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produtivo. 96 Desta pesquisa inicial e <strong>do</strong>s contatos feitos resultou um s<strong>em</strong>inário,<br />

realiza<strong>do</strong> <strong>em</strong> dez<strong>em</strong>bro de 1983 <strong>em</strong> Campi<strong>na</strong>s, interior de São Paulo. Lá foram<br />

reuni<strong>do</strong>s, por iniciativa <strong>do</strong> PTA, mais de noventa representantes de associações de<br />

produtores e de entidades (ONGs e similares) que desenvolviam projetos de apoio à<br />

peque<strong>na</strong> produção agrícola, com o objetivo de trocar experiências e discutir os rumos <strong>do</strong><br />

PTA. A partir das apresentações e das trocas de experiência entre os presentes, <strong>em</strong>bora<br />

foss<strong>em</strong> constatadas enormes diferenças nos mo<strong>do</strong>s e <strong>na</strong>s estratégias de ação das diversas<br />

organizações, os participantes <strong>do</strong> s<strong>em</strong>inário concordaram <strong>em</strong> unificar esforços <strong>em</strong> torno<br />

da busca de respostas tecnológicas generalizáveis e da promoção das tecnologias<br />

alter<strong>na</strong>tivas <strong>em</strong> oposição ao modelo tecnológico <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte, referendan<strong>do</strong>, deste mo<strong>do</strong>,<br />

as propostas iniciais defendidas pela equipe <strong>do</strong> PTA-FASE. O discurso construí<strong>do</strong> <strong>na</strong>s<br />

resoluções aprovadas pela plenária <strong>do</strong> s<strong>em</strong>inário deixava claras as intenções <strong>do</strong>s<br />

participantes:<br />

Há necessidade imediata da realização de pesquisas que cont<strong>em</strong> com a participação efetiva<br />

<strong>do</strong>s pequenos produtores e de equipes multidiscipli<strong>na</strong>res, como forma de se chegar a<br />

resulta<strong>do</strong>s que signifiqu<strong>em</strong> uma verdadeira contribuição <strong>na</strong> geração, sist<strong>em</strong>atização e<br />

divulgação de tecnologias alter<strong>na</strong>tivas, segun<strong>do</strong> o conceito <strong>aqui</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>. A tecnologia<br />

alter<strong>na</strong>tiva <strong>em</strong> si mesma não é resposta aos probl<strong>em</strong>as <strong>do</strong> pequeno produtor. Ela só ganha<br />

<strong>em</strong> importância <strong>na</strong> medida <strong>em</strong> que se associa com as respostas a outros probl<strong>em</strong>as que ela<br />

enfrenta, e primordialmente a reforma agrária, acompanhada de uma política voltada<br />

efetivamente para os seus interesses (PTA-FASE, 1988, p.47).<br />

Para que o movimento de afirmação das tecnologias alter<strong>na</strong>tivas ganhasse maior<br />

organização e poder político ficou decidi<strong>do</strong>, no s<strong>em</strong>inário, que o PTA, a partir daquele<br />

momento, assumiria a coorde<strong>na</strong>ção <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>do</strong> movimento, competin<strong>do</strong>-lhe,<br />

inicialmente, animar o debate, estenden<strong>do</strong>-o a um número maior de parceiros<br />

potenciais; organizar a circulação de informações e promover encontros regio<strong>na</strong>is e<br />

locais para troca de experiências. Também foi atribuída ao PTA a tarefa de coorde<strong>na</strong>r<br />

um processo mais amplo de pesquisa para identificar novas tecnologias. No S<strong>em</strong>inário<br />

de Campi<strong>na</strong>s foram escolhidas cinco experiências com tecnologias alter<strong>na</strong>tivas,<br />

desenvolvidas por ONGs, que seriam acompanhadas e pesquisadas pelo PTA, por ser<strong>em</strong><br />

identificadas como aquelas, dentre as discutidas, que apresentavam, potencialmente, as<br />

maiores possibilidades de oferecer os melhores resulta<strong>do</strong>s para fins de difusão.<br />

Na avaliação <strong>do</strong> conjunto sentiu-se que era possível acumular soluções generalizáveis a<br />

partir de uma sist<strong>em</strong>atização das práticas culturais e de comercialização a<strong>do</strong>tadas pelas<br />

comunidades <strong>em</strong> questão. O Projeto T.A. comprometeu-se – no espaço de um ano agrícola<br />

– acompanhar estas experiências e produzir, junto com as comunidades e entidades<br />

envolvidas, manuais simples que permitiss<strong>em</strong> difundir as soluções encontradas, b<strong>em</strong> como<br />

uma avaliação das condições para a sua reprodução (WEID, 1985, p.10).<br />

Foram escolhidas as experiências <strong>do</strong> PATAC (Programa de Aplicação de<br />

Tecnologias Adaptadas às Comunidades de Campi<strong>na</strong> Grande, Paraíba), <strong>do</strong> MOC<br />

(Movimento de Organização Comunitária, de Feira de Santa<strong>na</strong>, Bahia), a da<br />

ASSESOAR (Associação de Estu<strong>do</strong>s, Orientação e Assistência Rural, de Francisco<br />

Beltrão, Paraná), a <strong>do</strong> Instituto Vianei de Educação (Lajes, Santa Catari<strong>na</strong>) e a <strong>do</strong><br />

CAPA (Centro de Aconselhamento ao Pequeno Agricultor, de Santa Rosa, Rio Grande<br />

96 “Do ponto de vista das motivações havia de tu<strong>do</strong> um pouco: ecologistas, esotéricos, cientistas, capitalistas e –<br />

nossos pares mais próximos – os que pelejavam principalmente <strong>na</strong>s questões sociais, políticas e econômicas <strong>do</strong><br />

campesi<strong>na</strong>to” (WEID, 1988, p.4)<br />

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