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Faça aqui o download do texto na integra em pdf. - R1 - UFRRJ

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soluções, pelo processo de experimentação e acompanhamento das práticas até à<br />

avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s.<br />

A proposta educacio<strong>na</strong>l <strong>do</strong> projeto procura combi<strong>na</strong>r vários tipos de pedagogia. De um la<strong>do</strong><br />

está a pesquisa <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as produtivos, a ser feita com a participação <strong>do</strong>s interessa<strong>do</strong>s.<br />

Diagnostica<strong>do</strong>s os principais probl<strong>em</strong>as, lança-se, também, com a participação das<br />

organizações comunitárias <strong>integra</strong>das <strong>na</strong>s Redes, a busca de soluções parciais,<br />

experimentadas pelos próprios produtores – a recuperação <strong>do</strong> saber popular. Paralelo a isto,<br />

as equipes técnicas buscarão soluções <strong>na</strong>s referências científicas da bibliografia existente ou<br />

<strong>na</strong>s práticas desenvolvidas por outras experiências comunitárias. Identificadas soluções<br />

plausíveis – locais, <strong>em</strong>píricas ou científicas – os produtores interessa<strong>do</strong>s discutirão as<br />

vantagens e desvantagens potenciais de cada uma e os probl<strong>em</strong>as de sua <strong>integra</strong>ção <strong>em</strong> um<br />

to<strong>do</strong>, a nível de propriedade. Após feita a opção, a equipe testará ao nível <strong>do</strong> Centro, com<br />

acompanhamento de representantes das comunidades. Comprovada a validade das soluções<br />

propostas, as comunidades indicarão representantes que participarão de cursos no Centro,<br />

junto ao campo experimental e d<strong>em</strong>onstrativo. Esses representantes serão os responsáveis<br />

pela difusão, <strong>em</strong> locais comunitários escolhi<strong>do</strong>s pelos lavra<strong>do</strong>res, dessas mesmas<br />

experiências. A equipe <strong>do</strong> centro acompanhará e aconselhará estes experimentos de campo<br />

– se solicitada – até que os difusores tenham suficiente <strong>do</strong>mínio da técnica e <strong>do</strong>s meios de<br />

difusão (WEID, 1985, p.13).<br />

A organização de diversos cursos sobre técnicas de agricultura alter<strong>na</strong>tiva<br />

deixava clara a intenção pedagógica da proposta <strong>do</strong>s CTAs, tanto para os agricultores<br />

quanto para os próprios técnicos. 102 Narran<strong>do</strong> a experiência <strong>do</strong> CTA de Ouricuri, Jean<br />

Marc afirma que:<br />

Com as deze<strong>na</strong>s de experimentações no CTA, os produtores vão aprenden<strong>do</strong> princípios de<br />

ciência – biologia, ecologia etc. – e as aplicam ao seu universo, muito além <strong>do</strong> mero<br />

aprendiza<strong>do</strong> de uma ou outra prática. O méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> CTA não é o de descobrir um novo<br />

“pacote” agrícola, alter<strong>na</strong>tivo. É o de propor soluções adequadas ao pequeno produtor e<br />

educá-lo no processo, para uma melhor compreensão <strong>do</strong> seu universo produtivo, para que<br />

ele seja capaz de interferir nele criativamente, inovan<strong>do</strong>-o (WEID, 1988, p.41).<br />

Os cursos e as práticas conduzidas nos CTAs não se limitavam, obviamente, às<br />

questões técnicas de produção, havia a intenção de contribuir <strong>na</strong> formação política <strong>do</strong>s<br />

agricultores e <strong>na</strong> própria capacitação <strong>do</strong>s técnicos. Ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que eram<br />

experimentadas e difundidas novas tecnologias, havia a preocupação <strong>em</strong> articular este<br />

processo ao fortalecimento da organização <strong>do</strong>s produtores. Deste mo<strong>do</strong>, a atuação <strong>do</strong>s<br />

técnicos e a mobilização <strong>do</strong>s agricultores ocorria por meio de grupos organiza<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

torno de associações ou sindicatos, via cooperativas ou por intermédio de ações<br />

organizativas da Igreja Católica. De acor<strong>do</strong> com o depoimento de um técnico <strong>do</strong><br />

ESPLAR, que participou de to<strong>do</strong> o processo de criação <strong>do</strong> CTA de Quixeramobim, a<br />

proposta política da defesa das tecnologias alter<strong>na</strong>tivas, <strong>na</strong>quele momento, era clara:<br />

(...) to<strong>do</strong> o senti<strong>do</strong> dessa agricultura não é desvincula<strong>do</strong> de uma idéia mais geral. Nós t<strong>em</strong>os<br />

essa idéia de fazer uma unidade mais produtiva porque é uma forma de reforçar a luta <strong>do</strong>s<br />

trabalha<strong>do</strong>res. Ela deve servir de instrumento de crescimento, de reforço da luta das<br />

comunidades. É neste senti<strong>do</strong> que vai o esforço de organizar este conjunto de técnicas que<br />

vai ser uma agricultura alter<strong>na</strong>tiva que a proposta que a gente quer colocar <strong>em</strong> pratica no<br />

centro de Quixeramobim (PTA-FASE, 1986, p.7).<br />

102 Em sua participação no 1 o Encontro Estadual de Tecnologias Alter<strong>na</strong>tivas <strong>do</strong> Ceará, <strong>em</strong> 1986, uma socióloga,<br />

técnica <strong>do</strong> ESPLAR, explicou que nos debates que antecederam a criação <strong>do</strong> CTA <strong>em</strong> Quixeramobim, “ficou<br />

decidi<strong>do</strong> que este centro seria um local de formação de agricultores e também de técnicos (porque é muito<br />

deficiente a formação <strong>do</strong>s técnicos)” (PTA-FASE, 1986, p.6).<br />

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