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concentram 49% das unidades de produção baseadas agricultura familiar. Nos<br />

municípios de Solânea, R<strong>em</strong>ígio e Lagoa Seca há, pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nt<strong>em</strong>ente, peque<strong>na</strong>s<br />

propriedades que se distribu<strong>em</strong> <strong>em</strong> condições ambientais extr<strong>em</strong>amente variáveis.<br />

Lagoa Seca e Solânea estão situa<strong>do</strong>s <strong>em</strong> uma região conhecida como Brejo Paraibano,<br />

onde a altitude elevada e conformação geográfica da região contribu<strong>em</strong> para índices de<br />

precipitação pluviométrica que alcançam 1000mm/ano. R<strong>em</strong>ígio fica no Curimataú,<br />

com precipitação média anual que não ultrapassa 400mm/ano, acentuan<strong>do</strong> os limites<br />

<strong>na</strong>turais à instalação de cultivos e criações. Nesta região, a ocorrência periódica de secas<br />

agrava o quadro geral desfavorável à prática agrícola. Por conta desta variedade<br />

climática, associada a instabilidades periódicas, há uma enorme diversidade de<br />

agroecossist<strong>em</strong>as e de sist<strong>em</strong>as de produção que buscam adaptá-los à agricultura.<br />

Os diagnósticos participativos realiza<strong>do</strong>s pelas organizações de produtores com o apoio da<br />

AS-PTA, identificaram de cinco a seis micro-zo<strong>na</strong>s ambientais <strong>em</strong> cada município (...) Isto<br />

confirma <strong>em</strong> uma menor escala a variedade ambiental já mencio<strong>na</strong>da no nível das<br />

mesoregiões. Foram identifica<strong>do</strong>s também seis sub-sist<strong>em</strong>as de produção, quais sejam:<br />

cultivo anual, cultivo permanente, criação animal, quintal, extrativismo e agricultura<br />

irrigada <strong>em</strong> peque<strong>na</strong> escala. Estes sub-sist<strong>em</strong>as se combi<strong>na</strong>m <strong>em</strong> formas diferenciadas<br />

segun<strong>do</strong> critérios ambientais e sócio-econômicos (ALMEIDA & CORDEIRO, 2002,<br />

pp.18-19).<br />

Esta diversidade ambiental amplia a forma e a intensidade de manifestação <strong>do</strong>s<br />

probl<strong>em</strong>as que ating<strong>em</strong> a produção agrícola, d<strong>em</strong>andan<strong>do</strong> respostas complexas. Os<br />

diagnósticos indicaram que as propostas das instituições públicas de pesquisa e extensão<br />

rural eram poucas e i<strong>na</strong>dequadas aos princípios agroecológicos que fundamentavam a<br />

intervenção da AS-PTA. Elas geralmente reforçavam a crescente especialização <strong>do</strong>s<br />

cultivos e o uso intensivo das terras, o que conduziria a sua gradual exaustão. Era<br />

necessário, portanto, buscar alter<strong>na</strong>tivas mais apropriadas. Neste processo, seria preciso<br />

pesquisar tanto as inovações introduzidas <strong>em</strong> outras regiões que enfrentavam probl<strong>em</strong>as<br />

pareci<strong>do</strong>s quanto identificar e avaliar o potencial das soluções concebidas pelos próprios<br />

agricultores. Deste mo<strong>do</strong>, as inovações técnicas introduzidas pela assessoria poderiam<br />

se origi<strong>na</strong>r de “referências exter<strong>na</strong>s” ou a partir de “inovações espontâneas”<br />

desenvolvidas pelos agricultores da região (SABOURIN et al., 2000, p.4).<br />

O processo de pesquisa de referências para a ação baseou-se <strong>na</strong> aplicação de<br />

diagnósticos participativos. Esta prática criava novas estruturas organizativas <strong>na</strong>s<br />

comunidades e proporcio<strong>na</strong>vam uma outra dinâmica ao trabalho das associações e<br />

sindicatos. A sua execução era inicialmente um processo mais restrito, <strong>do</strong> qual<br />

participavam os assessores, os técnicos <strong>do</strong>s sindicatos e os agricultores considera<strong>do</strong>s<br />

“informantes privilegia<strong>do</strong>s”, ou seja, aqueles que estavam há mais t<strong>em</strong>po <strong>na</strong> região e<br />

supostamente tinham melhores condições de descrever e avaliar as mudanças ocorridas.<br />

Na fase de apresentação, discussão e avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s, a participação <strong>do</strong>s<br />

agricultores era mais ampla. As associações e sindicatos se envolviam <strong>na</strong> tarefa de<br />

organizar reuniões, mobilizar os agricultores, divulgar os resulta<strong>do</strong>s, propor e discutir<br />

estratégias para enfrentar os probl<strong>em</strong>as identifica<strong>do</strong>s. Este processo coletivo de<br />

construção <strong>do</strong>s diagnósticos, das recomendações para a ação e da escolha das técnicas a<br />

ser<strong>em</strong> introduzidas era uma novidade para as organizações locais e para os agricultores.<br />

Seguin<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s pelos diagnósticos, a busca de alter<strong>na</strong>tivas de<br />

manejo para os sist<strong>em</strong>as de cultivo da região concentrou-se <strong>em</strong> três eixos principais:<br />

manter a elevada biodiversidade funcio<strong>na</strong>l das propriedades, fomentar a capacidade de<br />

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