase aos ajustes<br />

estruturais, uma postura que colocava <strong>em</strong> segun<strong>do</strong> plano o atendimento às necessidades<br />

básicas (HUNT, 1989). Mas, como argumenta NERFIN (1977), o desenvolvimento<br />

alter<strong>na</strong>tivo e uma outra versão mais radical da idéia da satisfação das necessidades<br />

básicas vingavam <strong>em</strong> um outro campo, no terreno de um “terceiro sist<strong>em</strong>a político”,<br />

aquele que partia <strong>do</strong> diagnóstico <strong>do</strong>s fracassos gover<strong>na</strong>mentais (o primeiro sist<strong>em</strong>a) e <strong>do</strong><br />

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