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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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Agro-ecology has <strong>em</strong>erged as the discipline that provides the basis ecological principles for<br />

studying, designing and ma<strong>na</strong>ging agro-ecosyst<strong>em</strong>s which are productive and resourceconserving,<br />

as well as culturally sensitive, socially just and economically viable<br />

(ALTIERE, 1995, p.17).<br />

As recomendações técnicas da agroecologia são comumente construídas <strong>em</strong><br />

distinção ao que preconiza a agricultura convencio<strong>na</strong>l ou moder<strong>na</strong> e faz<strong>em</strong> referência ao<br />

amplo debate, inicia<strong>do</strong> nos anos 70 e a<strong>na</strong>lisa<strong>do</strong> anteriormente, a respeito da<br />

incorporação de variáveis ambientais como limite à expansão tecnológica <strong>do</strong> controle<br />

sobre a <strong>na</strong>tureza. Pode-se melhor defini-la como uma série de princípios normativos que<br />

buscam orientar ações e práticas de grupos e organizações que se identificam com tais<br />

princípios. Para começar, como a sua própria denomi<strong>na</strong>ção indica, há, por parte da<br />

agroecologia, a defesa de um outro tipo de relação entre a atividade agrícola e o uso <strong>do</strong>s<br />

recursos <strong>na</strong>turais. Assim, busca-se compreender e reproduzir os tipos de sist<strong>em</strong>as de<br />

cultivo que, historicamente, se desenvolveram <strong>em</strong> maior <strong>integra</strong>ção com os seus meios<br />

<strong>na</strong>turais.<br />

Um <strong>do</strong>s princípios que norteiam a valorização da harmonia ambiental entre<br />

agricultura e <strong>na</strong>tureza é o da diversidade. Ao contrário da ênfase dada pela agricultura<br />

moder<strong>na</strong> às grandes culturas (trigo, soja, arroz, por ex<strong>em</strong>plo) e à sua rentabilidade<br />

econômica, traduzida <strong>em</strong> produtividade, as tecnologias agroecológicas são criadas para<br />

favorecer, indistintamente, to<strong>do</strong>s os cultivos, principalmente os que garant<strong>em</strong> o<br />

suprimento de alimentos básicos. Os policultivos, que geralmente combi<strong>na</strong>m variedades<br />

genéticas mais rústicas e bastante heterogêneas, são considera<strong>do</strong>s os sist<strong>em</strong>as de cultivo<br />

ideais, contrastan<strong>do</strong> com a ênfase da agricultura moder<strong>na</strong> às monoculturas<br />

geneticamente uniformes, baseadas <strong>em</strong> s<strong>em</strong>entes geneticamente modificadas.<br />

Os princípios agroecológicos defend<strong>em</strong> que o estabelecimento <strong>do</strong>s monocultivos<br />

implica uma série de transformações ambientais que tend<strong>em</strong> a simplificar os<br />

ecossist<strong>em</strong>as, ao contrário <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as de policultivos, que se aproximam “o máximo<br />

possível das leis que reg<strong>em</strong> o funcio<strong>na</strong>mento da <strong>na</strong>tureza, com um mínimo de<br />

artificialização <strong>do</strong> meio ambiente e buscan<strong>do</strong> reciclag<strong>em</strong> de nutrientes como uma<br />

estratégia de conservação <strong>do</strong>s recursos <strong>na</strong>turais” (AS-PTA, 1995, p.3). Deste mo<strong>do</strong>, um<br />

outro princípio importante para a estratégia agroecológica é o que se refere à capacidade<br />

regenerativa de suas técnicas e méto<strong>do</strong>s sobre os recursos <strong>na</strong>turais. Como pouco<br />

modificam o seu meio ambiente, os sist<strong>em</strong>as orienta<strong>do</strong>s pelos preceitos agroecológicos<br />

conservam, <strong>na</strong> medida <strong>do</strong> possível, a fertilidade <strong>na</strong>tural e por isso tend<strong>em</strong> a depender de<br />

uma menor quantidade de fatores externos para manter a sua capacidade de reprodução.<br />

Os monocultivos, ao contrário, d<strong>em</strong>andam eleva<strong>do</strong>s investimentos tanto para a<br />

reposição da fertilidade <strong>na</strong>tural <strong>do</strong>s ambientes quanto para o controle de insetos e<br />

plantas que, reagin<strong>do</strong> às modificações ambientais promovidas <strong>em</strong> larga escala, tor<strong>na</strong>mse<br />

ameaças à manutenção da produtividade <strong>em</strong> patamares eleva<strong>do</strong>s. No discurso da AS-<br />

PTA, estas diferenças são claramente d<strong>em</strong>arcadas:<br />

(...) a Revolução Verde t<strong>em</strong> como princípio organiza<strong>do</strong>r a acumulação de capital e o<br />

aumento crescente da taxa de lucro. Sab<strong>em</strong>os aonde isso leva de forma cumulativa e<br />

necessária: “à maximinização das oportunidades”, à especialização produtiva <strong>em</strong> atividades<br />

de renda, à monocultura, à concentração de terra, à dependência <strong>em</strong> relação à indústria e à<br />

corrida tecnológica desenfreada, ao consumo crescente de energia cara e não renovável, ao<br />

aumento <strong>do</strong>s custos de produção, etc. (ALMEIDA, 1991, p.4).<br />

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